As montadoras de veículos estão aproveitando a conectividade e os sensores presentes nos carros modernos para coletar informações sobre o comportamento dos motoristas e repassá-las às seguradoras, sem o conhecimento dos clientes, segundo reportagem do UOL Carros, baseada em informações do The New York Times.
De acordo com a investigação, dados sobre a forma de condução dos veículos, obtidos por sistemas como o OnStar Smart da General Motors, estão sendo comercializados pelas montadoras. A General Motors, por exemplo, estaria lucrando “na casa dos milhões de dólares” com o programa.
Alguns consumidores relataram surpresa ao descobrir que suas informações estavam sendo compartilhadas com seguradoras. Um proprietário de um Cadillac, por exemplo, teve seus serviços de seguro negados por diversas empresas, que interpretaram as informações do carro, registrando muitas ocorrências de frenagens bruscas, acelerações rápidas e excesso de velocidade, como indicativos de risco.
A GM admitiu compartilhar “dados selecionados” sobre frenagem, aceleração e velocidade com as seguradoras, alegando que os clientes consentem com o compartilhamento ao assinar o contrato de usuário.
Além da General Motors, outras montadoras como Kia, Mitsubishi, Hyundai, Honda e Acura também têm compartilhado dados com seguradoras. Embora todas afirmem que as informações são liberadas com consentimento do motorista, a complexidade dos contratos, com mais de 2 mil palavras, dificulta a compreensão por parte dos consumidores.
Diante dessas questões, o senador Edward Markey, do estado de Massachusetts, solicitou à Comissão Federal de Comércio uma investigação sobre a coleta de dados.
No entanto, há defensores dessa prática, como o professor de direito da Universidade de Chicago Omri Ben-Sharar, que argumenta que os motoristas tendem a dirigir melhor quando sabem que estão sendo monitorados, mas ressalta a importância da transparência no processo.
Com informações do UOL.
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