A globalização tornou inevitável a integração do Brasil, em todas as áreas, às práticas, tendências e preceitos relativos à economia e à comunidade das nações. Desde a adesão aos tratados do clima e meio ambiente, a participação nos organismos multilaterais sob o guarda-chuva da ONU, a convergência às normas internacionais de contabilidade e modelos de governança corporativa, até os conceitos de compliance e gestão, nosso país, a despeito de todos os problemas que enfrenta, está integrado à cultura da civilização universal.
No campo jurídico, entretanto, a integração global, embora ocorra, apresenta algumas dificuldades não encontradas em outros segmentos. A primeira delas refere-se à diferença das leis, mais acentuada na relação com países aderentes ao direito anglo-saxão, filosófica e estruturalmente distinto do nosso, de inspiração romana. Nesse sentido, é muito importante a atuação dos advogados, inclusive no aspecto consultivo, que trabalham para companhias multinacionais instaladas no Brasil, na orientação referente à legislação de nosso país, remessa de lucros e interação com as matrizes, regidas pelo arcabouço legal de seu país de origem. Muitos também são os profissionais que atuam no exterior, contribuindo para a inserção internacional das companhias multinacionais brasileiras.
Esse trabalho peculiar dos advogados é bastante complexo. Por isso, é muito positiva a integração do Brasil a organizações globais ligadas ao Direito. Tais relações facilitam a atuação de nossos juristas no contexto da economia globalizada. Nesse sentido, acabamos de dar um passo significativo, com a integração da Association of Legal Administrators (ALA), responsável pela organização da ALA Conference & Expo, maior e mais conceituada feira jurídica do mundo, à Fenalaw, maior evento do gênero em nosso país, cuja 14ª edição realiza-se de 24 a 26 de outubro, em São Paulo.
No dia 25, a ALA, de modo absolutamente inédito, terá um congresso dentro da Fenalaw, no qual serão abordados temas como “análise e discussão sobre práticas utilizadas no mercado jurídico norte-americano”, “visão dos escritórios que atendem multinacionais”, “modelos de gestão dos Estados Unidos
e como isso se desdobra na escolha e administração dos escritórios de advocacia”.
A integração da ALA e da Fenalaw projeta este evento brasileiro no contexto do direito internacional. É um avanço expressivo no âmbito da irreversível integração e convergência de nosso país em seu processo de inserção global. Independentemente das diferenças das leis e da base filosófica do direito, há valores e princípios universais, como a ética e a integridade, que os advogados brasileiros, sem fronteiras, disseminarão cada vez mais em todo o mundo!