A Justiça da Bahia concedeu a guarda provisória da filha da cantora gospel Sara Mariano, encontrada morta e carbonizada, para a família do pai acusado do assassinato. A decisão foi proferida na terça-feira (12) por meio de uma liminar. A informação é do UOL.
Em outubro, a cantora gospel, com mais de 60 mil seguidores em suas redes sociais, desapareceu após ir a um evento em uma igreja evangélica. Um motorista enviado pela instituição religiosa a buscou, e ela inclusive registrou a ida em vídeos. Sara foi encontrada morta no dia 27 de outubro, às margens da BA-093, na região metropolitana de Salvador. O marido, Ederlan, reconheceu um corpo carbonizado como sendo dela em uma transmissão ao vivo, e teria confessado a Polícia Civil ser o mandante do crime. A defesa negou a confissão. Em novembro, dois suspeitos foram presos por participação no crime, segundo o delegado Euvaldo Costa.
Segundo a advogada Sarah Barros que representa a família da cantora, eles vão entrar com recurso. Atualmente, a criança, que tem 11 anos, está com a família paterna. “Nós temos claros indícios de alienação parental da família paterna com a família materna. Estamos adotando todas as medidas para sanar isso”, afirmou.
O advogado Otto Lopes, que faz a defesa de Ederlan Mariano, suspeito de matar a cantora, publicou nas redes sociais trechos de um documento que seria a decisão da Justiça. Procurado, o TJBA não retornou.
Segundo o registro postado, o juiz determinou que a guarda provisória só será exercida pelos avós paternos. Decisão não inclui o pai da criança. No texto que seria da decisão e que foi postado pelo advogado, o magistrado argumenta que a mudança seria brusca na vida da criança. A família materna mora no Maranhão. Já na casa dos avós paternos, a menina tem a companhia de uma prima adolescente com quem tem vínculo afetivo.
“Primeira conquista de um processo que muita gente fala muito e conhece pouco”, comentou o advogado Otto Lopes nas redes sociais.
A avó materna da criança, Dolores Freitas, não reagiu bem à decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA). Segundo a advogada, ela teria dito que sairia da Bahia com uma filha carbonizada, com um caixão que sequer foi aberto e sem a neta. “Sair sem a neta acabaria com o vínculo materno, uma tentativa de apagar a ligação da criança com a família materna”, enfatizou Sarah Barros.
Segundo ela, “Deixar a criança com a família paterna é deixar nesta criança a esperança de um pai inocente, algo que a família materna acredita que ele não é. A família acha que mais para frente a criança pode optar ou definir os laços com o pai, mas nesse momento, ela não deveria ser alimentada a acreditar que o pai é inocente porque Ederlan matou Sara, e isso a gente não tem nenhuma dúvida”.
A advogada explicou que mais detalhes serão preservados, já que o processo está em segredo de Justiça.
Com informações do UOL.
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