Acusados de integrar organização envolvida em golpes conseguem se livrar da prisão preventiva sete dias após prisão

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Pelo menos oito, advogados entre outros integrantes de uma organização acusada de movimentar R$ 190 milhões em golpes, presos há se dias depois da Operação Arnaque, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), conseguiram se livrar da prisão preventiva e estão usando tornozeleira eletrônica. A informação é do Campo Grande News.

Iniciada em 2019, a investigação começou com denúncia do Banco Itaú Unibanco que foi alvo de milhares de ações sobre empréstimos consignados concedidos pela instituição. Cerca de 60% de todos os processos tinham o escritório Cardoso Ramos, de Luiz Fernando Cardoso Ramos, como responsável.

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Créditos: marchia | iStoxk

Considerado um dos chefes do esquema, Cardoso está preso no Piauí, aguardando vaga em cela do Presídio Militar de Campo Grande. Ele, junto com os também advogados Alex Fernandes da Silva e Josiane Alvarenga Nogueira são tidos como chefes da organização, liderando dois grupos distintos para a aplicação dos golpes. Josiane conseguiu prisão domiciliar com monitoramento eletrônico.

Conforme as investigações, os outros 36 alvos de mandado de prisão cumpriam funções específicas como gerentes administrativos do esquema; gestão de captação; e “paqueiros”, que efetivamente faziam a abordagem das vítimas (preferencialmente idosos ou indígenas, beneficiários de programas sociais).

Essas abordagens eram feitas por telefone ou nas ruas. Os trabalhos começavam com a coleta de dados através de denúncias no Portal do Consumidor do Governo Federal, usando nomes e dados sem que os respectivos consumidores tivessem ciência. Com isso, eles conseguiam cópias de contratos de consignados e ajuizavam ações.

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Créditos: mickyso / Shutterstock.com

Segundo o Gaeco, outra forma de obter documentos de beneficiários de programas sociais e usar seus dados para impetrar ações na Justiça era através de aplicativos ilícitos que conseguem acesso a dados sigilosos de várias pessoas através do CPF. Deste modo o grupo conseguia identificar o maior número de pessoas em condição vulnerável, como idosos, analfabetos e indígenas, beneficiárias de programas sociais ou que tinham empréstimos junto a instituições financeiras.

Assim, o grupo conseguia “documentação e assinatura necessárias para ajuizamento de ações cíveis visando à discussão de empréstimos consignados, muitas de índole temerária e alicerçada em procurações obtidas por meio de fraudes”.

Em um dos áudios de ligações telefônicas interceptados um dos alvos da operação e integrante da quadrilha, Everson Dias Camargo, que atuava como “gerente de captação” de vítimas no núcleo liderado por Luiz Fernando, diz que os efetivos captadores, que ligam ou abordam pessoas nas ruas, “toparam fazer um arrastão, falei pelo menos cada uma conseguir de 20 a 30 idosos esse mês de novembro”.

Nos processos que não estão sob sigilo, conforme o Campo Grande News, oito pessoas obtiveram tornozeleira ou outra medida cautelar: as advogadas Josiane Alvarenga Nogueira e Iolanda Michelsen Pereira; a esposa de Luiz Fernando e a de seu irmão, Gislaie Dias Camargo Ramos e Evelym Almeida Barbosa; Luana Venturini Militz; Givanildo Carlos de Lima; Gigliane Nascimbeni Gaspar da Silva; e Nádia Soares.

Com informações do Campo Grande News.


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Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

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