A EXM Partners, responsável por administrar o processo de recuperação judicial do Grupo Itapemirim, em petição assinada em 15 de julho, pediu a falência da empresa em razão do descumprimento do plano para quitação do passivo superior a R$ 2 bilhões.
Uma proposta da companhia Suzantur é vista como vantajosa para a massa falida e aos credores, que não estão sendo pagos por falta de recursos.
No documento, o representante da EXM, Eduardo Scarpellini, afirma que o patrimônio da companhia foi “esvaziado” com transferências em benefício de Sidnei Piva, empresário que comprou a Itapemirim por R$ 1 em 2016, quando a companhia já atravessava um processo de recuperação judicial.
Segundo o representante da EXM Partners, Eduardo Scarpellini, R$ 45 milhões da Itapemirim foram desviados para a criação da companhia aérea ITA, que encerrou as atividades em dezembro de 2021.
Nos últimos cinco anos, o quadro de funcionários do grupo diminuiu de 3.776, em 2017, para apenas 197, em 2022. O faturamento também caiu de maneira significativa, de R$ 15,6 milhões mensais, em 2021, para os atuais R$ 373,4 mil. Além disso, as linhas concedidas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foram canceladas, e os ônibus usados pela Itapemirim necessitam de manutenção.
A EXM ainda afirma que o Grupo Itapemirim não vem apresentando suas demonstrações contábeis nem informações de folha de pagamento, além de não demonstrar interesse para parcelar suas dívidas tributárias.
A administradora propõe que a Justiça autorize um contrato emergencial entre a massa falida e a empresa Suzantur. O contrato permitiria o arrendamento de todas as linhas, os guichês, as marcas e parte dos imóveis operacionais do Grupo Itapemirim por doze meses, renováveis por mais doze.
A Associação de Credores Trabalhistas e Ex-Funcionários do Grupo Itapemirim, no entanto, se posicionou contra a proposta, pois ela violaria a decisão da última assembleia de credores, em que ficou definido que a empresa apresentaria um novo plano de recuperação judicial. “Esta Associação tem o direito de saber o porquê de a Suzano (Suzantur) ser favorecida, sendo que ela não é a única empresa do ramo no mercado e, com certeza, existem outras empresas com interesse e com valores e/ou propostas melhores”, diz uma nota assinada pelo presidente da associação, Paulo Adame.
Com informações do UOL.
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