A Câmbio Store, trouxe uma inovação para quem precisa comprar moedas estrangeiras. A fintech (empresa de tecnologia financeira) é especializada em câmbio e está oferecendo aos seus clientes a possibilidade de comprar dólares, euros ou qualquer outra moeda estrangeira utilizando o cartão de crédito. A maioria das casas de câmbio só aceitam pagamento em dinheiro ou via transferência bancária.
A fintech também permite que o cliente parcele a compra das moedas em até 12 vezes com juros sobre as parcelas. “Nosso objetivo é oferecer facilidade ao cliente, aumentando sua capacidade de compra por meio do cartão e dando mais fôlego para ele organizar a viagem”, afirmou o presidente da Câmbio Store, Bruno Ferreira.
O limite para compra de moeda estrangeira no cartão de crédito é de R$ 10 mil, e também há possibilidade de recarregar cartões de viagem pré-pagos. A empresa oferecerá em breve a possibilidade de fazer remessas internacionais com pagamento no cartão.
Taxa de câmbio
Segundo a empresa, é possível “travar” a taxa de câmbio no momento da compra de moeda estrangeira pelo cartão. “O cliente fica sabendo na hora quanto vai pagar”, disse Ferreira.
A taxa de câmbio usada pela Câmbio Store para compra com cartão de crédito é a mesma para pagamento em dinheiro ou por transferência bancária. O valor da despesa é lançado na fatura do cartão em reais. No entanto, a operação no cartão sofre acréscimos.
“Se, em vez de levar a moeda estrangeira para a viagem, o cliente deixar para usar o cartão de crédito no exterior, ele só vai saber quanto vai pagar na volta, quando receber a fatura”, afirmou Ferreira.
A operadora do cartão considera o dia de pagamento da fatura para converter a despesa em moeda estrangeira para reais.
IOF sobre moeda é menor do que sobre cartão no exterior
A cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) se torna mais uma vantagem ao utilizar o cartão. “A compra de moeda em espécie está sujeita ao pagamento de 1,10% de IOF. Já a despesa internacional lançada no cartão paga 6,38% de IOF”, disse Ferreira.
Como a operação acontece no Brasil, não se caracteriza como compra internacional, o valor é convertido imediatamente e lançado no cartão de crédito em reais. Por isso, o IOF é equivalente ao de uma compra de moeda à vista.
Havia uma dúvida legal se as corretoras poderiam aceitar o cartão de crédito como forma de pagamento de transações de câmbio. Essa questão foi esclarecida em dezembro por uma instrução normativa da Associação Brasileira de Corretoras de Câmbio (Abracam).
“A Abracam explicou que as corretoras podem aceitar qualquer forma de pagamento regulada pelo Banco Central, incluindo cartão de crédito. Há apenas um limite operacional, que é de R$ 10 mil”, disse Ferreira.
Acúmulo de pontos
Com o cartão, o cliente ainda o acumula pontos ou milhas no programa de fidelidade do cartão de crédito.
“É um benefício indireto. Dependendo do cartão que o cliente tem, pode valer muito a pena e ajudar a acumular pontos para uma viagem futura”, afirmou o presidente da Câmbio Store.
Custo extra cobrado no cartão é alto, diz especialista
Contudo, utilizar o cartão de crédito para esta operação pode gerar custos extras.”É importante o consumidor ter em mente que uma operação com cartão tem custos porque a corretora só vai receber o pagamento da operadora do cartão em 30 dias. Evidentemente, esses custos serão repassados para o cliente”, afirmou Michael Viriato, coordenador do laboratório de Finanças do Insper.
De acordo com Bruno Ferreira, da Câmbio Store, se a opção do cliente for pagar a compra no cartão à vista, ou seja, no próximo vencimento da fatura, o custo efetivo total da compra terá um acréscimo de 5,7% devido à taxa de processamento cobrada pela operadora do cartão.
“Um acréscimo de 5% numa operação de câmbio com cartão é muita coisa se você comparar o valor que você efetivamente pagaria se optasse por outra forma de pagamento, como TED ou em dinheiro”, disse Viriato.
“Agora, se a pessoa não tem o dinheiro disponível na hora porque vai receber o salário só no mês que vem, até faz sentido usar o cartão para comprar a moeda à vista e levar para a viagem… É melhor do que levar o cartão de crédito para usar no exterior, porque você define já qual a taxa de câmbio que vai pagar, em vez de deixar para descobrir qual será o câmbio na hora de pagar a fatura”, afirmou Viriato.
Cartão cobra juro de até 3% ao mês em compra parcelada
Se a opção do cliente for pelo parcelamento da compra no cartão de crédito, a taxa de processamento da operadora é menor, em torno de 1% do valor da transação. No entanto, há incidência de juros sobre as prestações que variam entre 1,9% e 3% ao mês.
O custo efetivo total de uma compra no cartão parcelada em 12 vezes ficará em 3,17% ao mês, segundo Ferreira.
“O custo do cartão de crédito no Brasil não é baixo. Mas eu avalio que conseguimos negociar com as operadoras uma taxa competitiva, se você comparar com os juros cobrados no crédito pessoal ou no cheque especial”, disse Ferreira, da Câmbio Store.
Segundo a Anefac, a taxa média cobrada por financeiras no crédito pessoal está em 7% ao mês, enquanto os juros do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito alcançam 12% ao mês.
O professor Michael Viriato recomenda que o consumidor evite fazer dívidas no cartão. “Se você vai viajar daqui a 30 dias, mas está sem dinheiro, pode comprar os dólares com o cartão, mas pague a fatura à vista, não em 12 prestações.”
Se você for parcelar uma compra de dólares em 12 vezes, por exemplo, na prática vai pagar uma taxa de câmbio efetiva bem mais alta do que a taxa atual por causa do efeito dos juros sobre juros”, declarou Viriato.
Comprar com antecedência ainda é a melhor opção
Quem pretende fazer uma viagem internacional deve comprar moeda estrangeira aos poucos, pois assim aproveitar oportunidades de recuo nas cotações e garante, até, uma boa economia no fim das contas.
Segundo Bruno Ferreira, “sem dúvida, o ideal é a pessoa comprar moeda aos poucos. O problema é que planejamento não está no DNA do brasileiro. Por isso, decidimos oferecer essa facilidade. O brasileiro já está acostumado a parcelar a passagem aérea e o pacote de viagem, mas ainda não podia dividir a compra de moeda estrangeira”. (Com informações do Uol.)