O que é mais valioso? A estratégia, o sucesso ou o futuro?

Data:

O que é mais valioso? A estratégia, o sucesso ou o futuro? | Juristas
Créditos: Divulgação

Desde que eu comecei a trabalhar na empresa do meu pai com 15 anos de idade, ainda sem as tecnologias e recursos materiais e intelectuais que existem hoje e que moldam uma gigantesca parte das empresas e empresários e diretores de sucesso no mundo corporativo, eu busco o pensamento estratégico e a execução de planos de ações, movimentos gerenciais e operacionais e decisões coerentes cercadas por indicadores e cenários para geração de valor, olhando sempre o futuro do escritório de advocacia. Eu acredito que este modelo é o grande captador de valor na vida de uma empresa, e de um escritório de advocacia.

Percebe-se, que foi “otimizado” numa só frase a integração de estratégia, sucesso e futuro, elementos que do ponto de vista e ensinamento de poucos e relevantes CEO’s e pensadores com vasta experiência e influência na economia e em gestão empresarial global, sustentam planejamentos e estruturas empresariais altamente competitivas e de performance diferenciada, neste ambiente.

Eu defendo e apoio que gestores de escritórios de advocacia devem conhecer e iniciar um modelo de gestão mais profissional no ambiente do escritório, também. Muitos advogados no Brasil se preocupam com o porte (tamanho) do seu escritório em relação a projetos e modelos de gestão, pensam que a gestão e a estratégia é somente para os escritórios de grande porte, aí está o engano, aí está o erro. É neste momento, que a cultura e a filosofia da sociedade, leia-se sócios, deve mudar e ser aprimorada. A verdadeira mudança começa exatamente aqui, na visão de futuro, e não em projetos, modelos, sistemas e estruturas lindas e cheias de novidades, tem muita gente apresentando isso como se fosse a grande solução e não é. As ferramentas em geral são meio e não fim.

De fato, as ferramentas e os instrumentos fazem parte do modelo, contudo, encontrar soluções através do pensamento e da visão dos sócios é onde ocorre a mudança do modelo de gestão “crescemos e chegamos até aqui” para o modelo de gestão “profissionalização dos serviços e preparação para o crescimento e o futuro focado no aumento da rentabilidade”.

Veja um exemplo: numa administração sem direção, sem objetivos, sem metas e sem liderança, o escritório, por conta da expertise e do conhecimento jurídico tácito e explícito dos advogados associados e sócios, cresce, cresce, cresce e conquista novos clientes, aumenta o faturamento do escritório, contrata-se mais advogados, o volume de processos é aumentado, aumenta o volume de pastas no arquivo, melhora a infra estrutura, os sócios aumentam o seu patrimônio, e…? O que acontece a partir daí?

Esta é a prova viva de que entrar muito dinheiro no escritório ou, o escritório ser muito rico é excelente e eu e você sabemos disso, entretanto, onde está a prova real de que o futuro do escritório está garantido nos próximos anos sem pensar como chegar lá? Você conhece o cenário da advocacia no Brasil?

Algumas estáticas trazem dados como por exemplo, em 2018 serão mais de 1.000.000 (um milhão) de advogados e esse número foi batido em 2016, mais de 25 mil escritórios de advocacia, são 1.120 faculdades de direito no Brasil (este número é maior que o somado pelas faculdades de direito nos EUA, China, Alemanha, Itália e França), a China sozinha tem pouco mais de 900 cursos de direito para uma população de 1,5 bilhão e meio de habitantes, o Brasil tem 1284 cursos de direito para uma população de 200 milhões de habitantes, somente em SP temos 300 faculdades de direito, mais do que nos EUA que tem 212 faculdades de direito.

O que realmente importa para escritórios de pequeno e médio porte não perderem mais tempo é a reunião da sociedade (sócios), ou somente o dono, para tomar decisões de cunho cultural e estratégico. Os sócios precisam dar as mãos para a gestão e o planejamento estratégico para que de forma verídica possam garantir um futuro mais sustentável!

A cada dia precisamos nos tornar mais competitivos, e como fazer isso? A sensação é que se espera muito e o tempo já passou! Não há mais tempo para esperar.

O que é estratégia?

Estratégia é a composição de planos de ação que possibilita o escritório obter vantagem competitiva, comparado com o mercado e seus concorrentes, reconhecida pelos clientes e que gera valor à banca de advogados.

O que é sucesso?

O sucesso de um escritório de advocacia é algo muito mais complexo do que simplesmente atingir os resultados esperados. Alguns fatores que contribuem para o sucesso do escritório são, filosofia e valores, estratégia estruturada, a eficiência dos processos e da qualidade dos serviços e o engajamento dos seus colaboradores. Geralmente são escritórios que conseguem desdobrar as decisões estratégicas do topo da organização até os colaboradores sem perder a essência e o foco. A estratégia ideal sempre conta com um componente racional analítico e outro intuitivo subjetivo e são escritórios focados nas necessidades dos seus clientes.

