Colocado na ‘geladeira’, homem que ganha R$ 665 mil/ano para ‘ler jornal’ processa empresa por tédio

Data:

Ferramentas de GestãoDermot Alastair Mills, diretor financeiro da rede ferroviária Irish Rail, em Dublin, na Irlanda, está processando a empresa por, segundo ele, ter suas funções reduzidas após ter divulgado há nove anos, dados confidenciais da companhia. A falta de atribuições seria uma punição e, diante do cenário de tédio e de, na prática, não ter trabalhos atribuídos a ele, o irlandês resolveu entrar na Justiça.

Embora ganhe o salário anual de R$ 665 mil (121 mil euros), sua jornada de trabalho consiste apenas em “ler jornais, comer sanduíches e fazer longas caminhadas”, segundo o jornal “Irish Times”. Ele prestou depoimento em uma audiência em 2014, denunciando irregularidades — algo que lhe garante proteção diante da lei local —, e alega que foi punido por expor questões contábeis da operadora ferroviária.

enredo penal
Créditos: DragonImages | iStock

Em audiência na última terça (29), a Irish Rail disse que Mills entregou informações confidenciais, mas nega que tenha havido qualquer punição contra ele.

Conforme o representante de Mills, John Keenan, como consultor de relações industriais e ex-chefe de RH da Irish Rail, seu cliente era responsável por orçamentos no valor de mais de 200 mil euros, entre os anos de 2006 e 2007 e após as denúncias ele teria sido “impedido” de assumir a responsabilidade e perdido a função de elaborar o relatório estatutário ao governo.

atividades empresariais
Créditos: Zolnierek | iStock

Ele disse que foi “isolado” em seu local de trabalho. “Ou trabalho em casa ou vou para o escritório – dois dias em casa, três dias no escritório”, disse. “Se eu for ao escritório, entro às 10h. Compro dois jornais, o “Times” e o “Independent”, e um sanduíche. Entro no meu cubículo, ligo o computador, vejo os e-mails. Não há e-mails associados ao trabalho, nem mensagens, nem comunicações, nem comunicações de colegas. Eu sento, leio os jornais e como meu sanduíche. Então, se houver um email que exija uma resposta, eu respondo. Se houver trabalho associado a isso, eu faço esse trabalho”, contou sobre a sua rotina.

Mills disse também que foi excluído das reuniões da empresa e das oportunidades de treinamento.

Com informações do UOL.


Fique por dentro de tudo que acontece no mundo jurídico no Portal Juristas, siga nas redes sociais: FacebookTwitterInstagram e Linkedin. Adquira seu registro digital e-CPF e e-CNPJ na com a Juristas Certificação Digital, entre em contato conosco por e-mail ou pelo WhatsApp (83) 9 93826000.

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

TJSC anula recuperação judicial pelo mecanismo ‘cram down’ por descumprimento de requisitos

A 2ª Câmara de Direito Comercial do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) anulou a homologação de um Plano de Recuperação Judicial (PRJ) de duas transportadoras, anteriormente aprovado por meio do mecanismo conhecido como "cram down". A decisão foi tomada com base no descumprimento dos requisitos estabelecidos pela Lei de Recuperação Judicial e Falências (LRF), conforme prevê o parágrafo 1º do artigo 58.

Motociclista é condenado a pagar salário mínimo por pilotar em alta velocidade próximo a escolas

A 2ª Turma Recursal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) confirmou a sentença que condenou um motociclista ao pagamento de um salário mínimo por trafegar em alta velocidade nas proximidades de escolas, colocando em risco a segurança pública. A decisão foi baseada no artigo 311 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que tipifica como crime a condução de veículo em velocidade incompatível com a segurança em locais com grande concentração de pessoas, como áreas escolares.

Esposa é condenada a indenizar suposta amante de marido por agressão pública

Em recente decisão proferida pelo Juizado Especial Cível da comarca de Lages, uma esposa foi condenada a indenizar em R$ 2 mil a suposta amante de seu marido, após agressão verbal e física em local público. A sentença, fundamentada no Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, visou eliminar estereótipos e garantir um julgamento justo, sem preconceitos ou discriminações de gênero.