A Polícia Federal tomou nesta quinta-feira (31) depoimentos simultâneos de oito pessoas citadas no inquérito das joias e presentes oficiais recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e negociados ilegalmente nos Estados Unidos.
Entre os depoentes além do ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle, que resolveram ficar em silêncio, estavam:
- Mauro Barbosa Cid: ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
- Mauro Lourena Cid: pai de Cid, general da reserva que foi colega de Bolsonaro na Aman
- Frederick Wassef: advogado de Bolsonaro
- Fabio Wajngarten: advogado e ex-chefe da comunicação do governo Bolsonaro (silêncio)
- Marcelo Câmara: assessor especial de Bolsonaro, que realizou tratativas sobre as joias (silêncio)
- Osmar Crivelatti: assessor de Bolsonaro
As defesas contestam o fato de o inquérito tramitar no Supremo Tribunal Federal usam como base uma decisão da PGR que pediu para tirar da competência do STF a investigação sobre as joias.
“Desta forma, considerando ser a PGR adestinatária final dos elementos de prova da fase inquisitorial para formação do juízo de convicção quanto a elementos suficientes ou não a lastrear eventual ação penal, os PETICIONÁRIOS, no pleno exercício de seus direitos e respeitando as garantias constitucionais que lhes são asseguradas, optam por adotar a prerrogativa do silêncio no tocante aos fatos ora apurados”, alegam os advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Tesser, Fábio Wajngarten, Saulo Lopes Segall, Thaís de Vasconcelos Guimarães, Clayton Edson Soares e Bianca Capalbo Gonçalves, que defendem o casal Jair e Michelle Bolsonaro.
Eles pedem que o caso seja devolvido à primeira instância da Justiça Federal em São Paulo. A investigação começou lá, depois que a alfândega do Aeroporto de Guarulhos reteve um kit de joias dado a Bolsonaro pela Arábia Saudita. De fato, a Procuradoria-Geral da República (PGR) chegou a defender que o caso ficasse na Justiça Federal de São Paulo – mas o Ministério Público Federal em São Paulo discordou e recomendou o envio do caso para o Supremo.
Entenda o caso das joias:
A Polícia Federal deflagrou a “Operação Lucas 12:2” para investigar uma suposta tentativa de venda ilegal de joias dadas ao governo por delegações estrangeiras. A operação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, envolve aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como o advogado Frederick Wassef e o ex-ajudante de ordens Mauro Barbosa Cid.
As joias em questão, que foram entregues como presentes por países como a Arábia Saudita, começaram a ser negociadas nos Estados Unidos em junho de 2022. No mesmo mês, Mauro Cid retirou um kit de joias do acervo de presentes, incluindo um relógio Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico, entregues a Bolsonaro durante uma viagem oficial à Arábia Saudita em 2019.
No dia 8 de junho de 2022, Bolsonaro e Cid viajaram aos Estados Unidos para a Cúpula das Américas, em Los Angeles. Segundo a PF, Cid levou o kit de joias no voo oficial da FAB. Dias depois, ele viajou para a Pensilvânia e teria vendido o relógio Rolex, o que foi confirmado por um comprovante de depósito de US$ 68 mil, equivalente a R$ 332 mil, encontrado pela PF em dados armazenados no celular de Cid.
A investigação se concentra em esclarecer a suposta tentativa de venda ilegal das joias e conta com a determinação do ministro Alexandre de Moraes de quebrar os sigilos bancário e fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Com informações do G1 e UOL.
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