Quando o trabalho não liberta: o contemporâneo do pós-guerra

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Resumo: Após tanto tempo, ainda sentimos as influências decisivas da Segunda Guerra Mundial. E, ainda, as tendências ideológicas se intoxicam com o radicalismo e vandalismo praticados.

 

Palavras-Chave: Guerra. Nazismo. Fascismo. Auschwitz. Holocausto

 

Abstract:

After much time, we still feel the decisive influences of World War II And, still, ideological tendencies are intoxicated with the praxis of radicalism and vandalism.

Keywords: War. Nazism. Fascism. Auschwitz. Holocaust


De fato, o ano de 1945 foi marcado pela estranheza[1]. Afinal, após poucos meses do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) em muito breve começaria outra guerra, mesmo que velada, que duraria quarenta e quatro anos.

Durante a guerra, houve datas fatídicas, como o período de 6 e 9 de agosto de 1945 os Estados Unidos, pela primeira vez, utilizou a bomba atômica, destruindo as cidades de Hiroshima e Nagasaki[2].

segunda guerra
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Em breves instantes, as potentes bombas exterminaram a vida de cento e vinte mil pessoas e deixaram feridas um número ainda maior. Esse resultado se estendeu pois provocaram irreparáveis danos ao meio ambiente bem como danos irreparáveis aos sobreviventes. Enfim, produziu-se um insofismável trauma mundial.

E, a partir daí a humanidade viverá sob a perspectiva do apocalipse nuclear. Questionou-se o quão indispensável era para os Aliados vencerem as potências do Eixo.

Em verdade, no início do mês de agosto de 1945, os alemães já haviam se rendido e, presume-se que os japoneses fariam o mesmo. Apesar do ataque surpresa à Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941, após quatro e longos anos, a rendição do Japão significou o término do conflito mundial. Em agosto de 1945, a Marinha Japonesa já se encontrava sem recursos e a invasão aliada no país (Operação Downfall) era iminente.

Mesmo assim, houve o Plano Marshall cujo objetivo não era, somente, a injeção de capital americano para a reconstrução do Japão e, sim, para que os Estados Unidos mantivessem a presença no território do inimigo bem como criar uma projeção no plano internacional.

Apesar de dizerem para o povo que deveria lutar até o fim, os líderes do Conselho de Guerra do Japão tentaram estabelecer negociações bilaterais para haver uma rendição com a União Soviética, tentando fazer com que o Governo de Stalin fosse responsável por mediar a paz com os demais aliados. No entanto, os soviéticos romperam com o Pacto de Neutralidade Niposoviético[3] em 5 de abril do mesmo ano.

E, em seguida, em julho cortaram relações diplomáticas com o Japão e continuaram a preparação para invadir o Japão no prazo conforme constava nos planos conjuntos com Churchill e Roosevelt na Conferência de Ialta.

O interessante é que somente em 08 de agosto que a União Soviética declarou a Guerra ao Japão e, iniciou a invasão da Manchúria, chamada de Manchukuo pelos japoneses, derrotando de forma célere o Exército imperial japonês que ocupava, na ocasião, a Manchúria e a Coreia.

Bastariam poucas semanas para extinguir suas derradeiras veleidades de resistência. Mas, depois de maio de 1945 tudo mudou profundamente. Pois os EUA ao saber do suposto suicídio de Hitler, acreditaram os EUA que teria acabado com o nazismo.

Assim, por mero erro de análise, devido ao forte afã de esquecer de sua parte de culpa na Shoah[4], a maioria dos ocidentais decidiu naquele momento minimizar a relevância da ideologia nacional-socialista.

Assim, ao invés de conhecê-la como era realmente a ideologia, a expressão política exacerbada pela organização burocrática ou técnica do Estado moderno, de sua obsessão por uma pureza racial (antissemitismo), cujas raízes estão arraigadas na cultura ocidental, preferiram enxergar nesta, apenas o produto de uma patologia excepcional (a da pessoa de Hitler) ou mesmo de uma história local (a da Alemanha) dos anos 20.

Primeiramente cumpre diferenciar antissemitismo de antijudaísmo[5]. O antijudaísmo é o ódio aos judeus como nação. Entre aqueles que professam o antijudaísmo acabam sendo antissemitas, uma vez que partem do pressuposto de que a religião judaica contaminou a nação que segue seus preceitos.

Por sua vez, o antissemitismo desemboca no antijudaísmo, ao sustentar-se na premissa de que só uma nação racialmente inferior pôde ter criado uma religião tida como a religião do mal.

Desde a Antiguidade, as seitas esotéricas conceberam a religião judaica como religião do demônio e enxergavam os judeus como os agentes na propagação dessa religião do pecado. Essa cosmovisão fora resultante de uma crença dualista, ou seja, em dois poderes criadores do universo: o Bem e o Mal, identificando os judeus com o demônio.

Todavia, o momento histórico no qual se entrelaçam pela primeira vez e de forma radical antijudaísmo e antissemitismo é na consolidação da visão paulina.

Para o apóstolo Paulo, a revelação da Torá[6] é uma revelação temporária e aqueles que continuam no caminho da Torá após a chegada de Cristo são traidores. Segundo esse raciocínio, os judeus, ao rejeitarem Cristo como Messias e ao assassiná-lo, transformaram-se em agente do mal, no povo deicida.

Na Idade Média, tal ideia fora desenvolvida e concretizada pela Igreja Católica. Cumpre destacar os cânones adotados no Quarto[7] Concílio de Latrão[8] (1215) que confirmavam a condenação dos judeus à servidão perpétua, proibiam sua integração na sociedade com a finalidade de impedir a contaminação dos cristãos, obrigavam o uso de signos de diferenciação nas vestes, impediam o acesso dos judeus aos cargos administrativos e os excluíam completamente da agricultura e das corporações.

E, tais medidas enraizaram na população um ódio milenar baseado numa ideologia demonizadora que culpou os judeus e o judaísmo pela morte de Cristo.

O termo “antissemitismo” fora criado no século XIX, quando as teorias religiosas que acusavam os judeus de deicídio ficaram caducas.

Desta forma, a partir de maio de 1945, o nazismo cuja a sobrevivência após suicídio de Hitler, não era admitida deixou de ser bruscamente o inimigo número um do então chamado “mundo livre”. Substitui-se o inimigo principal por um novo, a saber: o comunismo oriental, encarnado e travestido pela URSS e, posteriormente, pelas forças revolucionárias que se abateram sobre a China, Coreia e Vietnã.

E, nesse momento, a partir de uma leitura tergiversada das teorias ligadas ao darwinismo social[9], o motivo para perseguir os judeus começou a ancorar-se em pressupostos biológicos.

Assim, para Hitler, existiam três raças: as fundadoras ou superiores, representadas pelos povos germânicos, as depositárias, representadas pelos povos eslavos e as destruidoras ou inferiores, que tinham nos judeus o principal exemplo paradigmático.

E, então, obcecado com o ideal de pureza racial, Hitler compreendeu a História como uma permanente luta entre as diferentes raças, na qual a raça superior devia utilizar todos os meios necessários para manter sua pureza.

A essa visão histórica foi somada ao mito da conspiração judaica mundial, muito difundido em toda a Europa que, entre outras falácias, divulgou a ideia do poder econômico do povo judeu e do seu monopólio dos meios de comunicação. Os judeus foram transformados em bode expiatório e os culpados de todos os males pelos quais atravessava a Alemanha, fazendo com que sua eliminação se tornasse um imperativo de Estado.

A suposta morte de Adolf Hitler ocorrera em 30 de abril de 1945, aceita-se normalmente que foi suicídio por arma de fogo, mas há também que aponte que fora por envenenamento por cianeto de potássio[10]. O cianeto foi fartamente utilizado na guerra e quando ingerido para cometer suicídio, provocava ardência na boca, rigidez do maxilar inferior, constrição da garganta, salivação, náuseas e vômitos.

Enfim, o duplo método de suicídio bem como outras circunstâncias que rodearam o vento incentivaram os rumores que o Füher teria sobrevivido ao fim da guerra, tendo fugido para algum país da América do Sul, onde teria morrido de alguma doença incurável, tendo sido apenas uma sósia sacrificada em seu bunker em Berlim. O mesmo se cogitou ter havido com Eva Braun, sua noiva, com quem, aliás, pouco antes do suicídio teria casado.

Outro busilis que é intrigante é que nunca foram encontrados seus restos mortais, incentivando-se maiores especulações.  Há outra corrente que acredita que a morte de Hitler e sua amante ocorrera com a destruição de seu bunker em Berlim, após potente ataque aéreo dos aliados já no final da guerra.

Acredita-se ainda que após ataque aéreo, os corpos de Eva e de Goebbels[11], sua esposa e filhos foram igualmente encontrados, mas em melhores condições que o corpo de Hitler, pois tinha grandes queimaduras além de marcas das ferragens, assim fora totalmente carbonizado, sendo apenas reconhecido por sua vestimenta e seu famoso bigode.

Há fontes que, no entanto, afirmam que Hitler teria fugido para Argentina e finalmente falecido no Paraguai, em 5 de fevereiro de 1971. Tal versão recebe reforço por conta de documentos datados de 1955, da divisão da CIA na América do Sul, onde um informante se gabava de um encontro pessoal com Hitler na Colômbia, inclusive anexando uma fotografia sua com o Füher.

Com a abertura em 1992 dos arquivos e registros secretos mantidos pela KGB, o serviço secreto da URSS, confirmaram-se a versão mais aceita da morte de Hitler, conforme descrito por Trevor-Roper, em sua obra “The Last Days of Hitler” publicado em 1947. Porém, os arquivos soviéticos nada explicam sobre o que teria ocorrido com o cadáver de Hitler.

Recentemente em 2015, documentários do History Channel sugeriu, com base em documentos do FBI, que Hitler, em verdade, poderia ter escapado por túneis secretos localizados no subterrâneo de Berlim, exilando-se, mais tarde na Argentina, numa residência secreta dentro da selva argentina, até o fim de seus dias.

O darwinismo social é a teoria da evolução da sociedade e, recebe tal norma pois se baseia na teoria desenvolvida por Charles Darwin (1808-1882) no século XIX. Acredita na premissa da existência de sociedades superiores às outras. E, nessa condição, as que se sobressaem física e intelectualmente devem e acabam por se tornar as governantes.

E, por outro lado, as outras, menos aptas, e provavelmente inferiores, deixariam de existir porque não seriam capazes de acompanhar a linha evolutiva da sociedade. De sorte, que tais povos inferiores logo entrariam em extinção acompanhando o princípio de seleção[12] natural da teoria da evolução.

Em razão dessa teoria é que se considera a sociedade em raça inferior e raça superior. E a chamada superioridade racial lastreada em ideais nacionalistas e consiste em um pensamento preconceituoso e racista.

Além das situações europeias citadas acima, destacamos como exemplo da teoria de Herbert Spencer[13] o nazismo e o fascismo. A Alemanha, o movimento nazista tinha como dogma a superioridade da raça ariana e resultou no extermínio de milhares de pessoas, especialmente judeus, no conhecido holocausto[14].

Diante do progresso e avanço das tropas soviéticas no oeste europeu devido a ascensão maoísta[15], a administração norte-americana passou a reagir depressa. E veio a pôr fim aos combates então existentes, no Oceano Pacífico e, assim, também deixar um recado para os soviéticos.

Desta forma, a bomba de Hiroshima[16] representou, simultaneamente, o último ato da segunda guerra mundial contra o Eixo.

Contudo, houve o surgimento da chamada Guerra Fria que atingirá o mundo inteiro e que acabará repentinamente com a queda do Muro de Berlim[17], que era símbolo doloroso da divisão imposta à Alemanha, da Europa e do resto do mundo com dois polos opostos: o capitalista e o comunista.

Graças essa bipolarização, a Europa viveu, durante meio século, uma espécie de paz armada, firmada de comum acordo por duas superpotências, a norte-americana e a soviética que evitarão confrontar-se militarmente nesse terreno “sensível”. Pois pensar numa terceira guerra mundial[18] significaria o apocalipse anunciado.

Porém, e apesar de tudo, em contrapartida, não hesitarão em fazê-lo na Coreia, no Vietnã, na África e na América Latina. A chamada “guerra fria” não era exatamente dotada de baixas temperaturas em todos seus momentos e lugares.

A guerra fria matou em muitos países em desenvolvimento, por ocasião de conflitos locais, geograficamente limitados, de resultado incerto e que não serviram para nada.

A não ser para manter a pressão e, por outro lado, para acabar para arruinar os países em referência, privando-os dos meios necessários para o desenvolvimento econômico.

Afinal, a garantia de paz e segurança na Europa cortada e fendida em dois pedaços[19]. A guerra fria foi uma realidade e uma autêntica tragédia para o resto do mundo, pois foi dedicada às absolutas rivalidades políticas, à disseminação da miséria e à ditadura.

A guerra fria vista do Ocidente onde triunfou nos anos sessenta a “sociedade de consumo” não compreender a tragédia. Alguns filósofos decidiram simplesmente ignorá-la, seja porque não os perturbaram, seja porque que julgaram que a filosofia não tem que se meter com a história, realizando a tríplice façanha de esquecer Auschwitz e ignorar as cortinas de ferro além de não enxergar os dramas do Terceiro Mundo. Comportando-se como a razão, não tivesse utilidade para a ação e nem a filosofia tivesse desígnios sociais.

Acreditou-se, que o único futuro possível para a filosofia fosse a exploração de membros da subjetividade ou dos procedimentos formais do discurso científico.

A época da guerra fria pareceu muito pacífica para alguns herdeiros da fenomenologia e certos adeptos da análise lógico-linguística e, alguns filósofos promoveram debates polêmicos com outros pensadores.

Mas todos os filósofos e estudiosos se entenderam num ponto, a necessidade de preservar sua reflexão “profissional” de todo contato com o mundo.

Ao contrário, tomaram partidos na convicção de suas posições teóricas sobre a natureza do espírito ou sobre o fundamento da ciência e comandaram engajamentos determinados por ordem ética e política.

Entre tais pensadores há os defensores do liberalismo ocidental, tais como Karl Popper e Raymond Aron[20], mas também há filósofo para quem a liberdade será mais importante que o liberalismo (Sartre[21]) e, outro ainda que dedicou seu estudo à procura de um “terceiro caminho” Marcuse’ e, ainda outro, que acredita ser possível salvar o marxismo, dando-lhe novo sentido, Althusser[22].

Mas todos terão que enfrentar a realidade, seja em graus mais ou menos graves para ter suas esperanças e construir suas teorias. Por ironia, o principal formador de opinião do Ocidente durante toda guerra fria, Sir Karl Popper[23] é um ex-comunista. Encarnou o arquétipo de comunista arrependido, figura que após a insurreição húngara de 1956[24], se tornará mais frequente particularmente entre os intelectuais.

Para melhor entender todo itinerário político é preciso retornar aos relatos de Popper que deixou em sua autobiografia. Particularmente nas suas obras como “A busca inacabada” de 1974, ou então, as primeiras páginas “A lição deste século” (1992) onde há texto de entrevista concedida por Popper, dois anteriores ao seu falecimento.

Popper relatou que nascera numa família vienense, adepta aos pensamentos de esquerda. Como fora um jurista apaixonado pela história social, seu pai tinha densa e expressiva biblioteca com obras de Marx, Lassalle[25], Kautsky[26] e Bernstein[27].

Popper tinha somente doze anos quando então leu pela primeira vez sobre o socialismo. Logo que começara a Primeira Grande Guerra Mundial (1914-1918) abraçou espontaneamente a causa da paz.  Aliás, para Popper e para o resto de sua família o motivo da união austro-alemã[28] era simplesmente indefensável.

Após a queda do Império Austríaco no começo de 1919, um grupo de comunista dotado de convicções pacifistas aproximou-se dos bolcheviques e, não haviam sido os primeiros a pôr fim à guerra, pelo Tratado de Brest-Litovsk[29].

Desta forma e dentro desse contexto, Karl Popper considerou-se comunista. Depois de julho de 1919, por força da manifestação da qual participava, a polícia austríaca atirou sobre a multidão de manifestantes e os colegas de Popper foram atingidos e mortos. O que fez com o que filósofo tivesse uma reação emotiva sobre o episódio.

Tomou Popper súbita consciência de que a ideia de revolução implica no uso de violência e decidiu raivosamente romper com todas pontes com o comunismo. Tornou-se, então, antimarxista por pacifismo convicto e ortodoxo, ao qual Russel[30] ficou para sempre apegado.

Russell passou os anos 1950 e 1960 envolvido em várias causas políticas, principalmente relacionadas com o desarmamento nuclear e a oposição à Guerra do Vietnã.

O Manifesto Russell-Einstein de 1955 foi um documento pedindo o desarmamento nuclear assinado por 11 (onze) dos físicos nucleares mais proeminentes e intelectuais da época.

Ele escreveu muitas cartas aos líderes mundiais durante este período, e esteve em contato com Lionel Rogosin enquanto o último estava filmando seu filme antiguerra Good Times, Wonderful Times, em 1960. Tornou-se um herói para muitos dos membros da juventude da New Left.

No início de 1963, em particular, Russell tornou-se cada vez mais crítico quanto à desaprovação do que ele sentia serem políticas quase genocidas do governo dos EUA no Vietnã do Sul. Em 1963, Russell tornou-se o primeiro destinatário do Jerusalem Prize, um prêmio para os escritores preocupados com a liberdade do indivíduo na sociedade. Em outubro de 1965, o filósofo rasgou o cartão do Partido Trabalhista Inglês (Labour Party), porque suspeitava que o partido iria enviar soldados para apoiar os EUA na Guerra do Vietnã. Ao longo de sua vida Russell, escreveu diversos livros e ensaios criticando e propondo novas soluções para a sociedade em diferentes momentos, desde a virada do século XIX até boa parte do século XX.

Em “Roads to Freedom: Socialism, Anarchism, and Syndicalism”, o autor sugere um modelo de socialismo de guilda – alternativo ao socialismo soviético -, baseando-se em críticas ao próprio socialismo, bem como ao anarquismo e ao sindicalismo.

Aliás, Russell propôs, em sua autobiografia, um “código de conduta” liberal baseado em dez princípios, à maneira do decálogo cristão “Não para substituir o antigo”, diz Russell, “mas para complementá-lo”.

Os dez princípios são:

Não tenhas certeza absoluta de nada;

Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz;

Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso. Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória que depende da autoridade é irreal e ilusória;

Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas;

Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te;

Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram, um dia, consideradas excêntricas;

Encontra mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda;

Seja escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la;

Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.

 

Num estudo aprofundado de “O Capital”, Popper descobriu que o capitalismo não pode ser melhorado por meio de reformas, mas deve ser destruído para ser substituído por sistema econômico diametralmente diferente.

É segundo a visão de Popper a destruição do capitalismo é mesmo inevitável em face as próprias leis que regem o desenvolvimento da economia capitalista.

Popper, estando convencido de que essas duas teses constituem a derradeira justificação para o uso da violência pelo movimento comunista, é que faz com que o filósofo se dedique a combatê-lo pelo resto de sua vida.

Tal qual Russel, Popper passou com facilidade da luta política à pesquisa epistemológica[31] e vice-versa. Popper, na sua cruzada antimarxista, tem duas obras que se destacaram. Em “A Miséria do historicismo” de 1935 e reescrito em 1944, aponta o historicismo como a doutrina de maior repulsa.

Historicismo que não designa e apenas refere as tendências de reduzir o conteúdo de um conceito ao que revela o estudo de sua gênese histórica, mas, principalmente segundo a qual a própria história obedeceria às leis que se entendidas, permitem em parte antecipar o futuro.

Curiosamente, Popper enxergou na crença historicista que fora compartilhada também por Hegel e Marx, mas também por muitos historiadores profissionais incluindo os liberais pois a expressão de uma fé irracional é atitude incompatível com atitude autenticamente científica.

A história para Popper não poderia obedecer a leis e, mesmo a própria ideia de que exista uma lei histórica representa uma contradição em termos. Para justificar tal entendimento em 1950, Popper escreveu artigo intitulado “Indeterminism in quantum physics and in classic physics” para deduzi-los do indeterminismo da física quântica também não fora mais persuasiva.

Apreciando as dificuldades em se aplicar as leis às ciências sociais[32] chegou à conclusão de ser impossível a priori, privando assim a história de toda a possibilidade de tornar-se uma disciplina puramente científica.

Em “A Sociedade aberta e seus inimigos” de 1945 traçou empreendimento de outra amplitude, apesar da obra ter obtido um razoável êxito, mas que acabou por envelhecer, vindo a retomar, a partir da distinção de Bergson entre moral fechada fundada na obrigação e moral aberta (ligada às aspirações ideais de pessoa).

Popper partiu de hipótese aleatória de que o historicismo correspondia ao núcleo do pensamento dialético e implicaria na tendência de se voltar a uma sociedade fechada e tribal, e ipso facto, acarreta o desprezo de qualquer exigência de liberdade individual.

Mas a obra teve o mérito principal de representar a experiência empírica de uma ligação anterior e interior de algumas filosofias como a de Heráclito, Platão, Aristóteles, Hegel e Marx (todos os pensadores nitidamente dialéticos[33]).

Naturalmente, não se pode insistir na caricatura de Heráclito. Já Platão fora muito esquematizado enquanto que Aristóteles fora arrebatado pela mediocridade de espírito.

Aliás, a crítica ao tribalismo de Heráclito fora inescrupulosa tanto que depois de retocá-la, em 1963, Popper abandonou, em definitivo, a tradição francesa de “A sociedade aberta e seus inimigos”.

Quanto à Hegel fora desqualificado com a afirmação herdada de Moore, Russel e Carnap[34] de que suas obras são ininteligíveis, trazendo “fórmulas retumbantes com palavreado pretensioso”.

E, durante toda a guerra fria, a filosofia analítica, de forma praticamente unânime, se aterá a esse julgamento. A análise de Popper quanto aos perigos do nacionalismo alemã fora exemplificada por Fichte. Quanto à Marx, percebe-se que recebera tratamento privilegiado, se o compararmos com o de seus predecessores.

Até porque Popper decidiu incluir Marx entre os “libertadores da humanidade” e, agradeceu ao filósofo o capítulo dedicado a jornada de trabalho proletário[35].Chegou a afirmar in litteris: “O marxismo moral deve sobreviver”. O que não o impediu de tentar destruir a base do marxismo científico. Afinal, a pretensão do marxismo em fundar uma ciência da história não resiste ao exame.

Não apenas a história não tem sentido como também não obedece a nenhuma lei específica e não pode tornar-se objeto da ciência. Marx confundir a predição científica como vaticínio e, assim se tornou um falso profeta.

Os campos de concentração foram utilizados pelo regime nazista para aprisionar milhares de pessoas nas décadas de trinta e quarenta do século XX. Pelo menos vinte mil campos foram usados entre 1933 a 1945, a Alemanha, acrescidos de outros doze países que foram ocupados pelos nazistas antes e durante a Segunda Grande Guerra Mundial (1939-1945).

Os campos de concentração, inicialmente foram usados para receber presos políticos tais como os socialistas e comunistas. E, o primeiro a ser construído foi o de Dachau, em 1933, perto da cidade de Munique. Mas, durante a guerra, o número de campos de concentração fora ampliado e, cada um possui uma função específica.

Os campos foram construídos na Áustria, Bielorrúsia, Croácia, Estônia, França, Itália, Noruega, Países Baixos, Polônia, República Tcheca e Ucrânia. Existiam basicamente três tipos de campos, a saber: de trânsito, de trabalhos forçados e de extermínio.

Os de trânsito serviam para concentrar número expressivo e grande de prisioneiros, normalmente judeus que seriam transportados para os campos de extermínio. Como exemplos temos: Drancy na França e Thersienstadt na República Tcheca.

Os de trabalho forçado era onde os prisioneiros eram forçados a trabalhar sem descanso e recebendo ração mínima para sobreviver. Como exemplos temos; Bor, na Sérvia, Plazów, na Polônia.

Os de extermínio eram onde os prisioneiros eram conduzidos para a morte em câmaras de gás[36]. E, apenas umas pouquíssimas pessoas sobreviviam e trabalhavam. Exemplificando temos: Sobibor e Treblinka, na Polônia.

Mas, tal classificação não significava que um campo de trabalho forçado não pode ser também de extermínio e, vice-versa. Em todos os campos de concentração, inclusive nos de trânsito, o índice de mortalidade de prisioneiros era alto por conta de péssimas infraestruturas.

Após Dachau, que funcionou durante doze anos, foram abertos seis campos com a finalidade de extermínio em massa: Chelmno, Auschwitz-Bikernau[37], Belzec, Majdanek, Sobibor e Treblinka. Todos esses estavam localizados na Polônia.

A construção do primeiro projeto específico para o assassinato em massa foi Chelmno, em 1941. No ano seguinte, os restantes já estavam funcionando.

As mortes ocorriam também pelos trabalhos forçados a que eram submetidos os prisioneiros, bem como doenças, torturas, fome[38] e frio. A estimativa é de que onze milhões de pessoas tenham morrido nos campos de concentração nazistas.

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As experiências médicas estão entre as principais marcas da crueldade dos campos de concentração nazistas. Entre outras justificativas para sua realização estava a melhoria das taxas de sobrevivência dos soldados alemães e o aperfeiçoamento do conhecimento de tratamentos e procedimentos clínicos.

Muitos eram dolorosos, desnecessários e cruéis, não raro levavam os prisioneiros à morte. No campo de concentração de Dachau, os prisioneiros foram submetidos às câmaras de pressão, congelamentos para análise da hipotermia ou obrigados a beber água salgada para estudar a potabilidade da água. Ali também foram conduzidas pesquisas usando os detentos para o desenvolvimento de vacinas contra a malária e a tuberculose.

O maior e o mais famoso dos campos de concentração nazista foi Auschwitz, onde 1,1 milhão de pessoas foram assassinadas e incluía três grandes campos como o de Birkenau destinado apenas às mulheres[39] e 45 subcampos. Foi construído logo após a invasão alemã e, inicialmente, estava apenas destinado aos prisioneiros que se opunham ao regime nazista em terras polonesas.

Três quilômetros adiante, os nazistas ergueram outro campo de concentração destinado a receber prisioneiros soviéticos, com cerca de quinze mil que estiveram no local e nenhum sobreviveu. Posteriormente, Auschwitz tornaria o destino final e fatal de milhares de judeus vindo de todas as partes da Europa. Sua principal característica é que os prisioneiros tinham um número de série tatuado em seus braços[40].

E, também foi o campo onde houve maior número de sobreviventes. E, felizmente, puderam narram o que viveram e testemunhar o terror vivido do holocausto. Porrajmos é o termo romano para o Holocausto e significa “devorando”.

Auschwitz era um campo de concentração destinado a implementar a chamada solução final, também denominada de holocausto judeu. Tal expressão fora criada por historiados norte-americanos para designar assassinato em massa sofrido por judeus. Mas, se trata de termo controverso, pois holocausto remete semanticamente ao sacrifício de Deus.

Calcula-se aproximadamente que seis milhões de judeus foram imolados e assassinados durante o período da segunda guerra, seja por câmara de gás, ou por outros métodos, tais como fome e doenças.

A entrada exibe a irônica frase: Arbeit Macht Frei que significa “O Trabalho Liberta”[41]. Birkenau era o palco das seleções promovidas por médicos nazistas à chegada no campo, no local conhecido como rampa. Também neste local ficavam a maioria dos prisioneiros e havia uma área destinada a mulheres e ciganos

O transporte dos prisioneiros até Auschwitz ocorria em trens de carga para gado. A massa de presos era formada por judeus, ciganos, homossexuais e outros desafetos do regime nazista. À chegada, eram saqueados. Seus bens permaneciam nos vagões e integravam uma fila onde seriam separados entre aptos ou não ao trabalho por médicos nazistas.

Em geral, mulheres grávidas, crianças, deficientes e idosos eram enviados diretamente à câmara de gás. Os demais seriam conduzidos ao trabalho forçado[42] ou às temíveis experiências médicas. Cada uma das quatro câmaras de extermínio de Auschwitz[43] tinha a capacidade para executar duas mil pessoas por dia. As vítimas eram informadas que passariam por um processo de desinfecção, onde se livrariam de piolhos. Por isso, entravam voluntariamente nas câmaras.

Após o processo de asfixia por gás, os corpos das vítimas passavam por mais um saque. Dessa vez, equipes de prisioneiros eram obrigadas a retirar alianças, joias e os dentes de ouro dos cadáveres. Os pertences[44] eram enviados para a Alemanha e os corpos levados para o conjunto de crematórios. As câmaras de gás de Auschwitz operaram entre 1941 e 1944.

Quando os soviéticos chegaram ao campo, a fim de libertar as cerca de sete ou oito mil pessoas prisioneiras, encontraram muita resistência do exército nazista, a SS – guarda de Adolf Hitler e vários soviéticos morreram.

Antes, e com a aproximação dos soviéticos, o exército nazista havia começado a destruir as câmaras de gás a fim de eliminar os vestígios de terror daquele local e a evacuar cerca de sessenta mil prisioneiros. Obrigados a caminhar durante quilômetros, na conhecida “marcha da morte”[45], cerca de quinze mil prisioneiros morreram.

Todo mundo reconhece que o cenário dos campos de concentração era mesmo tenebroso e, Auschwitz com suas câmeras de gás e suas sombrias histórias é um dos maiores símbolos desse período trágico do século XX.

Era localizado na Polônia, em Oswiecim, e entrou em atividade em 1940, em meados de janeiro, quando os soviéticos invadiram o local e prenderam os nazistas. E, nesse contexto, milhares de prisioneiros já haviam morrido ou pereceram nos quarenta e oito campos do complexo penitenciário.

Quando finalmente foram abertas as portas do campo, havia mais de sete mil pessoas que ainda sobreviviam lá. Além dos vivos, os soviéticos encontraram muito sofrimento e um cenário repleto de horrores praticados especialmente nos laboratórios médicos.

Na época da ocupação soviética foram encontrados apenas setecentos e cinquenta nazistas que trabalhavam em Auschwitz e foram punidos pelos crimes praticados. Irma Grese ou A Cadela de Belsen, como fora alcunhada, era uma das nazistas mais sanguinárias de Auschwitz. Encarnava a crueldade, andava armada com pistola e chicote e colecionava, em seu quarto, artigos feitos e manufaturados com pele humana, entre os quais abajures de diferentes tamanhos.

Segundo os economistas da época um total de setecentos milhões de dólares foi gerado por meio do trabalho escravo em Auschwitz, durante o holocausto. As atrocidades somente foram descobertas através de um soldado polonês, chamado Witold Pilexki foi enviado ao local voluntariamente, com a intenção de espionar e levantar o maior número possível de informações e fugir, para então, relatar o que os judeus estavam vivendo na pele.

Stella Kluber-Isaacksohn é o nome da judia que durante o Holocausto condenou mais de três mil judeus que tentavam fugir do campo de concentração, a fim de salvar a sua própria família. Mas, ela continuou a ser informante depois de 1943, quando sua família, inevitavelmente já havia sido enviada para campo de concentração.

