Em protesto contra Raquel Dodge, grupo da Lava Jato na PGR entrega o cargo

Data:

Procuradoria-Geral da República
Créditos: VelhoJunior | iStock

Sob a alegação de “incompatibilidade”, um grupo de procuradores que investigam casos da Operação Lava Jato, dentre eles Raquel Branquinho, braço-direito de Raquel Dodge na área criminal, entregou os cargos na PGR. É a maior baixa na gestão da procuradora-geral da República.

Na verdade, o desentendimento da equipe se relaciona à delação premiada do executivo Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS. O acordo foi encaminhado para homologação do STF, mas Raquel pediu o arquivamento de parte da delação que envolvia o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e um dos irmãos do presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli.

Vale lembrar que, nos bastidores, ambos articularam uma possível recondução de Raquel Dodge ao cargo, mas o presidente Jair Bolsonaro optará por um homem para chefiar o órgão. No círculo interno do presidente, Raquele é criticada por não priorizar o combate à corrupção na sua gestão, não destravar acordos de colaboração premiada, e por ter denunciado o próprio presidente e o seu filho por racismo e suposta ameaça a uma jornalista. 

Em nota, os seis integrantes do MPF dissera: “Devido a uma grave incompatibilidade de entendimento dos membros desta equipe com a manifestação enviada pela PGR ao STF na data de ontem (03), decidimos solicitar o nosso desligamento do GT Lava Jato e, no caso de Raquel Branquinho, da SFPO. Enviamos o pedido de desligamento da data de hoje”.

Em mensagem dirigida a colegas, disseram que “foi um grande prazer e orgulho servir à Instituição ao longo desse período, desempenhando as atividades que desempenhamos”. E afirma que o “compromisso será sempre com o Ministério Público e com a sociedade”. 

Nos meses anteriores, o ex-coordenador da Lava Jato, José Alfredo, e os procuradores Pablo Coutinho Barreto e Vitor Souza Cunha, chefes da Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (SPPEA), pediram desligamento da função. 

A gestão de Raquel Dodge foi permeada por crises internas no fim do seu mandato. Ela acionou o STF para anular o acordo firmado pela força-tarefa do Paraná com a Petrobras na criação de um fundo bilionário da Lava Jato, que resultaria na criação de uma fundação gerida por eles mesmos. 

Além disso, viu o STF ignorar seus pedido de arquivamento do inquérito instaurado pela própria Corte para apurar ameaças e ofensas disparadas contra os ministros do tribunal.

Nas palavras de Dodge: “Ao confirmar que recebeu pedido de desligamento de integrantes de sua equipe na área criminal, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reafirma que, em todos os seus atos, age invariavelmente com base em evidências, observa o sigilo legal e dá rigoroso cumprimento à Constituição e à lei. Todas as suas manifestações são submetidas à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).”

(Com informações do Uol)

Leia também:

Toffoli diz que inteligência artificial pode dar mais eficiência ao Judiciário

Bolsonaro determina ao MEC que proíba ”ideologia de gênero” nas escolas

Ausência de defensor devidamente intimado não anula julgamento

 

Adquira seu certificado digital E-CPF ou E-CNPJ com a Juristas Certificação Digital. Acesse a plataforma de assinatura de documentos com certificado digital de maneira fácil e segura

Juristas
Juristashttp://juristas.com.br
O Portal Juristas nasceu com o objetivo de integrar uma comunidade jurídica onde os internautas possam compartilhar suas informações, ideias e delegar cada vez mais seu aprendizado em nosso Portal.

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Empresa condenada por uso indevido de marca registrada

A 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que uma empresa cessasse a venda de roupas que utilizavam indevidamente uma marca registrada por outra empresa do mesmo segmento.

Modelo de contrato de prestação de serviços de Personal Trainer para Triatetlas

O presente contrato tem por objeto a prestação de serviços de personal trainer especializado em treinamento para triatletas, com o objetivo de melhorar o desempenho do Contratante nas modalidades de natação, ciclismo e corrida.

Empresa de fotos e vídeos condenada por falha em filmagem de casamento

A 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou a decisão da Comarca de Lavras que responsabilizou uma empresa de fotografia e vídeo a pagar R$ 10 mil por danos morais e R$ 1,4 mil por danos materiais a uma noiva, devido a falhas na filmagem de seu casamento.

Homem trans será indenizado por não ter nome social reconhecido em registro bancário

A 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) alterou uma decisão inicial e determinou que um banco indenize um homem trans em R$ 10 mil por danos morais devido ao não reconhecimento do seu nome social nos registros bancários.