Marielle Franco foi atingida com 4 tiros na cabeça e nenhum bem foi roubado. Assassinato pode ter tido motivação política.
Marielle Franco (PSOL-RJ), a 5ª vereadora mais votada nas últimas eleições municipais no Rio de Janeiro, foi assassinada na noite de ontem, 14 de março, no centro do Rio. Marielle estava acompanhada de seu motorista, que também foi assassinado, e de uma assessora, que sobreviveu ao suposto atentado.
Sinais de execução
A Polícia Civil carioca dá conta de que pelo menos 8 capsulas foram encontradas no local do assassinato, que ocorreu na rua Joaquim Palhares, região do Estácio. Além disso, nenhum pertence das vítimas foi roubado, o que leva os investigadores a trabalharem com a hipótese de execução.
Ainda segundo a Polícia Civil, os assassinos efetuaram disparos contra o carro onde a vereadora e outros dois ocupantes estavam. Dos 8 disparos, 4 atingiram a cabeça de Mariella. O motorista que conduzia o veículo, Anderson Pedro Gomes, também morreu na hora ao ser alvejado com 2 tiros na parte lateral das costas.
Trajetória de Marielle
Marielle Franco nasceu e cresceu no complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, uma das maiores favelas de todo o mundo. “Sou fruto do pré-vestibular comunitário”, costumava dizer Mirelle ao relembrar sua trajetória.
E foi, de fato, em um desses cursinho pré-vestibulares populares que a vereadora deu um grande salto em sua trajetória. Depois de muita luta foi aprovado no vestibular da PUC-RJ, onde se formou em Ciências Sociais. Em seguida, ela concluiu o mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense.
Enquanto vereadora, a 5 ª mais votada desta legislatura, ela compunha a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal. Recentemente, ela havia sido nomeada relatora da comissão responsável por apurar o andamento da intervenção militar no Rio de Janeiro.
Em seu histórica de militância política, a vereadora foi incansável ao denunciar os inúmeros casos de violência policial e violação de direitos nas favelas do Rio. Em uma de suas últimas postagens no Twitter, a vereadora fez menção a atuação de PM’s na favela do Acari.
“Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior.”
Marielle deixa uma filha de 19 anos.
Fonte: El País Brasil