O PlenĂĄrio do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu aceitar, nesta quarta-feira (28), denĂșncia da Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) contra o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) pela prĂĄtica de agressĂ”es verbais e ameaça aos ministro da Corte. Com a decisĂŁo, tomada na Petição (PET 9456), o parlamentar passarĂĄ Ă condição de rĂ©u e vai responder a um processo criminal.
Por unanimidade, os ministros aceitaram abrir uma ação penal contra o parlamentar, que, em fevereiro deste ano, foi acusado pela PGR de incitar o emprego de violĂȘncia para tentar impedir o livre exercĂcio das atividades do Legislativo e do JudiciĂĄrio e a animosidade entre as Forças Armadas e a Corte, por meio de vĂdeos publicados em suas redes sociais.
Pelos fatos, Silveira foi preso em fevereiro, por determinação do Supremo, mas ganhou o direito de cumprir prisão domiciliar.
Durante o julgamento, a defesa do deputado, reconheceu excessos nas declaraçÔes de Silveira, mas nĂŁo concordou com utilização da Lei de Segurança Nacional para basear parte das acusaçÔes. âTemos o dever cĂvico, o dever moral de pedir para que seja efetivamente delimitadas as condutas Ă luz do que estĂĄ vigente, do que Ă© coeso e do Ă© correto, nĂŁo a partir de inferĂȘncias, de ilaçÔes e de desagrados pessoais. Se houve excessos por parte do deputado, que ele seja punido, mas dentro do que efetivamente ocorreu, nĂŁo se lançando mĂŁo de uma lei odiosaâ, afirmou.
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes apontou que a liberdade de expressĂŁo e imunidade parlamentar nĂŁo podem ser usadas como escudo para atividades ilĂcitas. “Liberdade de expressĂŁo nĂŁo se confunde com liberdade de agressĂŁo. Liberdade de expressĂŁo nĂŁo se confunde com anarquia, desrespeito ao Estado DemocrĂĄtico de Direito e defesa da volta da ditadura, do fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal”. Segundo o ministro, “Ă um verdadeiro paradoxo tentar se utilizar de uma suposta liberdade de expressĂŁo e da imunidade parlamentar para atentar contra a democracia e o Estado DemocrĂĄtico para defender a volta da ditadura.”
Entenda o caso
Em fevereiro, Daniel Silveira foi preso em flagrante por divulgar vĂdeo com ofensas e ameaças a ministros do Supremo e defesa de medidas antidemocrĂĄticas. A prisĂŁo foi decretada por decisĂŁo monocrĂĄtica do ministro Alexandre de Moraes, no Ăąmbito do InquĂ©rito (INQ) 4781, que investiga notĂcias fraudulentas, denunciaçÔes caluniosas e ameaças ao Supremo, e confirmada posteriormente, de forma unĂąnime, pelo PlenĂĄrio.
Em março, o ministro autorizou a substituição da prisão em flagrante por prisão domiciliar, com monitoramento eletrÎnico. Silveira continua proibido de receber visitas sem autorização judicial, de acessar outros investigados nos inquéritos que apuram ofensas ao STF (INQ 4781) e atos antidemocråticos (INQ 4828) e de frequentar redes sociais (YouTube, Facebook, Instagram e Twitter).
Com informaçÔes do Supremo Tribunal Federal e G1.
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