Diante do acréscimo de mais de 100% nos ciberataques a dados bancários, decisão procura maior troca de informações entre as organizações
Recentemente, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) assinou um acordo de cooperação técnica (ACT) com a Polícia Federal (PF) para desenvolverem em conjunto, medidas preventivas, educativas e de repressão a crimes cibernéticos e ataques de alta tecnologia em busca de um espaço cibernético mais seguro.
O acordo formalizado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Gustavo Torres, e o presidente da FEBRABAN, Isaac Sidney, prevê maior colaboração entre o setor financeiro e a PF em relação ao tema, com troca de informações sobre o espaço cibernético, intercâmbio de dados e apoio técnico e logístico.
Estão previstos ainda o desenvolvimento de estudos técnicos e profissionais que levem a avanços na tecnologia e a realização de cursos, treinamentos e capacitação técnico-científica.
Para Luiza Leite, CEO da Dados Legais, empresa especializada em proteção de dados, a junção tem tudo para dar certo. “O compartilhamento de dados financeiros promete trazer mais eficiência para as investigações da PF, da mesma forma que tornam mais rastreáveis os crimes eletrônicos. Contudo, deve-se atentar sempre para que eventuais compartilhamentos de dados pessoais sejam à luz da LGPD e com as melhores práticas, a fim de resguardar o cidadão”.
A decisão se mostrou bastante importante em meio a novas pesquisas que demonstram fragilidade no ramo. As organizações do setor financeiro estão entre os principais alvos de ciberataques no Brasil. O alerta é de uma empresa nacional de segurança na internet, a Apura. O crescimento dos ataques contra dados bancários foi de 141% em comparação a 2020.
O grande aumento se deve a importância e impacto que os dados financeiros geram nas atividades econômicas e na sociedade como um todo somado à falta de visibilidade das instituições de quais as vulnerabilidades presentes em seus sistemas, informa a advogada.
Os dados se referem aos eventos criminosos na internet promovidos por ransomware. Trata-se de ataques cibernéticos que levam ao sequestro dos dados e por consequência, pedidos de recompensa Quando se tratam de dados com alto valor agregado e impacto social, como é o caso de dados bancários, fica mais fácil para os criminosos negociarem e obterem a recompensa solicitada de fato, explica Luiza.
O Brasil ocupa o 6º lugar no ranking de países com mais vazamentos de dados do mundo. De janeiro a novembro de 2021, 24,2 milhões de perfis de brasileiros tiveram suas informações expostas na internet a partir de ataques ou brechas em sistemas.
Com informações da assessoria.
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[…] Fonte: Juristas […]