Diante de problemas financeiros e graves violações legais, o Banco Central decretou a extinção das atividades do Neon, antigo Banco Pottencial. A instituição era parceira da fintech Neon Pagamentos, que surgiu em 2016, na tentativa de viabilizar a conta digital. São duas empresas diversas, com estruturas acionárias próprias, apesar da crença dos clientes de que eram uma coisa só, o Banco Neon. O alvo da liquidação é somente o Banco Pottencial.
Problemas para a fintech Neon Pagamentos
Para o presidente e fundador da Neon Pagamentos, Pedro Conrade, a confusão entre a fintech e o banco amplificou seus problemas. Será preciso contornar os prejuízos à reputação e mostrar ao mercado sua independência em relação à instituição financeira.
Isso passa por encontrar outro parceiro para realizar a custódia e a liquidação das contas, uma vez que sem uma instituição financeira, os clientes da fintech não podem realizar transferências ou pagar boletos.
Segundo Conrade, a maior parte do volume dos recursos movimentados pelos seus 600 mil clientes estavam em contas de pagamento, que são segregadas do banco.
Por isso, os clientes não precisam se preocupar. Uma parcela pequena ficou bloqueada com a liquidação, por estar estar depositada em certificados de depósito bancário do banco Neon.
A influência da liquidação no mercado de fintechs
Estudiosos e representantes do setor de fintechs acreditam que a liquidação do Banco Neon acelerará o processo de depuramento das mais de 500 fintechs de crédito existentes no Brasil.
Ainda que o problema envolva o Banco Neon, e não a Neon Pagamentos, o público tem dificuldades para dissociá-los no primeiro instante. Por isso, o caso afeta todo o setor. Destaca-se que a Neon é um dos destaques entre as fintechs brasileiras, já que sua conta digital e seu aplicativo atraíram os consumidores mais jovens.
A extinção do banco ocorreu um dia após o recebimento de aporte de capital de R$ 72 milhões pela Neon Pagamentos.
Os investidores e sócios manifestaram apoio à fintech, de acordo com Conrade. Outras fintechs estão na fase de captação, como a Geru (plataforma de crédito on-line ), Stone (credenciadora de cartões ) e Agibank (banco digital), e espera-se que o grau de exigências para fechar tais operações aumente.
Felizmente, o episódio não modifica os valores a serem investidos, já que são baseados em uma avaliação individual da fintech e de seu potencial de mercado, o que não mudou. (Com informações do portal Valor Econômico.)