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A verdade oculta de sedutor discurso da Justiça Social

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Recentemente, presenciamos, estarrecidos, o discurso do Ministro Haddad, no G20, propondo, de forma alinhada com os “grandes líderes” desse bloco hegemônico, a criação de um imposto global de 2% (dois por cento) sobre a fortuna dos bilionários, sabe-se lá qual a extensão desse conceito.

A fala do Ministro mais pareceu um discurso de candidato a cargo de presidente de DCE universitário. A mesma conversa fiada, desgastada, surrada e fossilizada, própria dos jacobinos do século 20 (bota 20 nisso), de que a riqueza tem que ser mais bem dividida e que isso só se pode alcançar pela intervenção messiânica daqueles que detêm o poder – pois é deles, sempre deles, o monopólio da verdade e da virtude.

Eles sabem de tudo, cuidam de tudo e, portanto, cabe ao povo, essa massa de ignóbeis paspalhos, seguir como cordeiros o comando desses dedicados líderes, sempre tão prontos a corrigir os erros da sociedade e a distribuir a tão festejada justiça social.

E quando se fala, então, de justiça social e repartição de rendas e riquezas, qual o louco que vai se opor? O discurso é sedutor e, claro, impositivo, pela mensagem quase evangelizadora que incorpora – aumentar a tributação, sobretaxando os ricos (aliás, não só os ricos não é mesmo?), para que a elite governante possa cumprir seu divino papel de distribuir a justiça social.

Como se esses indivíduos tivessem obtido suas fortunas como o maná que, milagrosamente, caiu dos céus, e como não tivessem se submetido, a vida toda, à tributação de seus negócios, de seus patrimônios e de suas rendas.

Contraposta à realidade, a falácia desse tipo de proposta não resiste a um átimo de segundo. O que o Governo de plantão quer, como de resto todos os globalistas reunidos nesta “festa estranha com gente esquisita” chamada G20, é mais dinheiro dos contribuintes, para a perpetuação do modelo atual, em que uma camarilha, aconchegada ao Poder, serve-se do sangue e do suor dos contribuintes.

E nem precisamos citar, nesta senda, o dinheiro dos contribuintes, desviado em alguns dos maiores casos de corrupção no Brasil, a começar pelo escândalo dos Anões do Orçamento (década de 80 e início dos anos 90), passando pelo Mensalão e findando (até aqui, claro) com a Lava Jato e o Petrolão.

Nosso Judiciário é o mais caro do mundo, consumindo 1,6% do nosso PIB, mais do que o quádruplo gasto por outros países em desenvolvimento. O Supremo Tribunal Militar, para citar um exemplo, tem 15 ministros e orçamento de mais de R$ 500 milhões ao ano. Isso, para julgar, em média, 1.200 processos por ano, o que leva à conclusão de que cada processo no STM custa, ao contribuinte brasileiro, cerca de, pasme-se, R$ 416 mil.

Cada Parlamentar no Brasil nos custa cerca de R$ 7 milhões ao ano. Só a Câmara dos Deputados gasta, por dia, cerca de R$ 37 milhões. Sozinha, a máquina pública brasileira consome cerca de 34% (trinta e quatro por cento) de todo o nosso PIB.

E mesmo com uma das maiores cargas tributárias do mundo, o Brasil devolve serviços de quinto mundo à população.

Diante de tudo isso, parte desavisada população, cooptada pela imprensa tradicional, bate palmas e festeja essas propostas populistas e “engajadas”, “politicamente corretas”, de “repartição de riquezas” e “redistribuição de rendas”.

Friedrich August von Hayek, um dos maiores expoentes da Escola Austríaca de pensamento econômico, nos ensinava: “Acredito que a ‘justiça social’ será, finalmente, identificada como uma miragem que induziu os homens a abandonarem muitos valores que inspiraram, no passado, o desenvolvimento da civilização – uma tentativa de satisfazer um anseio herdado das tradições do pequeno grupo, que é, no entanto, desprovida de significado na Grande Sociedade de homens livres. Infelizmente, esse vago desejo, que se tornou uma das maiores forças aglutinadoras a impelir pessoas de boa vontade à ação, está fadado não só ao malogro. Isso já seria lamentável. Mas, como a maior parte das tentativas de perseguir uma meta inatingível, a luta por esse ideal produzirá também consequências extremamente indesejáveis e, em particular, levará à destruição do único clima em que os valores morais tradicionais podem florescer, ou seja, a liberdade individual.

Se fosse possível acrescentar algo ao pensamento desse extraordinário homem, diria que o malogro da justiça social serve bem aos nefastos propósitos dos nossos senhores.


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