A Polícia Federal indiciou o influenciador fitness Renato Cariani por tráfico equiparado, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. O anúncio foi feito após a Justiça negar, nesta segunda-feira (18), um pedido de prisão apresentado pelo Ministério Público. Cariani permanece em liberdade enquanto o caso segue em investigação.
Conforme as autoridades policiais, o tráfico equiparado está relacionado ao fato de que Cariani, aparentemente, não teria envolvimento direto com drogas ilícitas, mas sim com produtos químicos destinados à preparação de entorpecentes. A complexidade do caso levou à inclusão de acusações como associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.
O influenciador, conhecido por seu trabalho no universo fitness, teve sua reputação abalada após o indiciamento, que resultou na negativa da prisão preventiva. As investigações agora seguirão seu curso, e Renato Cariani terá a oportunidade de apresentar sua defesa diante das acusações que pesam sobre ele.
Quem é Cariani
Renato Cariani, aos 47 anos, destaca-se como um dos principais nomes do fisiculturismo brasileiro e do mundo fitness. Casado com Tatiane Martines Cariani, ele possui uma impressionante base de seguidores, com mais de 7 milhões no Instagram e 6 milhões no YouTube. Seus vídeos sobre dieta e culto ao corpo acumulam 1 bilhão de visualizações. Nas redes sociais, Renato se apresenta como professor de química, educação física, atleta profissional, empresário e youtuber.
Entenda o caso
Na terça-feira (12), a PF executou 18 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, incluindo a residência do influenciador e sócio administrador da indústria química Anidrol, em Diadema. Outro alvo foi a casa de Fábio Spínola Mota, apontado como intermediador e amigo de Cariani. Investigado por tráfico anteriormente, ele dirigia a entrega para o tráfico, sendo apreendidos R$ 100 mil em sua residência. A PF e o MP solicitaram a prisão preventiva do influenciador, sua sócia Roseli Dorth e do amigo dele Fábio Spínola, mas a Justiça negou.
Depoimento
O influencer prestou depoimento na sede da instituição, na cidade de São Paulo, na segunda-feira (18). Ele chegou à sede da PF, na Zona Oeste da capital, por volta das 13h30, acompanhado do advogado. O depoimento terminou por volta das 18h. Ele é suspeito de participar de um esquema de desvio de produtos químicos para o narcotráfico produzir toneladas de drogas, especialmente crack.
Antes de prestar depoimento, Cariani não quis comentar as investigações, falou que “ainda não é um inquérito criminal” e que falaria sobre o caso apenas na saída. Em nota, a defesa dele disse que o influenciador “respondeu a todas as perguntas que lhe foram feitas” e que “seu indiciamento foi realizado antes do início de seu depoimento”.
Era aguardada a presença para depoimento de duas pessoas desempenhando um papel crucial no esquema: Roseli Dorth e Fábio Spinola.
Roseli Dorth, com 71 anos, é identificada como sócia-administrativa da indústria química Anidrol, de propriedade de Cariani, situada em Diadema, na Grande São Paulo. A defesa dela solicitou o adiamento do depoimento, alegando falta de acesso ao processo.
Segundo as investigações, Roseli é mãe de dois ex-sócios da Quimietest, empresa que pertenceu à esposa de Cariani. Supostamente, ela esteve envolvida em diversas transações suspeitas sob investigação da Polícia Civil de São Paulo, relacionadas à venda de produtos químicos destinados à produção de crack, em conjunto com Cariani.
Fábio Spinola também estaria vinculado a esse núcleo de atividades.
O Ministério Público voltou a pedir a prisão dos envolvidos, mas a Justiça negou novamente e assim Cariani e os demais investigados seguem em liberdade.
Com informações do G1.
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