Em contrapartida, Simon Wiesenthal (1908-2005), sobrevivente do Holocausto, conhecido como “O Caçador de Nazistas”, foi responsável pela prisão e julgamento de mais de 1.100 criminosos no pós-guerra.

Um dos guardas do campo de concentração acabou por se apaixonar por uma das prisioneiras e acabou salvando sua vida várias vezes durante o Holocausto. Em troca, ela testemunhou a favor dele quando terminou a guerra e foram libertados os judeus dos campos de concentração.

Para sobreviver durante dois anos de estadia em Auschwitz, o lutador judeu Salamo Arouch fora obrigado a lutar contra outros prisioneiros, e foram mais de duzentos combates vencidos. Os adversários que perdiam eram executados na câmara de gás. O lado bom é que sobreviveu a tudo isso, e só faleceu com oitenta e seis anos em 2009 em Israel.

Um dos ícones famosos do nazismo fora o médico Joseph Mengele[46], um médico que atuou em Auschwitz e, fora responsável por experimentos bizarros com pessoas vivas e mortas, além de impingir torturas, um de seus experimentos atrozes conhecido foi o com os gêmeos.

Computou-se que durante cinco anos de funcionamento, Auschwitz recebeu cerca de 1,3 milhão de pessoas em média e, desse total, 1,1 milhão morreu, incluindo-se homens, mulheres e crianças. Aliás, o número de mortes nesse campo de concentração soma número superior ao total de morte de britânicos e americanos juntos, durante toda a segunda guerra mundial.

Ao contrário de outros genocídios em que as vítimas são, muitas vezes, capazes de escapar da morte por se converterem a outra religião, aqueles de ascendência judaica só poderiam ser poupados se seus avós se convertessem ao cristianismo antes de 18 de janeiro de 1871 (a fundação do Império Alemão).

Engana-se quem acredita que o símbolo do nazismo nasceu com o Partido Nacional-Socialista Alemão. Em verdade, a suástica é bem mais antiga que a própria Alemanha. Conta com pelo menos cinco mil anos e foi utilizada por diversas civilizações e seria “condutora do bem-estar. ”

O desenho é encontrado em registros de povos mesopotâmicos, que viveram cerca de 3 mil anos antes de Cristo e também em ruínas de civilizações da América Central. A suástica passou a simbolizar o partido nazista por sugestão do poeta alemão Guido von List.

Auschwitz significou a concretização de uma ideologia alemã que assolou o mundo com barbárie e requintes de crueldade. Antes que fosse libertado pelo exército comunista soviético, os responsáveis do campo destruíram todo tipo de provas para apagar as marcas das atrocidades cometidas. Mas, não adiantou porque o registro ficou para semprena história da humanidade, como uma página de sangue e dor.

 

Autores:

Ramiro Luiz Pereira da Cruz.

Gisele Leite

 

Referências:

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________________ Campos de Concentração nazistas. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/campos-de-concentracao-nazistas/  Acesso em 10.20.2018.

Webtudo. Os 30 fatos assustadores sobre o Holocausto. Disponível em: https://webtudo.net/os-30-fatos-assustadores-sobre-o-holocausto/ Acesso em 11.10.2018;; História da Historiografia. Ouro Preto. Edufop, 2011. Número 7. Nov. /dez. 2011, 391 p. São Paulo: M Books, 2015.

BEEVOR, Antony. Berlim 1945: A Queda. Rio de Janeiro: Record, 2004.

CAWTHORNE, Nigel. Uma Breve História da Segunda Guerra Mundial.

DELACAMPAGNE, Christian. História da Filosofia no Século XX. Tradução Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

HACSTINGS, Max. Inferno: O Mundo Em Guerra 1939-1945. São Paulo: Editora Intrínseca, 2012.

JORDAN, David. História da Segunda Guerra Mundial – A Maior e Mais Importante Guerra de Todos os Tempos. São Paulo: M Books, 2010.

LUÍSA. Conteúdo Agridoce. O significado das tatuagens no Holocausto. Disponível em: http://conteudoagridoce.blogspot.com/2011/08/tatuagens-no-holocausto-significado.html#axzz5TtTPkRiJ Acesso 10.10.2018.

STAFFORD, David. Fim de Jogo, 1945. São Paulo: Objetiva, 2013.

 

NOTAS DE FIM

[1] Entre os eventos marcantes do mesmo ano temos: 12 de abril o então Presidente dos EUA Franklin Delano Roosevelt morre em decorrência de uma hemorragia cerebral, seu vice-presidente Harry Truman assumiu o seu cargo; 6 e 9 de agosto quando houve os bombardeamentos das cidades japoneses de Hiroshima e Nagasaki; 17 de agosto quando foi declara a independência da Indonésia, porém, só fora reconhecida em 27 de dezembro de 1949; 2 de setembro quando é declarada oficialmente terminada Segunda Guerra Mundial, com a vitória Aliada e, finalmente, 29 de outubro quando Getúlio Vargas é deposto da presidência da República do Brasil, extingue-se o Estado Novo.

[2] Os americanos batizaram o B-52 com o nome de Enola Gay, bem como o artefato (a bomba) de Little Boy.

[3] Era um pacto de não agressão entre o Japão e a União Soviética assinado em 13 de abril de 1941, dois anos após a breve Guerra de fronteira (1939). Os signatários do pacto foram o Ministro dos Negócios Estrangeiros Matsuoka Yosuke, do Japão e, o também Ministro Viatcheslav Molotov. Em 5 de abril de 1945, a União Soviética, informou ao Governo do Japão a anulação do tratado.  Pouco mais de quatro meses depois, a URSS declarou guerra ao Império do Japão, com a realização da “Operação Tempestade de Agosto”, cumprindo sua promessa de entrar na Guerra do Pacífico, três meses após o fim da Guerra na Europa, quebrando pacto no processo.  Parte do corpo de embaixadores que fizeram parte deste tratado e do Pacto Molotov-Ribbentrop durante a Guerra Fria desertarão e passaram a apoiar a CIA.

[4]Shoah ou holocausto foi um documentário francês sobre o Holocausto dirigido por Lanzmann. Contendo mais de nove horas de duração e traduzindo onze anos de experiência, o filme apresenta entrevistas do diretor com sobreviventes, testemunhas e perpetradores de torturas durante as visitas aos locais do Holocausto na Polônia, incluindo-se os campos de extermínio. Simone de Beauvoir saudou como uma obra-prima pura, enquanto que o documentarista Marcel Ophülus a chamou de o maior documentário sobre a história contemporânea de todos os tempos. O filme não foi bem recebido na Polônia, pois o governo local argumentou que o filme acusou o país de ter cumplicidade no genocídio nazista.

[5] É oposição ou hostilidade ao judaísmo e seus praticantes. É distinto do antissemitismo por ser baseado no repúdio religioso, ou de outro motivo, às práticas ou crenças religiosas, e não em supostos fatores raciais. No livro “In Toward a Definition of Antisemitism”, o historiador Gavin I. Langmuir estabeleceu uma diferenciação entre o antijudaísmo medieval, em que o judeu era detestado pelos cristãos por seguir um sistema de crenças concorrente, do antissemitismo medieval, em que o judeu era visto como uma criatura irreal e demoníaca, um monstro criado por rumores. No século VI, no Reino Visigótico, as injustas coações e imprudências que foram praticadas contra a comunidade judaica hispânica para forçá-los a abraçar a fé cristã levou à criação de um “problema judaico”, que muito perturbou a vida desse reino.

[6] Torá em hebraico significa instrução, lei ou apontamento. É derivada da palavra em hebraico yarah, instrua, dirija, mostre, é designada como sendo, um rolo de pergaminho no qual os cinco livros de Moisés foram escritos, também a primeira das três divisões do cânon judeu. Torá; os 5 livros tratam acerca do Eterno e da aliança e seus termos com relação ao povo escolhido para exercer a função de representantes do caminho de Teshuvá. Trata das inúmeras vezes em que o povo vacila e descumpre simples leis de convívio pacífico; peca, por falta de sabedoria para com a Mitzvá. A Torá é mais antiga que o mundo, pois existiu 947 gerações ou 2.000 anos antes da Criação. As cinco partes que constituem a Torá são nomeadas de acordo com a primeira palavra de seu texto, e são assim chamadas: בראשית, Bereshit – No princípio conhecido pelo público não-israelita como Gênesis שמות, Shemot – Os nomes ou Êxodo; ויקרא, Vayikrah –E chamou ou. Levítico; במדבר, Bamidbar– No deserto (ermo) ou Números; דברים, Devarim – Palavras ou Deuteronômio. Geralmente suas cópias são feitas à mão, em rolos, e dentro de certas regras de composição, usadas para fins litúrgicos, são conhecidas como Sefer Torá, enquanto suas versões impressas, em livros, são conhecidas como Chumash ou Humash.

[7] Concílio de Latrão pode designar um dos cinco concílios ecumênicos do cristianismo realizados na Arquibasília de São João de Latrão em Roma. O primeiro Concílio de Latrão em 1123, foi o novo concílio que debateu a questão das investiduras, ponto principal da reforma gregoriana; Segundo Concílio de Latrão em 1139, foi o décimo concílio e pôs fim ao cisma do antipapa Anacleto II; Terceiro Concílio de Latrão em 1170 que fora o décimo-primeiro concílio e estabeleceu as normas para a eleição do papa; Quarto Concílio de Latrão em 1215, o décimo-segundo concílio, condenou o catarismo, definiu a transubstanciação e impôs a obrigação da assistência à missa pascal; Quinto Concílio de Latrão (de 1512 a 1517) foi o décimo-oitavo concílio, o último antes da Reforma Protestante.

 

[8] Quarto Concílio de Latrão ou Quarto Concílio Laterano foi convocado pelo Papa Inocêncio III por meio da bula Vineam domini Sabaoth, de 19 abril de 1213, para ser celebrado, em novembro de 1215, na Brasília de São João de Latrão, em Roma. Destaca-se por ter convocado a Quinta Cruzada, definido o papel da Eucaristia na Igreja por meio da declaração do dogma da transubstanciação, da doutrina “fora da igreja não há salvação”, da obrigatoriedade da confissão anual e de novas leis sobre consanguinidade e o casamento. Foi o maior concílio realizado pelo Papa Inocêncio III e, teve maior participação de bispos de toda a Antiguidade, idade Média e Idade Moderna, sendo o ponto mais alto e relevante do papado do século XI a XIII. A partir daí o Concílio teve três sessões: no próprio dia 11, e nos dias 20 e 30 de novembro. O primeiro sermão de Inocêncio, na abertura do Concílio, em 11 de novembro de 1215 tornou-se famoso e iniciava-se com as palavras de Cristo:  Desiderio desideravi hoc pascha manducare vobiscum, antequam partiar (“Desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco, antes de partir”), e ali Inocêncio define que o Concílio tinha como principal objetivo a libertação da Terra Santa pela cruzada, e a reforma da Igreja.

