Uber vai pagar US$ 1 milhão a passageira cega por corridas canceladas

Data:

Uber vai pagar US$ 1 milhão a passageira cega por corridas canceladas | Juristas
Crédito:Andrei Stanescu / istock

Mulher cega que teve corridas canceladas por motoristas da Uber será indenizada em US$ 1,1 milhão (cerca de R$ 6,22 milhões). De acordo com a americana, Lisa Irvingque, os motoristas se recusaram a levar seu cão-guia e por esse motivo chegou a perder dias de trabalho, sua própria festa de aniversário e uma reunião de Natal. Em entrevista ao jornal San Francisco Chronicle que a situação se repetiu pelo menos 60 vezes.

O processo analisou 14 casos, que ocorreram entre 2016 e 2017. Os episódios foram registrados mesmo depois da empresa se comprometer a ser mais inclusiva com pessoas com deficiências visuais, após perder um processo movido pela Federação Nacional dos Cegos dos Estados Unidos por discriminação em 2014.

Para Lisa nessas situações humilhantes e desumanas, “Estavam me dizendo que eu não pertenço, que não tenho o direito de viver minha vida em meus próprios termos e fazer as mesmas coisas que qualquer outro indivíduo teria autonomia para decidir fazer”, afirmou.

A Uber alegou que os motoristas não são funcionários da companhia e, por isso, a empresa não deveria ser responsabilizada pelo comportamento. Mas o juiz afirmou que o fato de não terem um vínculo formal é “irrelevante”.

Para Irving, mesmo que tenha chegado a um ponto extremo, a situação é uma mensagem “de que o preconceito não é aceitável”. “Eu teria preferido que meus direitos civis fossem respeitados. Entidades que discriminam serão responsabilizadas por suas ações até que mudem.”

Em nota, a Uber afirmou que proíbe a discriminação e que os motoristas parceiros devem concordar em transportar os animais e cumprir as leis de acessibilidade quando se inscrevem na plataforma. “Regularmente oferecemos educação aos motoristas sobre essa responsabilidade”, disse a empresa no comunicado.

Lisa deve receber US$ 324 mil (mais de R$ 1,8 milhão), enquanto US$ 805 mil (cerca de R$ 4,5 milhões) vão pagar as despesas legais do processo.

Com informações do UOL.

 

 

Fique por dentro de tudo que acontece no mundo jurídico no Portal Juristas, siga nas redes sociais: FacebookTwitterInstagram e Linkedin. Adquira sua certificação digital e-CPF e e-CNPJ na com a Juristas Certificação Digital, entre em contato conosco por email ou pelo WhatsApp (83) 9 93826000

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Concessionária de energia é condenada a indenizar usuária por interrupção no fornecimento

A 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de uma concessionária de energia ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais a uma usuária que ficou sem fornecimento de energia elétrica por quatro dias, após fortes chuvas na capital paulista em 2023. A decisão foi proferida pelo juiz Otávio Augusto de Oliveira Franco, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Vila Prudente.

Homem é condenado por incêndio que causou a morte do pai idoso

A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação de um homem pelo crime de incêndio que resultou na morte de seu pai idoso. A decisão, proferida pela Vara Única de Conchal, reduziu a pena para oito anos de reclusão, a ser cumprida em regime fechado.

Remuneração por combate a incêndio no Porto de Santos deve se limitar ao valor do bem salvo

A 9ª Vara Cível de Santos condenou uma empresa a pagar R$ 2,8 milhões a outra companhia pelos serviços de assistência prestados no combate a um incêndio em terminal localizado no Porto de Santos. O valor foi determinado com base no limite do bem efetivamente salvo durante a operação.

Casal é condenado por expor adolescente a perigo e mantê-lo em cárcere privado após cerimônia com chá de ayahuasca

A 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a condenação de um casal pelos crimes de sequestro, cárcere privado e exposição ao perigo à saúde ou vida, cometidos contra um adolescente de 16 anos. A decisão, proferida pela juíza Naira Blanco Machado, da 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, fixou as penas em dois anos e quatro meses de reclusão e três meses de detenção, substituídas por prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo.