STJ decide que juízo pode determinar indisponibilidade de imóveis via CNIB em execução civil

Data:

leilão de imóveis - juristasA Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que, em uma execução civil, o juízo pode determinar a busca e a indisponibilidade de imóveis da parte executada por meio do Central Nacional de Indisponibilidade de Bens (CNIB). No entanto, essa medida só deve ser tomada após esgotadas as tentativas de prosseguir com a execução pelos meios convencionais, conhecidos como meios executivos típicos.

O CNIB é um sistema que reúne informações sobre ordens de indisponibilidade de bens decretadas pelo Judiciário ou por autoridades administrativas, afetando o patrimônio imobiliário de pessoas físicas e jurídicas.

O caso analisado pelo colegiado envolveu um recurso interposto por um banco que, em uma ação de execução contra uma indústria de calçados, teve seu pedido negado em primeira instância para repetir a busca de bens da parte executada em sistemas informatizados.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) concedeu parcialmente o pedido do banco, permitindo o acesso aos sistemas BacenJud e Renajud (para busca de aplicações financeiras e veículos), mas negou em relação ao CNIB, alegando falta de evidências de fraudes ou lavagem de dinheiro no caso.

No recurso especial dirigido ao STJ, o banco argumentou que é possível inscrever o devedor executado na CNIB com base no artigo 139, IV, do Código de Processo Civil (CPC), que autoriza a adoção de medidas executivas atípicas.

STJ decide que juízo pode determinar indisponibilidade de imóveis via CNIB em execução civil | Juristas
Marco Aurélio Bellizze julga processos de direito privado na Segunda Seção e na Terceira Turma. | Foto: Lucas Pricken / STJ​

O relator do caso, ministro Marco Aurélio Bellizze, ao dar provimento ao recurso, citou uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que afirmou a constitucionalidade da aplicação de medidas de execução atípicas previstas no artigo 139 do CPC.

Ele destacou que o uso da CNIB, assim como de outras medidas executivas atípicas, é um instrumento importante para garantir o cumprimento de obrigações na execução, mas ressaltou que tais medidas devem ser empregadas apenas subsidiariamente, após o esgotamento dos meios de execução típicos.

Segundo o relator, a CNIB foi criada para proporcionar mais segurança jurídica nas transações imobiliárias, permitindo ao cartório realizar consultas e informar ao comprador do imóvel sobre a existência de indisponibilidade e os riscos associados ao negócio.

Com informações de Superior Tribunal de Justiça (STJ).


Você sabia que o Portal Juristas está no FacebookTwitterInstagramTelegramWhatsAppGoogle News e Linkedin? Siga-nos!

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Cidadania Brasileira: Como obter? Guia Prático

Descubra o caminho para a sua Cidadania Brasileira com nosso guia prático. Saiba mais sobre os requisitos e procedimentos necessários.

Cidadania Portuguesa: Perguntas Frequentes Explicadas

Muitos brasileiros buscam a dupla nacionalidade para abrir novas portas. A cidadania portuguesa é atraente para quem tem laços com Portugal ou quer conexões mais fortes com a Europa. Vamos explicar o processo de cidadania e os detalhes da nacionalidade portuguesa, ajudando quem deseja esse direito.

Direitos dos Cidadãos Portugueses

Em Portugal, como em qualquer sociedade democrática, os cidadãos estão assegurados por uma série de direitos fundamentais que são essenciais para a sua participação ativa na vida cívica, cultural, econômica e política do país. Este artigo explora de forma detalhada os direitos civis, sociais, políticos, econômicos e de proteção e segurança que moldam a existência e as interações dos cidadãos no contexto português.

Pleno do TJPB elege Aluízio Bezerra Filho como novo desembargador pelo critério de merecimento

O Pleno do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), em sessão administrativa realizada nesta segunda-feira (29), escolheu o juiz Aluízio Bezerra Filho como novo desembargador, preenchendo a vaga deixada pelo desembargador Marcos William de Oliveira, que se aposentou no último ano. A eleição ocorreu por mérito.