A Braskem (BRKM5) está no centro de uma operação da Polícia Federal (PF), que realiza 14 mandados judiciais de busca e apreensão em endereços de Maceió, Rio de Janeiro e Aracaju. A ação investiga possíveis crimes relacionados à exploração de sal-gema pela empresa durante os anos em que atuou em Maceió.
Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Alagoas e fazem parte da operação denominada “Lágrimas de Sal”. O nome faz alusão ao sofrimento causado à população devido à atividade de exploração de sal-gema.
A Braskem explorou o minério na capital alagoana de 1976 a 2019, resultando em graves problemas de estabilidade no solo dos bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro e áreas adjacentes. Essa instabilidade tornou a região praticamente inabitável, com riscos iminentes de desmoronamentos em residências, vias públicas e o fechamento de estabelecimentos comerciais. Mais de 60 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas devido aos perigos decorrentes dessa exploração.
As investigações da Polícia Federal apuraram indícios de que as atividades de mineração desenvolvidas no local não “seguiram os parâmetros de segurança previstos na literatura científica e nos respectivos planos de lavra”. Esses requisitos procuravam garantir a estabilidade das minas e a segurança da população da região.
A Polícia Federal afirma que foram identificados indícios de apresentação de “dados falsos e omissão de informações relevantes aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade”.
Conforme o comunicado da PF, esses dados permitiram a continuidade dos trabalhos de exploração, “mesmo quando já presentes problemas de estabilidade das cavidades de sal e sinais de subsidência do solo acima das minas”.
Segundo a PF, a Braskem (BRKM5) e os demais investigados poderão responder pelos crimes de poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, inclusive por omissão.
Com informações da Agência Brasil.
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