Terceirizados demitidos da Petrobras cobram pagamento de rescisão no Rio

Data:

Terceirizados demitidos da Petrobras cobram pagamento de rescisão no Rio
Créditos: Alf Ribeiro / Shutterstock.com

Com faixas, cartazes e apitos, grupos de trabalhadores de empresas terceirizadas que prestavam serviços para a Petrobras e foram demitidos em dezembro fizeram uma manifestação em frente ao prédio da estatal no centro do Rio de Janeiro. Eles cobram o pagamento da indenização e a multa rescisória referente à demissão.

Segundo a presidente da Associação em Defesa dos Trabalhadores Terceirizados em Empresas Petrolíferas, Pricila Nazaré, são cerca de 4.000 demitidos das empresas Hope e Personal que pedem que a Petrobras ajude na negociação com as empresas terceirizadas. Foi proposto a eles o parcelamento do pagamento das verbas em seis vezes, a partir de 27 de fevereiro.

“São trabalhadores que não aceitam o pagamento parcelado em seis vezes, não aceitam o não pagamento das rescisões e estamos chamando os fiscais do contrato pra vir aqui se responsabilizar, porque a gente servia à Petrobras. Essa mão de obra ficou [nos prédios da Petrobras] durante anos, fazendo trabalho de petroleiro, trabalhando por eles”, disse a líder da associação.

Segundo ela, os trabalhadores faziam todo tipo de serviço, como auxiliares administrativos, secretárias, atendentes, contínuos e recepcionistas. “A gente está pedindo dignidade. Essas pessoas estão precisando de apoio daquele gerente, que durante anos pediu pra elas favores, trabalho, ficar depois do horário. A gente servia de todas as maneiras. E essas pessoas agora não tem coragem de descer e encarar a gente pra dizer quando a gente vai receber. Essa conta é da Petrobras”, disse.

O assessor político do Sindicato dos Petroleiros do Rio (Sindipetro-RJ) Ronaldo Moreno, explica que os terceirizados não são oficialmente representados pelo Sindipetro, mas que a entidade considera que todos que trabalham na Petrobras são petroleiros e está apoiando as reivindicações do grupo. De acordo com ele, esse problema será tratado em reunião com a Justiça do Trabalho.

“Teve uma reunião com o ministro do Trabalho no final do ano e ficou agendada para este mês uma nova reunião, com o delegado regional do Trabalho, para discutir os calotes dessas empresas, o problema da verbas rescisórias. Se não for resolvido, nós vamos pautar junto com o calote de outras empresas. Nós estamos responsabilizando a Petrobras, pois existe uma cláusula para que seja estabelecido um fundo para essas empresas, para que se tiver algum problema esse fundo venha a suprir. A Petrobras tem a obrigação de fazer com que a lei seja cumprida”, argumentou Moreno.

Ele cita também os casos de trabalhadores do Estaleiro Mauá e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), onde houve muitas demissões sem o devido pagamento das indenizações devidas. A empresa Hope, responsável por 1.533 trabalhadores demitidos, informou que “já começou a pagar integralmente, nos últimos dias, a uma parte dos trabalhadores desligados” e que “o pagamento dos demais colaboradores será realizado em curto prazo”.

Procurada pela reportagem da Agência Brasil, a  Petrobras disse que “cumpriu todos os compromissos contratuais estabelecidos com as empresas Hope Serviços e Personal Service. A Petrobras acompanha as negociações dessas empresas com seus respectivos empregados e espera que as obrigações trabalhistas por elas assumidas sejam integralmente honradas”.

A empresa Personal também foi procurada, mas ainda não se pronunciou.

(Matéria atualizada às 18h58 para acréscimo de informações)

Edição: Augusto Queiroz / Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil
Wilson Roberto
Wilson Robertohttp://www.wilsonroberto.com.br
Advogado militante, bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Federal da Paraíba, MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, professor, palestrante, empresário, Bacharel em Direito pelo Unipê, especialista e mestre em Direito Internacional pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa. Atualmente é doutorando em Direito Empresarial pela mesma Universidade. Autor de livros e artigos.

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Concessionária de energia é condenada a indenizar usuária por interrupção no fornecimento

A 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de uma concessionária de energia ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais a uma usuária que ficou sem fornecimento de energia elétrica por quatro dias, após fortes chuvas na capital paulista em 2023. A decisão foi proferida pelo juiz Otávio Augusto de Oliveira Franco, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Vila Prudente.

Homem é condenado por incêndio que causou a morte do pai idoso

A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação de um homem pelo crime de incêndio que resultou na morte de seu pai idoso. A decisão, proferida pela Vara Única de Conchal, reduziu a pena para oito anos de reclusão, a ser cumprida em regime fechado.

Remuneração por combate a incêndio no Porto de Santos deve se limitar ao valor do bem salvo

A 9ª Vara Cível de Santos condenou uma empresa a pagar R$ 2,8 milhões a outra companhia pelos serviços de assistência prestados no combate a um incêndio em terminal localizado no Porto de Santos. O valor foi determinado com base no limite do bem efetivamente salvo durante a operação.

Casal é condenado por expor adolescente a perigo e mantê-lo em cárcere privado após cerimônia com chá de ayahuasca

A 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a condenação de um casal pelos crimes de sequestro, cárcere privado e exposição ao perigo à saúde ou vida, cometidos contra um adolescente de 16 anos. A decisão, proferida pela juíza Naira Blanco Machado, da 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, fixou as penas em dois anos e quatro meses de reclusão e três meses de detenção, substituídas por prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo.