Suzane von Richthofen se recusou a fazer teste psicológico
Suzane von Richthofen, que, no ano de 2002, planejou e executou a morte de seus pais, está prestes a sair da prisão. Ela foi condenada a 39 anos de reclusão, mas com a progressão de regime, poderia estar em liberdade. Se não fosse o teste psicológico ao qual ela se recusa a se submeter, determinado pela Justiça.
Sempre que há tentativa de progressão para um regime mais brando, o preso deve passar por exames criminológicos. Suzane solicitou a progressão para o regime aberto e fez os exames em novembro de 2017. Apesar dos resultados favoráveis à jovem no início de 2018, a juíza criticou que os testes foram aplicados por especialistas da penitenciária de Tremembé, que possuem contato direto com Suzane. Por isso, em março, a magistrada indicou uma banca de especialistas para refazer os exames.
Além dos exames convencionais, o Ministério Público solicitou que a juíza incluísse um teste adicional — o de Rorschach. Suzane refez os exames, mas não fazer o exame de Rorschach. Seu advogado impetrou um agravo de execução na 5ª Câmara Criminal do TJ-SP, alegando que Suzane não é “é objeto de estudo” e não precisa se submeter a testes que não são frequentemente aplicados à população carcerária.
O teste projeta aspectos da personalidade do paciente, inclusive aqueles que eventualmente querem ser escondidos. No Brasil, o teste é validado pelo Conselho Federal de Psicologia. Ele costuma ser aplicado para autores de crimes específicos, como sexuais, muito violentos ou cometidos em série. Esse é o fundamento de ele ser aplicado a Suzane, de acordo com o promotor do MP, já que ela cometeu um crime grave.
A jovem tem razão ao não querer se submeter ao Rorschach, já que, na única vez que o realizou, em 2014, foi descrita como “manipuladora”, “dissimulada”, “narcisista” e “possuidora de agressividade camuflada”.
Em resposta ao agravo, o desembargador disse que a jovem não precisa se submeter a um teste que não deseje, mas que a recusa é considerada demérito para a progressão.
Fonte: Veja