Inteligência artificial na advocacia: prejuízo ou benefício?

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Advogados podem ser substituídos por robôs? Saiba como a inteligência artificial na advocacia vem transformando os escritórios

Inteligência artificial na advocacia: prejuízo ou benefício?
Créditos: halfpoint / Envato Elements

A utilização de robôs e outras formas de inteligência artificial na advocacia já são uma tendência em escritórios do mundo inteiro. Em janeiro de 2017, o escritório de advocacia norte-americano Baker & Rosteler anunciou que passará a utilizar um robô para analisar os documentos de sua área de falências. Ross é um robô que possui capacidade para analisar milhões de documentos em segundos, além de sugerir ao advogado quais decisões podem ser tomadas.

Embora a inteligência artificial na advocacia pareça um caminho sem volta, muitos advogados ainda têm receio acerca do uso da tecnologia para a execução de serviços jurídicos. Afinal, a inteligência artificial pode trazer prejuízos aos profissionais? A inteligência artificial na advocacia pode representar o fim do advogado? Para saber mais sobre essa questão, não deixe de conferir!

O que é inteligência artificial na advocacia

Inteligência artificial é um ramo da tecnologia que se propõe a desenvolver dispositivos que simulam a capacidade humana de raciocinar, analisar, tomar decisões e resolver problemas. Na advocacia, a inteligência artificial vem acompanhando uma direção já seguida pelos escritórios, no sentido de automatizar rotinas utilizando a tecnologia. Hoje, a maior parte dos escritórios já utiliza softwares para realizar atividades repetitivas e que servem de suporte aos serviços jurídicos. A inteligência artificial, portanto, é apenas mais um passo, no sentido de realizar não apenas atividades repetitivas, como também atividades intelectuais mecânicas, que antes eram desempenhadas por advogados.

Assim como os softwares jurídicos, a inteligência artificial na advocacia é uma forma de otimizar o dia a dia dos escritórios, permitindo que o advogado perca menos tempo com atividades repetitivas e se dedique mais à criação de teses, atendimento de clientes, prospecção e criação de uma boa rede de networking.

Em outras palavras, a inteligência artificial vem possibilitando que os advogados se foquem mais no core business do escritório e nas atividades que efetivamente trazem resultados para a sua banca, sem perder tempo com tarefas mecânicas que, embora não exijam grande capital intelectual, precisavam ser realizadas pelo advogado.

Benefício ou ameaça?

O uso de robôs e outras plataformas cognitivas são uma maneira de garantir que essas tarefas intelectuais, porém mecânicas, sejam realizadas de forma muito mais rápida com o uso da tecnologia. A elaboração de relatórios, análise de documentos e até o resumo de peças processuais já podem ser realizados através da inteligência artificial na advocacia. Porém, tais atividades estão longe de se equiparar às atividades do advogado, que requerem capacidade analítica, competências sociais e criatividade. A inteligência artificial, naturalmente possui limites e não substitui as funções do advogado.

Porém, é fato que ela auxilia e traz mais agilidade ao dia a dia de qualquer escritório. Com os dados certos e as análises preliminares feitas, todo advogado tem tempo para realizar mais em muito menos tempo. Isso impacta diretamente na capacidade do escritório, permitindo aumentar a quantidade de atendimento, processos e, naturalmente, clientes.

Em termos gerais, a inteligência artificial na advocacia deve ser vista como um benefício e até mesmo como um catalisador, permitindo que os advogados atuem com a agilidade e eficiência e até com menor margem de erros.

A era digital na advocacia

A inteligência artificial é apenas um dos recursos tecnológicos que vem transformando o dia a dia de advogados e escritórios. Porém, não é o único. Com os softwares jurídicos e, principalmente, após a introdução do processo eletrônico e da certificação digital, o modo de atuar do advogado mudou drasticamente.

Com as novas tecnologias, os advogados estão cada dia mais capacitados a resolverem suas atividades de forma simples e rápida. Se antes um advogado precisava se deslocar até o fórum para protocolar um prazo, hoje isso pode ser feito com a velocidade de alguns cliques.

A era digital na advocacia simboliza mais economia de tempo e de recursos como papel e impressões, tornando a atividade dos escritórios mais econômica e, também, mais sustentável.

A questão envolvendo o uso de ferramentas tecnológicas na advocacia está muito mais ligada a forma como são utilizadas, do que as ferramentas em si. Isso porque, os prejuízos em geral são gerados pelo mau uso das ferramentas e não pela adoção delas.

Hoje o mercado da advocacia é extremamente competitivo. E, por isso, a pressão por agilidade e eficiência dos escritórios é cada dia maior. Não adotar ferramentas que possibilitem ao advogado atuar em alta performance significa perder competitividade, oportunidades e, naturalmente, clientes.

E, você? O que acha do uso da inteligência artificial na advocacia? Deixe seus comentários abaixo! Tem dúvidas sobre como obter o certificado digital para o seu escritório? Clique aqui e saiba mais!

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*Artigo escrito com a participação de Helga Bevilacqua.

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