O advogado Wilson Furtado Roberto vê como bastante positiva a recuperação judicial (antes denominada concordata) de empresas que passam por problemas financeiros. Segundo ele, a medida recuperacional vale a pena. “São inúmeras as vantagens para as empresas. Muitas empresas só procuram encontrar uma solução como a recuperação judicial quando estão com o sinal vermelho aceso. Mas o ideal é quando sinal amarelo vem à tona, para que elas possam se reerguer”, disse o advogado.
De acordo com Wilson Roberto, a hora certa para que a empresa pleiteie a renegociação de dívida surge no momento em que está com dificuldade de caixa. Quando se tem grande nome no mercado e está em dificuldade, este é o momento para se reerguer.
Existem empresas em João Pessoa, por exemplo, com mais de 30 anos de mercado, que têm medo de sujar o nome como se a recuperação judicial fosse a própria falência. Tais empresas mesmo com grandes dificuldades de fazer rolagem de dívida, “a recuperação judicial poderia fazer isso de forma muito mais fácil via negociação com seus credores para a saúde da empresa”.
“Isso é muito comum hoje”, comentou, citando que grandes empresas nacionais e internacionais como a General Motors (GM), American Airlines, Ricardo Eletro, Oi e Chrysler, por exemplo, pediram recuperação judicial e estão funcionando super bem.
A recuperação judicial, de acordo com Wilson Furtado, tem como foco manter os trabalhadores e a empresa funcionando, para que ela volte (após momentos de dificuldades) a funcionar e a produzir a longo prazo, do que morrer (fechar em definitivo) a curto prazo.
Geração de receitas
“Vai gerar muito mais receitas para o governo, para a sociedade e para os trabalhadores. Se fechar, a empresa terá dívidas impagáveis. Mesmo que tenha um deságio em definitivo, é melhor receber um valor renegociado do que nada”, explicou Wilson Furtado Roberto. Na Paraíba, segundo ele, poucas empresas solicitam Recuperação Judicial, “porque muita gente acha que é a própria falência”.
O causídico afirmou que o procedimento (recuperação judicial) não é um muito simples, “mas também não é nada impossível de ser realizado”. “O caminho é ter um bom advogado e bom contador”, reforçou.