Justiça do Trabalho utiliza Netflix, Uber e iFood para localizar devedor

Data:

apps
Créditos: Ipopba | iStock

Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro adotou uma estratégia inovadora para localizar um devedor utilizando os aplicativos (Apps) Netflix, Uber e iFood para localizar devedor insolvente. A decisão foi da juíza do Trabalho, Glaucia Alves Gomes, da 7ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro.

A decisão se refere ao processo (0000161-54.2011.5.01.0007), relacionado ao proprietário de uma grande transportadora em São Paulo. Suspeita-se que o devedor esteja utilizando contas de terceiros, “laranjas”, para ocultar seus bens.

Justiça do Trabalho utiliza Netflix, Uber e iFood para localizar devedor | Juristas
Créditos: tcerovski | iStock

A juíza então determinou a expedição de ofícios para as empresas de aplicativos Netflix, Uber e iFood, para obter o endereço de cadastro e o nome do proprietário do cartão de crédito registrado nessas plataformas, acreditando que essas informações possam levar ao paradeiro do devedor.

Além disso, foi deferida pela magistrada a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do indivíduo e recolhimento de seu passaporte pela Polícia Federal. Com essas medidas, o devedor fica impossibilitado de dirigir e de viajar para o exterior, o que pode gerar constrangimento perante amigos e parentes. “Temos tentado aqui na 7ªVT/RJ utilizar o que a tecnologia pode nos trazer de melhor na busca de efetividade da execução. Não é raro termos execuções frustrados de pessoas jurídicas cujos sócios e parentes exibem claros sinais exteriores de riqueza em contas de redes sociais, viagens ao exterior, mas não conseguimos localizar bens e endereços. Como popularizou o uso das plataformas Netflix, Uber e iFood, podemos verificar endereços, padrões de entregas, gastos e analisar também o padrão de uso de cartões de crédito”, explicou a juíza do trabalho.

NET Telecomunicações
Créditos: Michał Chodyra / iStock

A decisão é vista como um marco na Justiça do Trabalho, pois representa uma nova maneira de localizar devedores que tentam se esquivar de suas obrigações. A medida inovadora tem sido elogiada por sua eficácia potencial na localização de indivíduos que tentam ocultar sua verdadeira situação financeira.

Conforme o advogado, Márcio Porto, que acompanha o caso, “Esta é uma estratégia incrível e inédita para localizar o mau devedor. A Justiça está se adaptando aos novos tempos e utilizando todas as ferramentas disponíveis para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados. É um grande passo para a Justiça do Trabalho e um aviso para aqueles que pensam que podem evitar suas obrigações”, destacou.

Cabe recurso da decisão.

Com informações de Direito News e Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 1ª Região – Amatra1.


Acompanhe as nossas redes sociais: FacebookTwitterInstagram e Linkedin.

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Empresa condenada por uso indevido de marca registrada

A 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que uma empresa cessasse a venda de roupas que utilizavam indevidamente uma marca registrada por outra empresa do mesmo segmento.

Modelo de contrato de prestação de serviços de Personal Trainer para Triatetlas

O presente contrato tem por objeto a prestação de serviços de personal trainer especializado em treinamento para triatletas, com o objetivo de melhorar o desempenho do Contratante nas modalidades de natação, ciclismo e corrida.

Empresa de fotos e vídeos condenada por falha em filmagem de casamento

A 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou a decisão da Comarca de Lavras que responsabilizou uma empresa de fotografia e vídeo a pagar R$ 10 mil por danos morais e R$ 1,4 mil por danos materiais a uma noiva, devido a falhas na filmagem de seu casamento.

Homem trans será indenizado por não ter nome social reconhecido em registro bancário

A 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) alterou uma decisão inicial e determinou que um banco indenize um homem trans em R$ 10 mil por danos morais devido ao não reconhecimento do seu nome social nos registros bancários.