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Ebanx é o primeiro unicórnio da Região Sul

Créditos: Freepik Company S.L.

Um aporte do fundo americano de private equity FTV, do Vale do Silício, fez com que a Ebanx, startup curitibana que ajuda sites estrangeiros a venderem no Brasil em moeda local, se tornasse o primeiro unicórnio (avaliação superior a US$ 1 bilhão) da região sul do Brasil. Até o momento, as empresas-unicórnio brasileiras estão no eixo Rio-SP. 

A Ebanx é conhecida por sua parceria com Airbnb, Spotify e Aliexpress. Ela fatura cobrando uma comissão sobre os pagamentos que processa, entre 3% e 5%. Em 2018, foram US$ 1,5 bilhão em pedidos. Para 2019, a previsão é de chegar a US$ 2,1 bilhões. Por isso, a previsão de faturamento é de US$ 150 milhões para este ano, um crescimento de 50% com relação ao ano passado. 

Por causa disso, a empresa decidiu tomar o aporte para acelerar seu crescimento, especialmente na América Latina. Alphonse Voigt, presidente executivo e cofundador da Ebanx, disse que, “apesar de já conseguirmos gerar caixa, percebemos que precisávamos de dinheiro para contratar equipe, fazer aquisições e seguir nossa expansão internacional”.

As aquisições permitirão que a Ebanx amplie sua equipe, que tinha cerca de 400 pessoas no início do ano, mas deve encerrar 2019 com o dobro. 

Voigt explica que a Ebanx deve fazer pelo menos uma compra na área de processamento de pagamentos locais (brasileiros em sites brasileiros) até o fim do ano: “Hoje, os pagamentos locais são ainda uma parcela ínfima do nosso faturamento, mas vão se tornar grandes no futuro”. 

Opinião de especialistas

Guilherme Fowler, professor de Empreendedorismo do Insper, entende que o cenário local será um desafio, porque é mais competitivo e tem menor barreira de entrada: “O aprendizado que a Ebanx teve no mercado entre-fronteiras, porém, permite que a empresa entre com força no setor”. 

Edson Santos, consultor e especialista em meios de pagamento, acredita que “a Ebanx poderá ter sucesso se for capaz de trazer tecnologia e adicionar serviços que resolvam dores que, por si só, o setor de pagamentos não resolve.”

Sócios

Os sócios fundadores da Ebanx, criada em Curitiba, são Alphonse Voigt, João del Valle e Wagner Ruiz, que mantém o controle de mais de 70% das ações da empresa mesmo após o aporte.

Voight é advogado de formação com experiência na área de direito internacional, e fez aulas de filosofia e desenvolvimento pessoal. Wagner Ruiz o conheceu dando uma dessas aulas, e já passou pelo mercado financeiro. Eles resolveram montar um negócio na área de pagamentos internacionais, área em que ambos já tinham trabalhado anteriormente. 

Del Valle, que tinha uma empresa de tecnologia, foi convidado para integrar o time. Após estudar a regulação do Banco Central, formataram uma solução que atende brasileiros e estrangeiros. A Ebanx possui a tecnologia de pagamentos, mas cuida do atendimento e rastreamento da entrega para os parceiros de fora.

Expansão latina

O aporte à Ebanx servirá para a expansão no mercado latino-americano, considerando que 5% dos pagamentos processados pela startup em 2018 vieram da América Latina. A meta é chegar a 12% em 2019 e a 20% no ano que vem. A startup já tem um pequeno escritório no Uruguai e profissionais no México, no Chile, na Argentina e na Colômbia, país onde pretende começar a processar pagamentos locais (colombianos para colombianos).

Guilherme Fowler, do Insper, diz que “Uma startup precisa estar sempre em expansão. Apostar nos mercados latinos já digitalizados, ao menos nos grandes centros, pode ser mais fácil do que investir na digitalização do Brasil profundo. [...] Ao mesmo tempo, se expandir pelo continente é algo natural para as startups brasileiras.” 

A Ebanx também possui um escritório em Londres, para atender empresas europeias, e funcionários nos Estados Unidos e na Ásia. Voigt afirma que é importante atender às particularidades dos diversos clientes, como língua e fuso horário. 

Além da Ebanx, existem startups do sul que podem se destacar em breve, como a Pipefy, que recebeu um aporte de US$ 45 milhões em julho, e a MadeiraMadeira (comércio eletrônico de materiais de construção ), que levantou US$ 110 milhões na rodada do grupo japonês SoftBank (que “criou” outros três unicórnios brasileiros de 2019, Gympass, Loggi e QuintoAndar).

Rafael Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), diz que “Ao fazer aportes no Brasil, o SoftBank abriu o leque de oportunidades para empresas negociando com o mercado internacional. [...]. Estamos prontos para ver aportes financeiros sendo feitos diariamente no Brasil, como acontece no Vale do Silício”. 

 

Fonte: Estadão

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