[9] O darwinismo social é a teoria da evolução da sociedade e, recebe tal norma pois se baseia na teoria desenvolvida por Charles Darwin (1808-1882) no século XIX. Acredita na premissa da existência de sociedades superiores às outras. E, nessa condição, as que se sobressaem física e intelectualmente devem e acabam por se tornar as governantes. E, por outro lado, as outras, menos aptas, e provavelmente inferiores, deixariam de existir porque não seriam capazes de acompanhar a linha evolutiva da sociedade. De sorte, que tais povos inferiores logo entrariam em extinção acompanhando o princípio de seleção natural da teoria da evolução. Em razão dessa teoria é que se considera a sociedade em raça inferior e raça superior. E a chamada superioridade racial lastreada em ideais nacionalistas e consiste em um pensamento preconceituoso e racista. Além das situações europeias citadas acima, destacamos como exemplo da teoria de Herbert Spencer o nazismo e o fascismo. A Alemanha, o movimento nazista tinha como dogma a superioridade da raça ariana e resultou no extermínio de milhares de pessoas, especialmente judeus, no conhecido holocausto.

[10] Cianeto de potássio ou cianureto de potássio é composto químico altamente tóxico. É o íon cianeto que causa a intoxicação. Os cianetos possuem utilizações importantes como:  na revelação fotográfica e na produção de plásticos, acrilato e colas instantâneas (cianoacrilato). O cianeto de ouro é usado para a douração de certos metais, a frio (sem a necessidade de processo de eletrólise). O cianureto é encontrado na natureza em diversas plantas, como nas sementes lenhosas de algumas frutas, e em uma variedade da mandioca, vulgarmente chamada de mandioca-brava: uma planta sul-americana altamente tóxica quando in natura, mas sua raiz é muito consumida e apreciada na forma de farinha torrada, quando perde suas toxinas. Mas infelizmente ficou mais conhecido para ocasionar a morte de pessoas.  Os cianetos possuem utilizações importantes como: na revelação fotográfica e na produção de plásticos, acrilato e colas instantâneas (cianoacrilato). O cianeto de ouro é usado para a douração de certos metais, a frio (sem a necessidade de processo de eletrólise).

[11] Paul Joseph Goebbels (1897-1945) foi político alemão e Ministro da Propaganda na Alemanha Nazista 1933-1945) sendo um devoto apoiador de Hitler, ficou conhecido por notável capacidade oratória em público, seu fanatismo e antissemitismo, e sua crença na conspiração internacional judaica o que levou a apoiar plenamente o extermínio de judeus no Holocausto. Ambicionava ser escritor e obteve o grau de Doutor em Filosofia na Universidade de Heidelberg em 1921. Em, 1924 aderiu ao Partido Nazi, onde trabalho com Gregor Strasser, onde começou a se interessar pelo uso de propaganda para promover o partido e o seu programa. Com a chegada ao poder dos nazistas em 1933, assumiu o Ministério da Propaganda e rapidamente conseguiu o absoluto controle da imprensa, arte e informação em toda Alemanha. Era adepto em usar o rádio e filmes para fins de propaganda. Seus temas centrais era o antissemitismo, os ataques ao bochevismo e, após o início da Segunda Guerra Mundial, a tentativa de moldar a moral. A família Goebbels incluía Harald Quandt (filho de Magda do seu primeiro casamento, nascido em 1921), Helga (1932), Hilde (1934), Helmuth (1935), Holde (1937), Hedda (1938) e Heide (1940) foram todos mortos em suicídio coletivo. Harald foi o único membro da família a sobreviver à guerra. Na madrugada do dia 1º de maio de 1945 foi dito às crianças que elas deixariam o bunker pela manhã. No mesmo dia Magda conseguiu altas quantidades de morfina, que ela aplicou aos seus seis filhos, para depois envenená-los com cianureto.  Após matar, o casal também seguiu o caminho da morte.  Os corpos dos dois foram queimados para não serem reconhecidos após a guerra.

[12]Na entrada de cada campo de extermínio, havia um processo de Selektion ou Seleção. Mulheres grávidas, crianças pequenas, doentes, deficientes e idosos foram imediatamente condenados à morte.

[13] Herbert Spencer (1820-1903) foi filósofo, biólogo e antropólogo inglês, bem como um dos representantes do liberalismo clássico. Foi profundo admirador da obra de Charles Darwin, sendo dele a “sobrevivência do mais apto” e, em sua obra procura aplicar as leis da evolução a todos os níveis da atividade humana. Teve suas ideias enormemente distorcidas. Essas distorções lhe renderam a alcunha de Pai do Darwinismo Social. Porém, Spencer jamais usou tal termo ou mesmo defendeu a morte de indivíduos mais fracos assim como foi um notável opositor de governos militares e autoritários, de qualquer forma de coletivismo, do colonialismo, do imperialismo e das guerras. E, estudou o comportamento humano como órgão biológico. Por volta de 1870 e 1880 Spencer tinha alcançado uma popularidade sem precedentes, como o grande volume de suas vendas indica.  Foi provavelmente a primeira e talvez a única vez na história, que um filósofo vendeu mais de um milhão de cópias de seus trabalhos durante a sua vida. Nos Estados Unidos, onde as edições piratas ainda eram comuns, sua editora autorizada, a Appleton, vendeu 368.755 cópias entre 1860 e 1903. Este valor não difere muito de suas vendas na sua Inglaterra natal, e uma vez que as edições do resto do mundo são adicionadas a figura de um milhão de cópias parece ser uma estimativa conservadora.

[14]A palavra “Holocausto” é do grego holo “inteiro” + kaustos “queimado”. Refere-se a um sacrifício animal em que todo o animal é queimado. É também conhecido como Shoah, que é o hebraico para “destruição”. Os termos “Shoah” e “Solução Final” sempre se referem à exterminação nazista dos judeus e “o Holocausto” refere-se ao genocídio geral causado pelos nazistas, enquanto o termo geral “holocausto” pode se referir ao assassinato em massa de qualquer grupo por qualquer governo.

[15] O maoísmo pode ser compreendido como expressão do pensamento de Mao Tsé-Tung com o principal fito de orientar a ação revolucionária na China dentro do contexto da guerra fria na qual a China era aliada a URSS. Podemos afirmar que a principal característica do maoísmo foi o reconhecimento da importância das massas camponesas pobres, que era a maioria da população chinesa. Em outubro de 1934 iniciou-se a chamada Grande Marcha e Mao ocupou um posto que se tornaria vitalício: o de chefe do Partido Comunista Chinês. Em outubro de 1949 instituiu-se oficialmente a República Popular da China e Mao tornou-se em 1954 presidente da república. Quatro anos antes a China tinha-se aliado à Rússia no contexto da Guerra Fria, tendo igualmente participado na guerra da Coreia em favor da Coreia do Norte e na do Vietnã contra a França. O método maoísta de revolução pode ser considerado o inverso do praticado pelos bolcheviques na URSS. Ao contrário dos bolcheviques que partiram dos centros urbanos, com a organização de soldados e operários, em direção aos campos, os chineses escolheram o campo como o início da revolução.

[16] A bomba continha em sua carga urânio 235, tinha cerca de 3 metros de comprimento e pesava 4 toneladas. Batizada de “Little Boy”, foi lançada a uma distância entre 500 e 600 metros acima da cidade de Hiroshima e a destruiu. 86% de pessoas que estavam a 1 km da explosão morreram instantaneamente. Tudo virou pó e os corpos foram desintegrados, de modo que não havia cadáveres para contar.

[17] Em alemão: Berliner mauer foi uma barreira física construída pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental que era socialista) durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental (capitalista), separando-a da Alemanha Oriental (socialista) incluindo Berlim oriental.  Construído na madrugada de 13 de agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro era patrulhado por militares da Alemanha Oriental Socialista com ordens de atirar para matar (a célebre Schießbefehl ou “Ordem 101”) os que tentassem escapar, o que provocou a separação de dezenas de milhares de famílias berlinenses.

[18] Seria uma hipotética guerra mundial travada entre as duas superpotências, com armas de destruição em massa, como tais as armas nucleares. A confrontação militar entre as superpotências generalizou uma situação que constituía uma ameaça extrema à paz mundial, com a guerra fria a ser efetuada entre os capitalistas os EUA e a socialista URSS. Albert Einstein assustado mencionou: “Não sei como será a Terceira Guerra Mundial, mas poderei vos dizer como será a Quarta: com paus e pedras”.

O Luís Inácio Lula da Silva afirmou que a terceira guerra mundial seria contra o Terceiro Mundo através da dívida externa. Em fevereiro de 2017, Robert Kagan, cientista político americano e cofundador do think tank Project for the New American Century, escreveu um artigo na americano revista Foreign Policy, no qual ele se preocupava com o potencial advento de uma Terceira Guerra Mundial em face do expansionismo territorial desproporcional, do crescente militarismo e da política hegemônica da Rússia (na Europa Oriental) e da China  (sobre as Ilhas Spratleys, Paracels e Senkaku), assimilaram-se a “potências revisionistas”, como a Alemanha Nazista ou o Japão Imperial,  responsáveis pela Segunda Guerra Mundial.

 

[19] Primeiro Mundo é um conceito da Teoria dos Mundos, originado de Guerra Fria, para descrever o conjunto de países que posicionaram- se a favor do capitalismo e se aliaram aos EUA durante a Guerra Fria. O termo também é usado para descrever os países desenvolvidos, já que a maioria dos países que compõem o primeiro mundo tem um considerável desenvolvimento econômico e social, e dessa maneira a maioria dos países hoje considerados desenvolvidos eram os que pertenciam ao Primeiro Mundo, embora haja exceções, como a Turquia, que pertence ao Primeiro Mundo, porém é um país em desenvolvimento. Os países de Primeiro Mundo, mas é um país em desenvolvimento. Os países de Primeiro Mundo opuseram-se, durante a Guerra Fria, aos países de Segundo Mundo, compostos pela URSS e seus aliados que defendiam o socialismo. Os países de Primeiro Mundo são os que pertencem à Europa Ocidental, à América Anglo-saxônica, além da Grécia, Turquia, Japão, Coreia do Sul, República da China (Taiwan), Austrália e Nova Zelândia.

[20] Raymond-Claude-Ferdinand Aron recebeu seu doutorado em filosofia da História em 1930. E, como professor da Universidade de Colônia, na Alemanha, presenciou a ascensão do nazismo. E, quando começou a segunda guerra mundial, em 1939, era docente de filosofia social na Universidade de Toulouse e, alistou-se na Força Aérea Francesa. Quando da ocupação da França, Aron foi para Londres, onde se aliou às forças do General de Gaulle e, editou, de 1940 a 1944, o jornal do Movimento de Resistência que tinha o nome de France Libre. Ao final do conflito mundial, em 1945, retornou para Paris, trabalhando como professor de sociologia. E era docente dessa mesma disciplina na Universidade de Sorbonne quando aconteceram os protestos dos estudantes de maio de 1968. Aron criticou o conformismo de esquerda e as tendências totalitárias dos regimes marxistas.

[21] Não há nada que possa eximir o homem da sua condição de ser livre e, consequentemente, da sua condição de responsabilidade diante de seus atos. Barreiras psicológicas, históricas ou socioeconômicas não são capazes de ofuscar a liberdade. Desse modo, o ser humano, fundamentando-se na sua estrita liberdade, vê-se a todo instante compelido a se inventar, posto que são suas escolhas que constroem a sua essência. Diante desta condição, cabe somente a ele estabelecer, através de suas ações concretas, os critérios que servirão de norte para as suas decisões, explicou o filósofo francês.

[22] Althusser, desde seus primeiros escritos, defendeu que Marx promoveu um corte epistemológico na teoria científica. Este corte, ou ruptura, significou o surgimento histórico de um novo “Continente científico”, de um novo dispositivo de conceitos teóricos de base, a ciência da história, e como toda ciência reconhecida está sempre liberta de sua pré-história e continua (sua pré-história lhe permanece sempre contemporâneo: como seu Outro) interminavelmente se libertando do modo de sua rejeição como erro, do modo daquilo que Bachelard chamou “a ruptura epistemológica”.

[23] Karl Popper é um dos mais famosos e contextualizados desta fase moderna que através de seu “Racionalismo Crítico” desenvolveu bases para vários pensadores contemporâneos. A filosofia expressa de Karl Popper se resume na experiência de que a teoria científica será sempre conjectural e provisória, ou seja, fica presumidamente inviável conferir a positividade do resultado de uma teoria apenas fazendo uma contestação provocativa do resultado uma previsão efetuada com base naquela teoria. O que se constrói aqui é um embasamento de que o resultado através das experiências e observações do mundo real fazem surgir apenas o caminho que determina o encontro das falsas bases da respectiva teoria.

[24] Revolução Húngara de 1956 ou Contrarrevolução fora uma revolta popular espontânea contra as políticas impostas pelo governo da República Popular da Hungria e pela URSS. O movimento durou de 23 de outubro até 10 de novembro de 1956. A revolta começou como uma manifestação estudantil que atraiu milhares que marcharam pelo centro de Budapeste até o parlamento. Uma delegação de estudantes entrando no prédio da Rádio Free Europe em uma tentativa de transmitir as suas demandas, mas foi detida. Quando a libertação da delegação foi exigida pelos manifestantes do lado de fora, eles foram alvejados pela Autoridade de Proteção de Estado (AVH) de dentro do prédio. As notícias espalharam-se rapidamente e desordem e violência irromperam por toda a capital. A revolta espalhou-se rapidamente pela Hungria, e o governo caiu. Milhares organizaram-se em milícias, combatendo a Polícia de Segurança do Estado (ÁVH) e as tropas soviéticas. Comunistas pró-soviéticos e membros da ÁVH eram frequentemente executados ou aprisionados, enquanto os antigos prisioneiros eram libertados e armados. Conselhos improvisados tiraram o controle municipal do Partido dos Trabalhadores Húngaros e exigiram mudanças políticas. O novo governo formalmente dissolveu a ÁVH, declarou a sua intenção de se retirar do Pacto de Varsóvia e prometeu livres eleições restabelecidas. Pelo final de outubro, as lutas tinham quase parado e um senso de normalidade começava a retornar.

[25] Ferdinand Lassalle (1825-1864) foi teórico socialista, escritor político alemão de origem judia. É considerado o precursor da socialdemocracia alemão, tendo sido contemporâneo de Marx e, ambos viveram durante a Revolução Prussiana de 1848 até romperem relações em 1864. Era combatido e ativo propagandista de ideais democrático, proferiu em 16 de abril de 1862, numa associação liberal-progressista de Berlim, a conferência que serviu de base para importante obra para o estudo do direito constitucional que fora já traduzido em português com título “A Essência da Constituição”. Cunhou o conceito sociológico de Constituição ao estabelecer que tal documento legal deve descrever rigorosamente a realidade política do país, sob pena de não ter efetividade, tornando-se assim mera folha de papel. Tal conceito nega que a Constituição possa mudar a realidade. A tese de Lassalle foi contraposta por Konrad Hesse, que elaborou o conceito concretista de Constituição, por considerar que a Constituição não é simples livro descritivo da realidade, o que a tornaria num simples documento sociológico, mas a norma jurídica, pelo que haveria de se estabelecer uma relação dialética entre o “ser” e o “dever ser”.

[26] Karl Johann Kautsky (1854-1938) foi filósofo tcheco-austríaco, jornalista e teórico marxista e um dos fundadores da socialdemocracia. Considerado uma das mais relevantes figuras da história do marxismo, tendo editado o quarto voluma Das Kapital, de Marx, as Teorias de Mais-Valia, que continua a avaliação crítica de Marx às teorias econômicas de seus predecessores. Estudou história e filosofia na Universidade de Viena em 1874, e se tornou membro do Partido Social Democrático da Áustria (SPÖ) em 1875. Viveu em Londres e se tornou amigo de Friedrich Engels e foi coautor o programa de Erfurt do partido socialdemocrata da Alemanha com August Bebel e Eduard Bernstein.

[27] Eduard Bernstein (1850-1932) foi político e teórico político alemão. Foi o primeiro grande revisionista da teoria marxista e um dos principais teóricos da socialdemocracia. Membro do Partido Socialdemocrata (SPD), e o fundador do socialismo evolutivo e do revisionismo. Bernstein tinha realizado estreita associação de Karl Marx e Friedrich Engels, mas ele viu falhas no pensamento marxista e começou a criticar opiniões defendidas pelo marxismo quando ele investigou e desafiou a teoria marxista materialista da história. Rejeitou partes significativas da teoria marxista que eram baseadas na metafísica hegeliana, e rejeitou a perspectiva da dialética hegeliana. Bernstein distingue entre o início de marxismo como sendo sua forma imatura: a exemplo do Manifesto Comunista escrito por Marx e Engels em sua juventude, o qual ele se opunha por considera-lo semelhante a violenta tendência do blanquistas; em fase posterior do marxismo como sendo sua forma madura que ele apoiou. Esta forma madura do marxismo refere-se a Marx em sua vida depois de reconhecer que o socialismo poderia ser alcançado através de meios pacíficos através de uma reforma legislativa em sociedades democráticas. Sem a necessidade de uma revolução, afirmou Bernstein, que a ética pode ser restaurada para o socialismo em um sistema capitalista, com o Estado como um bem essencial para os trabalhadores.

[28]Anschuluss é palavra do idioma alemão que significa conexão, anexação, afiliação ou adesão. É usada pela História para se referir à anexação político-militar da Áustria por parte da Alemanha em 1938. Esse termo é oposto da palavra Anschuluss que caracteriza a exclusão de Áustria no Reino da Prússia. No tratado de Saint-Germain-en-Laye de 1919, que pôs fim ao Império Austro-Húngaro, o artigo 88 estipulava expressamente que a união de Áustria com Alemanha ficava proibida, mas a maioria dos habitantes que falavam o alemão apoiavam uma união com a Alemanha. Como se sabe, a Áustria, na tradição do Império Austro-Húngaro, era uma nação multiétnica e multicultural. Em Viena e nas principais cidades austríacas viviam pessoas que falavam línguas diversas (alemão, húngaro, checo, croata, iídiche etc.) e praticavam as mais diferentes religiões (católicos – cerca de 73,6% da população, luteranos, judeus, cristãos ortodoxos). O imperador da Áustria tinha sido a figura política que tinha dado coesão à sociedade multicultural do Império Austro-Húngaro. Esse papel centralizador não tinha então um correspondente na nova sociedade austríaca. Muitas famílias judaicas, por exemplo, recordavam com saudade esses tempos idos. A nova sociedade austríaca vivia sob o signo do antissemitismo/antijudaísmo e das dificuldades da coexistência multicultural. Muitos austríacos, aqueles que eram de origem germânica (como Adolf Hitler) aspiravam a uma nação livre destas outras etnias, que eles desdenhavam. Aos olhos de Hitler, o ideal a seguir era o do pangermanismo: uma nação com uma só língua e etnia.

[29] Tratado de Brest-Litovski foi um tratado de paz assinado entre o então novo governo bolchevique russo e as Potências Centrais (Império Alemão, Austro-Húngaro Bulgária e Império Otomano) em 3 de março de 1918, em Brest e atual Bielorrússia, pelo qual era reconhecida a saída da Rússia no conflito. O governo bolchevique também anulou todos os acordos do Império Russo com seus aliados da Primeira Grande Guerra Mundial. O governo russo também perdoou as dívidas do governo otomano no acordo. As negociações de paz entre a Tríplice Entente e as Potências Centrais seriam iniciadas em 22 de dezembro de 1917, uma semana após o armistício de Brest-Litovsk. Revolução Russa de 1917 foi o principal motivo da saída da Rússia da primeira Guerra Mundial e uma das prioridades do recém-criado governo bolchevique.  A guerra tornara-se impopular entre o povo russo, devido às imensas perdas humanas (cerca de quatro milhões de mortos). Leon Trotsky, no exercício das relações exteriores do governo bolchevique, pressionou França e Reino Unido para que iniciassem em conjunto o processo de paz, encerrando a Primeira Guerra Mundial. Porém, sem obter resposta, ameaçou iniciar esse processo de forma solitária, o que de fato ocorreu. Os termos do Tratado de Brest-Litovski eram humilhantes. Mesmo Lênin, defendendo a paz, chamou o tratado de “paz vergonhosa”. Através deste, a Rússia abria mão do controle sobre a Finlândia, Países Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia), Polônia, Bielorrússia e Ucrânia, bem como dos distritos turcos de Ardaham e Kars, e do distrito georgiano de Batumi, antes sob seu domínio. Estes territórios continham um terço da população da Rússia, 50% de sua indústria e 90% de suas minas de carvão. A maior parte desses territórios tornar-se-iam, na prática, partes do Império Alemão, sob a tutela de reis e duques. Entretanto, após a revolução alemã, iniciada em 9 de novembro de 1918, que derrubou o regime monárquico, o Comitê Executivo Central declarou anulado o espoliador e injusto tratado de Brest-Litovsk.  Paralelamente, a derrota da Alemanha na guerra, marcada pelo armistício, firmado com os países aliados, em 11 de novembro de 1918, na floresta de Compiègne, permitiu que Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia se tornassem Estados verdadeiramente independentes, e os monarcas indicados tiveram que renunciar aos seus tronos. Por outro lado, a Bielorrússia e a Ucrânia envolveram-se na Guerra Civil Russa (1918-1921) e terminaram por ser novamente anexadas ao território russo.

[30] Bertrand Arthur William Russel, o terceiro Conde Russel (1872-1970) foi um dos mais influentes matemáticos, filósofos e lógicos que viveram no século XX. Em vários momentos na sua vida, ele se considerou um liberal, um socialista e um pacifista. Em vários momentos de sua biografia, se considerou um liberal, socialista e pacifista. Mas, admitiu também que nunca fora nenhuma desses adjetivos em um sentido profundo. Sendo um popularizador da filosofia, e considerado como espécie de profeta da vida racional e da criatividade. Sua postura a respeito de vários temas fora muito controversa. Recebeu o Nobel de Literatura de 1950, “em reconhecimento dos seus variados e significativos escritos, nos quais ele lutou por ideais humanitários e pela liberdade do pensamento”.

[31] A Ciência e a tecnologia são resultados da cultura moderna e pós-moderna, envolvendo o universo empirista e pragmatista da pesquisa aplicada, daí, desponta a relevância da epistemologia em nossos dias atuais. E, se transformou numa área importante tanto para a ciência como para a filosofia, muitos pensadores e intelectuais têm se dedicado para refletir sobre esse tema complexo e vasto, é o caso de Piaget, Bachelar, Foucault e Popper e Habermas, considerados como os mais relevantes críticos, muitas vezes, até radicais no questionamento da ciência e da tecnologia, pois, as mesmas passaram a fazer parte do cotidiano contemporâneo. Vivenciamos o triunfo da ciência e, tudo nos indica que temos uma civilização científico-técnica que elabora, sob medida, as condições ideais de nossa existência. A epistemologia significa discurso sobre ciência, a ciência da ciência, a filosofia da ciência. É particularmente um estudo crítico de princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências. É a teoria do conhecimento.

[32] As Ciências Sociais são as que estudam o comportamento humano, as relações humanas e seu desenvolvimento em sociedade. E, nestas, estão incluídas áreas como a Antropologia, o Direito, a História, a Psicologia, a Sociologia, a Filosofia Social, a Economia Social e a Política Social, o Direito Social. Reúnem todas as disciplinas científica cujo objeto do estudo se relacione com as atividades e o comportamento dos seres humanos. Analisam as manifestações da sociedade, quer materiais, quer simbólicas. Por exclusão, pode-se afirmar que tais ciências estudam aquilo que não incumbe às ciências naturais. As pessoas têm consciência e a capacidade de desenvolver representações abstratas que possuem influência no seu comportamento. Por isso, a interação social rege-se por diversas regras e supostas normas. Já as ciências naturais, por sua vez, trabalham com objetos factuais ou fáticos e recorrem ao método científico com maior rigor. Portanto, as ciências sociais, em geral, não podem preconizar leis universais. O antropólogo Claude Lévi-Strauss, o filósofo e politólogo Antonio Gramsci, o filósofo Michel Foucault, o economista e filósofo Adam Smith, o economista John Maynard Keynes, o psicanalista Sigmund Freud, o sociólogo Émile Durkheim, o politólogo e sociólogo Max Weber e o filósofo, sociólogo e economista Karl Marx são alguns dos principais cientistas sociais dos últimos séculos.

[33] O inventor da dialética foi Zenão de Eleia que produzira argumentos com base na oposição de teses levantadas por seus adversários com o fim de regular a noção de movimento, mostrando, assim que seu mestre Parmênides estava certo ao afirmar que o Ser é e o não ser, não é. Recuando no tempo, já na época Heráclito, o pai do mobilismo, a fim de compreender as origens da dialética. Platão promoveu uma síntese entre os autores do mobilismo e do imobilismo, entendendo que há duas realidades distintas, mas complementares: o mundo sensível e o mundo inteligível. No sensível, por causa de sua variedade e multiplicidade, percebe-se o movimento, que por si só impediria toda predicação. No inteligível, há o problema da comunicação entre as ideias, o que permitiria, como entendia Parmênides, que só juízos tautológicos pudessem ser feitos. Então, para salvaguardar a unidade da inteligência nos discursos que são sensíveis, Platão desenvolveu uma nova forma de dialética, que partia do diálogo entre interlocutores que saem do plano meramente sensível em busca das ideias. Isso significa que o mundo inteligível, como fator extralinguístico, promove o conhecimento dos entes sensíveis, determinando suas formas de existência. O conhecimento puro é ideal, mas ainda que não possamos alcançá-lo absolutamente, não devemos desistir, porque é o ideal que regula o lógos (linguagem). Aristóteles, discípulo de Platão e inventor do que chamamos de lógica, entende a dialética como um debate de opiniões que ainda são infundadas formalmente, mas que podem ou não resultar em ciência. Ele desenvolveu um instrumento formal capaz de dar conta das relações de mediação entre o que foi dito, para se extrair conclusões adequadas ao conhecimento de objetos. Esse instrumento é o silogismo.

[34] Rudolf Carnap (18891-1970) foi filósofo alemão que trabalhou na Europa Central antes de 1935 e nos EUA posteriormente. Foi um dos principais membros do Círculo de Viena e eminente defensor do positivismo lógico. Em 1928 Carnap publicou dois livros importantes: Der logische Aufbau der Welt, em geral referido simplesmente como Aufbau (em português, A estrutura lógica do mundo), no qual desenvolve uma versão formal rigorosa do empirismo, definindo todos os termos científicos em termos fenomenalistas. O sistema formal do Aufbau estava fundado em um único predicado diádico primitivo, o qual é satisfeito se dois indivíduos “assemelham-se” um ao outro. O Aufbau foi grandemente influenciado por “Principia mathematica” e autoriza comparações com a metafísica mereotopológica que Whitehead desenvolveu entre 1916 e 1929. Aparentemente, contudo, Carnap desencantou-se logo com seu livro. Ele não autorizou que   obra fosse traduzida para o inglês, até 1967. Pseudoproblemas em filosofia defendeu que muitas questões filosóficas não têm significado, isto é, o modo como elas são postas depende de um abuso da linguagem. Uma implicação operacional dessa posição radical foi a defesa da eliminação da metafísica do discurso humano responsável. Foi por essa posição que Carnap tornou-se mais conhecido por muitos anos.

[35] A História Humana é um evento único.  Portanto, o conhecimento do passado não ajuda necessariamente a conhecer o futuro. “A evolução da vida na terra, ou da sociedade humana, é um processo histórico único … Sua descrição, no entanto, não é uma lei, mas apenas uma afirmação histórica singular” O Estudo da história pode revelar tendências. No entanto, não há garantia de que essas tendências continuarão. Em outras palavras: essas tendências  não são leis; “Uma declaração afirmando a existência de uma tendência em um determinado momento e lugar seria uma afirmação histórica singular e  não uma lei universal” Uma lei, natural (isto é, científica) ou social, pode nos permitir excluir a possibilidade de certos eventos, mas não nos permite restringir a gama  de possíveis resultados a apenas um Isso decorre da Teoria da Ciência de Popper: uma hipótese é proposta (não importa como a hipótese foi derivada) e  é então submetida a testes rigorosos que visam refutar a hipótese. Se nenhum teste refutar a hipótese pode tornar-se conhecida como uma lei, mas de fato permanece simplesmente uma hipótese que não é considerada falsa até o momento. Como alternativa ao historicismo, Popper adianta sua própria preferência pela “engenharia social fragmentária”, na qual pequenas e reversíveis mudanças são feitas à sociedade para melhor aprender com as mudanças feitas. A imprevisibilidade do futuro torna o efeito de quaisquer grandes mudanças aleatórias e irrastreáveis. Já pequenas mudanças permitem que se façam afirmações limitadas, mas testáveis ​​em frente às possíveis afirmações falsas ​​sobre o efeito das ações sociais.

[36] Prisioneiros, principalmente judeus, chamados de Sonderkommandos foram forçados a enterrar corpos ou queimá-los em fornos. Como os nazistas não queriam testemunhas oculares, a maioria dos Sonderkommandos eram regularmente intoxicados com gás. Menos de 20 dos milhares sobreviveram. Alguns enterraram seu depoimento em frascos antes de suas mortes. Ironicamente, esses prisioneiros dependiam do envio contínuo de judeus para os campos de concentração para se manterem vivos. Em suas memórias, Rudolph Hess descreveu o processo de enganar os judeus para entrarem nas câmaras de gás. Para evitar o pânico, foi-lhes dito que tinham de ficar nus para serem lavados e desinfectados. Os guardas nazistas usaram uma “Equipe de Destacamento Especial” (outros prisioneiros judeus) para ajudar a manter um ar de calma e para ajudar aqueles que estavam relutantes em retirar a roupa. As crianças muitas vezes choravam, mas depois que os membros da equipe do Destacamento Especial os reconfortavam, eles entravam nas câmaras de gás, brincando uns com os outros, muitas vezes ainda carregando seus brinquedos. O monóxido de carbono foi usado originalmente nas câmaras de gás. Mais tarde, o inseticida Zyklon B foi desenvolvido para matar os detentos. Uma vez que os prisioneiros estavam na câmara, as portas eram fechadas e parafusadas e pastilhas da inseticida foram jogadas em respiradouros no lado das paredes, liberando gás tóxico. O médico nazista Joann Kremmler relatou que as vítimas gritavam e lutavam por suas vidas. Eles foram encontrados de cócoras na sala, com sangue saindo de suas orelhas e espuma de suas bocas.

[37] Na verdade, foram construídos dois campos com esse nome: Auschwitz, em 1940 com capacidade para 1200 presos, aproximadamente e Auschwtiz-Bikernau, em 1941, um super complexo para manter milhares de presos, sendo 20 vezes maior do que Auschwitz.

[38]PÃO E SOPA NO ALMOÇO, a cozinha do campo prepara rações de comida três vezes ao dia. que em geral incluem um pedaço de pão, café e sopa de batata quem faz pouco esforço físico recebe cerca de 1300 calorias diária os que trabalham pesado ingerem 1700 após algumas semanas,essa dieta de fome leva à exaustão deterioração do corpo até a morte.

[39] As mulheres não foram registradas a partir de números da mesma série que os homens. As primeiras prisioneiras do sexo feminino chegaram em março de 1942, e foram emitidos os números em uma nova série regular, assim como os homens tinham sido. Com o número de mulheres presas trazidas para o campo de concentração, um novo número de série foi lançado nas respectivas categorias. Em maio de 1944, os números da série “A” e a série “B foram emitidos pela primeira vez aos prisioneiros judeus, começando com os homens em treze de maio e as mulheres em 16 de maio. A série “A” era para ser preenchida com vinte mil, porém um erro levou que as mulheres fossem numeradas de 25.378 antes da série “B começar.  A intenção era trabalhar com o alfabeto inteiro com 20 mil números a ser emitido em cada série de cartas. Em cada série, os homens e as mulheres tiveram sua própria série separada numérica, aparentemente começando com o número 1.

[40] Os designados como tal eram tatuados por meio de uma placa de metal com agulhas interligadas, a placa ficava presa na carne, ao lado esquerdo de seu peito e, em seguida, o corante era espalhado sobre a ferida”. Antes da tatuagem, havia vários meios de identificação de presos, tanto em número quanto por categoria foram implementadas; números de série eram o principal método. Quando eles chegaram ao acampamento, foram emitidos os números de série que foram costuradas para seus uniformes de prisão. Estes números de série na maioria das vezes acompanhava os presos de diferentes formas, símbolos ou letras que identificava o estado, nacionalidade ou religião do prisioneiro.  A sequência, segundo a qual os números de série foram emitidos evoluiu ao longo do tempo. O esquema de numeração foi dividido em “regular”, AU, Z, EH, A e Série B “.  A série “regular consistia em uma série consecutiva numérica que foi usado, na fase inicial do campo Auschwitz, para identificar os polacos, judeus e a maioria dos presos (todos do sexo masculino).  Esta série foi utilizada a partir de maio 1940 a janeiro de 1945, embora a população que se identificou evoluiu ao longo do tempo. Na sequência da introdução de outras categorias de prisioneiros para o campo, o esquema de numeração tornou-se mais complexo.  O “AU” série denotando prisioneiros de guerra soviéticos, enquanto a série “Z (com” Z palavra alemã para Gypsy, Zigeuner) designou os ciganos. Estas letras para identificar os números tatuados eram precedidas de séries depois de terem sido instituídos. “EH” designava os prisioneiros que tinham sido enviados para “reeducação” (Erziehungshäftlinge).  Esses presos ou tinham recusado a trabalhar em trabalho forçado ou foram acusados de trabalhar de uma forma que não foi considerado satisfatório.

[41] A expressão é conhecida por ter sido colocada nas entradas de vários campos de extermínio do regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial, como em Auschwitz I, onde a inscrição foi feita por prisioneiros com habilidades em metalurgia e foi erigida por ordem dos nazistas em junho de 1940. A expressão vem do título de um romance do filólogo alemão Lorenz Diefenbach, Arbeit macht frei: Erzählung von Lorenz Diefenbach (1873), no qual apostadores e fraudadores encontram o caminho para a virtude por meio do trabalho.  A frase também era usada no francês (“le travail durante libre!”) por Auguste Forel, um pesquisador de formigas, neuroanatomista e psiquiatra suíço, em sua obra “Fourmisde la Suisse” (“As Formigas da Suíça”) (1920).  Em 1922, a Deutsche Schulverein de Viena, uma organização étnica nacionalista “protetora” dos alemães dentro do Império Austríaco, imprimiu selos da associação com a frase Arbeit macht frei. A expressão foi adotada em 1928 pelo governo da República de Weimar como um slogan que exaltava os efeitos de seu programa de grandes obras públicas que tinha como objetivo acabar com o desemprego.  O uso da frase continuou quando o Partido Nazista chegou ao poder, em 1933. A frase ‘Arbeit macht frei foi colocada nas entradas de vários campos de concentração do regime nazista. O uso da expressão, neste caso, foi ordenado por Theodor Eicke, um general da SS, inspetor de campos de concentração e segundo comandante do campo de concentração de Dachau. A frase ainda pode ser vista em vários locais, inclusive sobre a entrada de Auschwitz I, onde, de acordo com o historiador Laurence Rees, em sua obra “Auschwitz: uma Nova História”, a inscrição foi erguida por ordem do comandante Rudolf Höss. Esta placa em particular foi feita por prisioneiros-trabalhadores. Em 1933, os primeiros presos políticos estavam sendo caçados pelos nazistas por um período indefinido, sem acusações. Eles foram detidos em vários locais na Alemanha. A expressão foi usada pela primeira vez sobre o portão de um “acampamento selvagem”, na cidade de Oranienburg, que foi criado em uma cervejaria abandonada em março de 1933. Ela também pode ser vista nos campos de concentração de Dachau, Gross-Rosen e Theresienstadt, além do Forte Breendonk, na Bélgica. Afirma-se que a frase foi colocada sobre os portões de entrada de Auschwitz III/Buna/Monowitz.  O slogan apareceu no campo de Flossenbürg, no portão de entrada. A placa metálica com a frase em Auschwitz foi roubada em dezembro de 2009 por ladrões e mais tarde recuperada pelas autoridades, mas em três pedaços.  Anders Högström, um ex-líder neonazista sueco, e dois poloneses foram presos pelo crime. Como resultado, o original está agora no Museu Estatal de Auschwitz-Birkenau, e uma réplica foi colocada sobre o portão do antigo campo de extermínio nazista.

[42][1]Nazistas em Auschwitz ofereceu algumas reclusas não-judeus a opção de “trabalhos leves”. Enquanto as mulheres logo descobriram, que “trabalhos leves” significava prostituição.

[43]Houve três campos principais e trinta e nove campos auxiliares.Auschwitz I – Campo de concentração original que servia de centro administrativo para todo o complexo. Neste campo morreram perto de 70.000 intelectuais poloneses e prisioneiros de guerra soviéticos. Auschwitz II (Birkenau) – Era um campo de extermínio onde morreram aproximadamente um milhão de judeus e perto de 19.000 ciganos. O número total de mortes produzidas em Auschwitz-Birkenau está ainda em debate, mas se estima que entre um milhão e um milhão e meio de pessoas morreram ali.Durante os anos de operação do campo, perto de 700 prisioneiros tentaram escapar do campo, dos quais 300 tiveram êxito. A pena aplicada por tentativa de fuga era geralmente a morte por inanição. Geralmente, as famílias dos escapados eram presas e “internadas” em Auschwitz para serem exibidas como advertência a outros prisioneiros.
Um bordel foi criado no verão de 1943 por ordens de Himmler. Estava localizado no bloco 24 e era utilizado para premiar os prisioneiros privilegiados. Os guardas selecionavam prisioneiras para este campo, mas também aceitavam voluntárias atraídas pelas melhores condições alimentícias.

[44]Embora muitos cinéfilos observadores possam ter achado que a personagem de Vera Farmiga (Elsa, a mãe) estaria usando a aliança de casada na mão errada, na Alemanha, o símbolo do matrimônio costuma ser usado na mão direita ao contrário da maioria dos países que usa na mão esquerda.

[45] A Marcha da Morte é um fato histórico ocorrido na Alemanha ao fim da Segunda Guerra Mundial, com o deslocamento de milhões de judeus entre vários campos de concentração nazis. Em agosto de 1944, com a invasão da Normandia pelos Aliados e o avanço das tropas russas em territórios ocupados e na própria Alemanha no início de 1945, os oficiais nazistas começaram a transferir os judeus dos campos de concentração que estavam no caminho das tropas inimigas para outros dentro da Alemanha ou locais com maior resistência nazista. Foram grandes deslocamentos, com os prisioneiros tendo que se locomover a pé. Isso porque era necessário, por parte dos nazistas, economizar em combustíveis, e os caminhões de transportes já não eram tão fartos e disponíveis naquele momento. Outro objetivo para a realização dos deslocamentos dos judeus através de grandes distâncias era promover a morte durante o trajeto, sem que fosse necessário o sepultamento nas valas comuns, sem deixar vestígios de extermínio em massa, sem deixar testemunhas e prosseguir com o plano genocida até o último instante. Os oficiais da SS haviam recebido ordens de eliminar todos os sobreviventes, mas não podiam mais cometer os atos bárbaros, sob o risco de serem incriminados. Em novembro de 1944, 40.000 prisioneiros são deslocados de Budapeste para a Áustria. Em janeiro de 1945, os judeus são evacuados de Auschwitz e de Stutthof para mais próximo da Alemanha. Em abril, são os judeus de Buchenwald e ao longo dos últimos meses da guerra na Europa, milhões de prisioneiros judeus perambularam pela Alemanha. Ao longo destes percursos, os prisioneiros foram fuzilados ao tentar fugir ou por pararem de andar, pois a grande maioria destas pessoas já não conseguia suportar o peso dos seus próprios corpos. Quando os deslocamentos acabaram, mais de dois milhões de judeus tinham perdido suas vidas em função das marchas. Todos deixados para trás, mortos em estradas ou nas zonas rurais da Alemanha, sendo enterrados em covas rasas ou simplesmente deixados aos abutres, para completar o serviço de encobrir os horrores do Holocausto.

[46]Após a guerra, o médico passou por Argentina e Paraguai até se instalar no Brasil, onde viveu com uma nova identidade: o austríaco chamado Wolfgang Gerhard. Ele morreu em 1979, na cidade de Bertioga, em São Paulo. Em 1985, seus ossos foram exumados e testes do Instituto Médico Legal e da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo apontaram que Wolfgang era mesmo o Anjo da Morte. A tese ainda foi confirmada em 1992, com um exame de DNA.

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