O que é futuro?

Futuro significa realizar uma previsão dos possíveis acontecimentos, o que há de ser, aquilo que ainda está por acontecer o existir, então, o escritório deve se manter atento às novas mudanças, administrar através de um gerenciamento estratégico as atividades voltadas para aumentar o lucro, estar conectado às transformações constantes dos novos modelos de gestão e conhecer realmente as operações do escritório e as necessidades dos seus clientes, e de quebra, os sócios precisam ter uma visão de futuro e reconhecer que imprevistos acontecem, mas que podem ser elaborados planos estratégicos prevendo qualquer acontecimento futuro.

Onde está o valor do seu investimento em conhecimento e informação jurídica? Você e eu precisamos aliar esse investimento à gestão e pensar no que virá pela frente. Mesmo em tempos de crise é necessário planejar, muitos estão errando e feio quando “decidem” esperar pra ver o que vai acontecer e esperar a crise passar. A crise vai passar, ela não é eterna e os clientes por sua vez também estão se movimentando para driblar a crise e o mercado virá forte quando a crise passar, mas, os escritórios mais preparados é que terão oportunidades com novos clientes.

Pense, não adianta ficar só reclamando que alguns clientes estão revendo o contrato de honorários advocatícios e olhando a redução de custos, isto é uma medida que todos estão fazendo sim, mas o que muitos poucos escritórios estão fazendo é se planejarem estrategicamente exatamente agora, foque nisso você também!

A minha sugestão é: gerar valor aos serviços e aos clientes, através do planejamento estratégico, de forma inovadora e constante, onde o resultado sempre será capturar valor, ou seja, gerar retorno através do valor adicionado.

Poucas empresas no mundo mapeiam e estruturam os seus planejamentos com foco no valor da companhia. Na advocacia não é diferente. Quantos escritório conhecemos que crescem pensando somente no faturamento e nos lucros? Isso é valor? Como o mercado reconhece este escritório? A área financeira faz parte do planejamento, e evidentemente o retorno financeiro é o que se espera, no entanto, o valor de um escritório é como ele está organizado, como ele é pensado, como ele é estruturado, como ele é planejado, como ele é decidido e quais os investimentos são realizados nele, se pegar tudo isso e colocar num lugar só podemos chamar de cultura empresarial ou filosofia empresarial.

Portanto, o sucesso do seu escritório, está na forma como você lida com a estratégia dele focado no futuro!

Sucesso!

 

Adnilson Hipólito
Adnilson Hipólito
Consultor, escritor, palestrante e professor especialista em Gestão de Escritório de Advocacia. Consultor especialista em estruturação e planejamento de finanças, planejamento estratégico e estratégias de crescimento em sociedade de advogados, mercado e clientes. Especialista em Finanças, Planejamento, Controladoria e Auditoria MBA – Management Business Administration pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. Administrador de Empresas pela PUC/PR – Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Gestor de Projetos com GBA – Global Business Administration pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. Gestão Contábil pela UEL – Universidade Estadual de Londrina. Membro do IBEF – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças. Professor titular da disciplina em Gestão de Escritório de Advocacia na Pós graduação em Gestão Imobiliária, Negócios e Operações na ESA/GO. Coordenador do curso de Pós graduação em Planejamento e Gestão de Escritório de Advocacia na ESA/GO.

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Direitos do Passageiro: Saiba Seus Direitos em Viagens

Conheça seus direitos do passageiro em viagens aéreas, terrestres e marítimas. Saiba como resolver problemas com bagagens, atrasos e cancelamentos de forma prática

Reembolso de Passagens Aéreas: Prazos e Procedimentos Garantidos pela Lei

O reembolso de passagens aéreas é um direito garantido aos passageiros em diversas situações, como cancelamento de voos, desistência de viagem ou alterações na programação. No Brasil, as normas que regulam esse direito estão previstas na Resolução nº 400 da ANAC e no Código de Defesa do Consumidor (CDC). Este artigo aborda as principais situações em que o passageiro pode solicitar o reembolso, os prazos estabelecidos pela legislação e os procedimentos necessários para garantir esse direito.

Danos Morais por Cancelamento de Voo em Cima da Hora: Direitos do Passageiro

O cancelamento de um voo em cima da hora é uma das situações mais frustrantes que um passageiro pode enfrentar. Além dos transtornos práticos, como perda de compromissos e gastos inesperados, o passageiro pode sofrer danos emocionais que configuram o chamado dano moral. Este artigo aborda os direitos dos passageiros em casos de cancelamento de voo de última hora, explicando quando é possível exigir indenização por danos morais, o que diz a legislação brasileira e como proceder para garantir seus direitos.

Overbooking: Direitos do Passageiro em Casos de Recusa de Embarque

O overbooking, prática em que as companhias aéreas vendem mais passagens do que o número de assentos disponíveis no avião, é uma estratégia comum no setor de aviação para evitar prejuízos decorrentes de no-show (passageiros que não comparecem ao voo).