Na sociedade moderna a mulher é submetida à inúmeros desafios e múltiplas atividades. É preciso comprovar inteligência, sabedoria, competência e capacidade para ocupar os lugares por elas almejados.
Na advocacia os desafios são ainda maiores, o que não é nada mau para quem gosta de desafios, de sentir o sabor doce de vitória ao comprovar sua competência e de superar as baixas expectativas que recebe pelo simples fato de ser mulher.
Na advocacia desportiva o desafio se torna ainda maior porque as mulheres não são vistas como público alvo nos esportes. Sim, é difícil mostrar que a mulher pode sim gostar de futebol, de handebol, de atletismo, rugby e tantos outros esportes. E a tarefa consegue ser ainda mais árdua quando se demonstra o interesse em atuar na área desportiva. Infelizmente tem se que superar o preconceito de quem já trabalha com esporte há anos, de quem figura como torcedor, dos mais próximos que sempre perguntam “e você sabe a regra do impedimento?”, dos que acreditam que é um sonho, apenas, e, o pior dos preconceitos: aquele que vem da própria advocacia.
Ser advogada e atuar na área desportiva é muito mais que um simples desejo. Fazemos porque amamos o esporte, a legislação, o direito e a eterna busca pela justiça. Em toda e qualquer esfera. Somos fortes o suficiente para viver e vencer tudo isso. Temos poder e aprendemos a utilizá-lo desde sempre pelo simples fato de sermos rotuladas com alta frequência.
O Direito Desportivo precisa da presença feminina! O estigma do preconceito tem que ser quebrado de uma vez por todas. O esporte tem uma característica fundamental e admirável que é a tradicional quebra de paradigmas. Foi assim com o preconceito racial na primeira metade do século XX, quando o futebol, por exemplo, era praticado apenas por uma elite privilegiada. Foi questão de tempo para o negro assumir o protagonismo e o esporte ser o responsável pela união de raças, povos e credos sem qualquer distinção.
A Comissão de Direito Desportivo da OAB/DF está de braços abertos para receber todas as advogadas que tenham interesse em desbravar o mundo fascinante do Direito Desportivo.
Que no Dia Internacional da Mulher a reflexão seja feita. Que todos os atos diários sejam revisados, busquemos onde podemos melhorar e nunca esqueçamos de lutar por uma advocacia mais equitativa, equilibrada e que, acima de tudo, independa de raça, cor ou orientação sexual.
08 de março. Dia Internacional da mulher. Que seja sempre uma data de luta e força.
*Artigo escrito em co-autoria com Mauricio Corrêa da Veiga é Membro da Academia Nacional de Direito Desportivo e Presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB/DF