Segundo Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, a fala do secretário de Cultura, Roberto Alvim, inspirada em discurso do nazista Joseph Goebbels configura apologia ao nazismo.
“Na Alemanha ele estaria preso. Lá o Código Penal proíbe esse tipo de referência”, disse Santa Cruz à BBC News Brasil.
Segundo o presidente da OAB, “todos os limites foram ultrapassados ao claramente se idealizar uma política cultural nazista”.
“O episódio tem que ser lido, por pior que pareça, dentro de uma escalada de lideranças do governo brasileiro de idealização do autoritarismo. Não é de hoje que o próprio presidente tem um histórico de defesa do autoritarismo, da ditadura no Brasil.”
Após a repercussão do vídeo de Alvim divulgado pela Secretaria Especial de Cultura repercutiu nas redes sociais devido à semelhança com uma fala de Goebbels.
“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo, ou então não será nada”, disse o brasileiro.
A frase foi associada a um discurso de Goebbels reproduzido no livro Goebbels: a Biography, de Peter Longerich: “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”.
Além disso, a música utilizada no vídeo é a ópera Lohengrin, de Richard Wagner. Hitler era um amante de óperas e fã de Wagner. Na autobiografia Minha luta, ele descreve como assistir à obra wagneriana Lohengrin pela primeira vez, aos 12 anos de idade, foi uma experiência que mudaria sua vida.
Fonte: Terra