Civil, Criminal, Trabalhista, Familiar… Como Escolher a Especialização Mais Adequada

Data:

Por Wilson Furtado Roberto*

Estudar Direito é um sonho de muitos, mas quais são os pontos que devem ser considerados para escolher a especialização a seguir?

O Direito é uma das carreiras mais escolhidas por quem passa pela época do vestibular. Afinal, a importância social desses profissionais, bem como o respeito que a profissão recebe e a ótima remuneração são motivos que fazem os olhos brilharem.

Porém, o Direito é muito amplo, o que é ótimo para que cada um possa se enveredar pelo assunto que preferir. Em contrapartida, pode surgir aquela dúvida de qual especialização do direito seguir, já que isso demandará bons anos de estudo e dedicação.

Porém, felizmente, essa escolha não é tão complicada: basta que cada pessoa coloque na balança as características de cada uma dessas especializações e compare com as suas preferências, de modo que o exercício da profissão seja um verdadeiro prazer durante toda a vida.

Entenda melhor quais são essas características e o que deve ser feito para tomar a melhor decisão quanto a especialização do direito mais adequada.

Qual Especialização do Direito é a Melhor Para Mim?

Primeiro, é importante que o futuro estudante analise qual das áreas tem mais a ver com ele, e saber algumas das principais atribuições de cada especialização pode ajudar bastante nisso.

Direito Civil

Basicamente, o Direito Civil está em todas as relações que envolvem duas partes, como empresa e empregado, locador e locatário, comprador e vendedor, entre outras.

É bem comum que tais questões tragam problemas e divergências entre as partes, mesmo que haja determinações legais que regem essas questões, já que a interpretação das leis também pode ser um problema.

Logo, quem trabalhar com Direito Civil poderá trabalhar em casos como compra e venda de imóveis, cumprimento das obrigações de qualquer contrato civil, cobranças e responsabilidades civis, estejam elas dispostas ou não em um contrato.

Direito Criminal

O Direito Penal intervêm fortemente em todas as outras áreas, o que ressalta ainda mais a importância dessa especialização, que visa solucionar todo tipo de crime da forma mais justa possível, sempre de acordo com o que está disposto nas leis.

São vários os casos que podem ser tratados no Direito Criminal, desde crimes de grande porte e divulgação quanto aqueles menos conhecidos, mas que não deixam de ser importantes.

A atuação desses profissionais se dá em crimes comuns e contravenções penais, lavagem de dinheiro, crimes contra a administração pública, lei Maria da Penha, improbidade administrativa, crimes ambientais, licitatórios, informáticos e outros, sejam de maior ou menor grau.

Direito Trabalhista

Como o próprio nome denota, essa especialização, também conhecida como Direito do Trabalho ou Direito Laboral, atua no que tange ao Direito em relações trabalhistas, entre empregador e empregado ou contratante e prestador de serviços.

Dentro desse assunto existem outras especialidades, como os Direitos Individual, Coletivo e Público do Trabalho. Enquanto a primeira trata da relação exclusiva entre o empregado e o empregador, as duas últimas atuam com entidades públicas, sindicatos e categorias de profissionais.

Seja qual for a especialidade escolhida, o intuito é sempre o de garantir a justiça e a legalidade entre os dois lados da relação trabalhista.

Direito Familiar

As relações familiares também podem trazer alguns problemas, que nem sempre podem ser resolvidos extrajudicialmente. Nesses casos, se faz necessária a intervenção do Direito Familiar.

São vários os casos que podem ser tratados nessa especialidade do Direito, como separações e divórcios consensuais e litigiosos, ações de anulação de casamento, investigações de paternidade, ação, execução, revisão e exoneração de alimentos, arrolamento de bens, inventários e ações contra espólio, entre outros.

Existem Outras Especialidades do Direito?

Sim. Existem também as seguintes especialidades do Direito:

  • Societário;
  • Bancário;
  • Comercial;
  • Contratual;
  • Direito do Consumidor;
  • Marcas e Patentes;
  • Societário;
  • Tributário;
  • Direito de Trânsito;
  • Previdenciário.

O amplo leque de possibilidades oferecidas pelo Direito é uma das principais vantagens dessa área, que a torna ainda mais especial e procurada pelos interessados.

Qual Área do Direito Devo Seguir?

Tudo vai depender de uma série de fatores, mas a escolha principal deve vir daquilo que o estudante ou futuro estudante mais gostar, e não de acordo com a eventual disponibilidade de mercado ou a opinião de outras pessoas.

É importante ressaltar que o mercado do Direito é muito amplo, e essa profissão jamais deixará de existir, já que é impraticável pensar que todas as relações entre pessoas e empresas ocorrerão sem nenhum problema ou questionamento.

Portanto, pessoas que se virem com um futuro melhor no Direito Familiar devem atuar nessa área, enquanto aquelas que possuam uma afeição pelos números e ciências exatas podem encontrar no Direito Bancário e Previdenciário a melhor opção para seguir sua carreira.

Caso o futuro estudante também não tenha muita certeza de qual é a especialização mais indicada para ele, não há problema. No decorrer do curso, ele será apresentado a matérias e trabalhos que tratam das mais variadas áreas do Direito, o que permite que eles tomem decisões muito mais acertadas.

O que se tira de tudo isso é que o Direito é uma área muitíssimo ampla e que os profissionais podem se especializar naquilo que mais lhes agradarem. Porém, seja qual for a especialização, o objetivo será sempre o mesmo: de atuar com justiça e defender as leis acima de tudo.

*Wilson Furtado Roberto é advogado especialista em Direito Autoral e Direito Digital. É o fundador do Portal Juristas.

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Urgência, debate e democracia: o dilema do Projeto de Lei 03/2024 sobre falências empresariais

Com o objetivo de "aperfeiçoar o instituto da falência do empresário e da sociedade empresária", o Projeto de Lei 03/2024 foi encaminhado pela Presidência da República ao Congresso Nacional, com pedido de tramitação em regime de urgência constitucional.

O frágil equilíbrio da paz social e seu conturbado reestabelecimento!

Carl von Clausewitz, em sua obra “Da Guerra”, simplificou a conceituação de guerra tomando por base o duelo, prática relativamente comum no século XVII, principalmente na França. Para ele, a guerra, resumidamente falando, nada mais é do que “um duelo em escala mais vasta”1. Ele prossegue e afirma que “A guerra é, pois, um ato de violência destinado a forçar o adversário a submeter-se à nossa vontade”2.

Letras de Riscos de Seguros (LRS): onde estamos e o que falta (se é que falta) para sua oferta privada e pública

No final de fevereiro, o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Monetário Nacional (CMN) editaram uma Resolução Conjunta para regulamentar o papel do agente fiduciário nas emissões de Letras de Risco de Seguros (LRS). Essa era uma das últimas peças do quebra-cabeças regulatório desse novo ativo, que, após idas e vindas, começou a ser remontado em agosto de 2022, a partir da promulgação do Marco Legal das Securitizadoras (Lei n° 14.430), criando esse instrumento e o elevando ao patamar legal.

Contribuinte tem que ficar atento, pois começou o prazo para declaração

Começou no último dia 15 de março, o prazo para apresentação da Declaração de Imposto de Renda das pessoas físicas (IRPF), que se estende até o dia 31 de maio. A rigor, para os contribuintes que estão acostumados a fazer a própria declaração, o processo mudou pouco, sendo possível finalizar a declaração sem grandes dificuldades. Entretanto, alguns pontos são importantes serem esclarecidos ou reforçados, para evitar surpresas com o Fisco.