O que significa Marrano?
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“Marrano” é um termo histórico com origens na Península Ibérica, especificamente durante os períodos da Inquisição em Espanha e Portugal. O termo era inicialmente utilizado de maneira pejorativa para descrever os judeus que foram coagidos a converter-se ao Cristianismo para evitar perseguições, mas que secretamente continuavam a praticar o Judaísmo. Este grupo também é conhecido como “cripto-judeus”, indicando que mantinham suas práticas religiosas originais em segredo, escondendo-as das autoridades e da sociedade majoritariamente cristã.
A palavra “marrano” pode ter derivado do árabe “muḥarram”, que significa “proibido”, aludindo à proibição dessas práticas religiosas. Além disso, existe uma teoria que sugere que o termo venha do hebraico “marit ayin”, referindo-se ao ato de ocultação das práticas religiosas aos olhos dos outros.
A conversão forçada desses judeus foi um resultado das pressões sociais e políticas da época, muitas vezes associadas a períodos de intensa intolerância religiosa e étnica. Após a conversão, muitos marranos mantiveram suas tradições em segredo, criando uma dupla identidade para proteger-se das consequências severas que poderiam enfrentar se fossem descobertos pelas autoridades inquisitoriais, como tortura ou execução.
Além de seu significado histórico, o termo “marrano” adquiriu conotações adicionais em diferentes contextos. Em algumas regiões da América Latina, por exemplo, o termo é usado coloquialmente para se referir a porcos ou suínos, totalmente distante de seu contexto original. Em outros usos, pode ainda ser empregado de forma pejorativa para descrever uma pessoa que esconde suas verdadeiras intenções ou que é considerada traiçoeira.
Assim, “marrano” é um termo complexo que carrega consigo as marcas de uma história turbulenta de perseguição e resistência, adaptando-se em significado através dos tempos e regiões.
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