O que reza a lenda sobre o Areópago?
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Marcado: Aerópago
A lenda mais célebre sobre o Areópago é indiscutivelmente a que envolve o julgamento de Orestes, um marco na mitologia grega que simboliza a transição de justiça baseada em vingança pessoal para uma ordem jurídica institucionalizada. Segundo esta lenda, Orestes, filho de Agamemnon e Clitemnestra, é perseguido pelas Erínias (também conhecidas como Fúrias) após assassinar sua mãe. Clitemnestra havia anteriormente matado seu esposo, Agamemnon, como vingança pela sacrifício de sua filha, Ifigênia. Orestes cometeu o matricídio instigado pelo oráculo de Apolo, que lhe prometeu redenção pela morte de seu pai.
O julgamento de Orestes no Areópago não foi apenas um assunto de vingança e expiação, mas também se tornou um debate sobre a natureza da justiça e da moralidade. Atena, a deusa da sabedoria e da guerra, interveio, estabelecendo um tribunal de cidadãos atenienses para decidir o destino de Orestes. As Erínias exigiam a punição de Orestes pela violação do laço materno, enquanto Orestes defendia seu ato como uma necessidade imposta pelos deuses e pela necessidade de vingar seu pai.
Atena votou a favor de Orestes, resultando em um empate que levou à sua absolvição. Este julgamento significou a instituição de um novo sistema de justiça, onde os homicídios e outras ofensas sérias seriam julgados por um corpo de cidadãos, em vez de serem resolvidos por vingança pessoal ou disputas entre as famílias. A transformação das Erínias em Eumênides (as Benevolentes) simboliza a pacificação das antigas forças de vingança e a instituição da justiça civilizada.
Essa lenda reflete a importância do Areópago como símbolo da evolução da justiça na antiga Atenas, de um sistema baseado em vingança privada para um baseado em leis e julgamentos públicos.
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