De acordo com dados da ANS, nos últimos 10 anos, o número de beneficiários com idade acima de 80 anos cresceu 62%, mais que o triplo do registrado no volume geral de clientes (18%) e que a taxa de crescimento do grupo populacional no período (55%). Foi a única parte da clientela que cresceu nos últimos 3 anos no Brasil, o que pode ser explicado pelo aumento da longevidade.
Estima-se que, em 2030, 20% de todos os beneficiários de planos de saúde serão idosos, contra 14% atualmente. O envelhecimento populacional resultará em aumento significativo dos custos das mensalidades, já que um paciente nesta faixa etária custa, em média R$ 19 mil por ano ao convênio. Para se ter uma ideia, um menor de idade custa R$ 1,5 mil. Assim, as despesas com planos crescerão 157,3% até 2030.
De acordo com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o plano pode se tornar um serviço quase “impagável” para a maioria da população se o sistema de saúde não adotar medidas para frear a alta nas despesas, como combate a fraudes e desperdícios no sistema. Um idoso acima de 80 anos já paga quatro vezes mais do que um menor de idade.
A Presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar, Solange Mendes, afirma ser necessária a adoção de um modelo de remuneração aos prestadores de serviço “com base na qualidade e eficiência dos tratamentos, e não na quantidade de procedimentos feitos, para evitar consultas e exames desnecessários”.
Já o economista-chefe da Associação Brasileira de Planos de Saúde, Marcos Novais, entende que as operadoras e os hospitais terão de se adaptar, trabalhando com rede própria, focando em determinado público ou se especializando.
A ANS afirmou que o envelhecimento deve ser urgentemente discutido, bem como as soluções para modificar o modelo de assistência para um foco de prevenção e promoção da saúde. (Com informações do R7.)