A ministra britânica do Interior, Priti Patel, aprovou nesta sexta-feira (17) a extradição do fundador do WikiLeaks, Julian Assange (50), para os Estados Unidos, onde é acusado de espionagem.
Em comunicado o Ministério do Interior britânico afirmou que, “Os tribunais do Reino Unido não consideraram que seria opressivo, injusto ou abuso o processo de extraditar Assange. Tampouco descobriram que a extradição seria incompatível com seus direitos humanos, incluindo seu direito a um julgamento justo e à liberdade de expressão” e que, enquanto estiver nos EUA, “ele será tratado da forma correta”.
A defesa do jornalista e ativista australiano diz que “este é um dia sombrio para a liberdade de imprensa e para a democracia britânica”. “Qualquer um neste país que se preocupa com a liberdade de expressão deveria estar profundamente envergonhado com o fato de o Ministério do Interior ter aprovado a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, o país que planejou o seu assassinato”, afirma.
Os advogados de Assange frisaram ainda que, os EUA “minimizam” a gravidade do estado da saúde mental de Assange e, por isso, há risco de ele cometer suicídio caso seja submetido às penalidades da Justiça norte-americana. Com a extradição, o australiano pode ser condenado a até 175 anos de prisão.
Assange é acusado de violar a Lei de Espionagem norte-americana depois de publicar, no site WikiLeaks, informações diplomáticas e de atividades militares dos EUA –muitas sobre abusos cometidos. O material continha dados sobre o ataque aéreo a Bagdá, de julho de 2007, e das guerras do Afeganistão e do Iraque. O caso se deu em 2010. O governo norte-americano estima que 700 mil documentos confidenciais foram divulgados por Assange. O Departamento de Justiça dos EUA afirma que ele cometeu crime de “espionagem”. O australiano nega.
Conforme a defesa do ativista, as práticas de Assange estariam protegidas pela natureza jornalística de seu trabalho e pelo interesse público. Dizem ainda que ele é vítima de perseguição política.
Assange tem 14 dias para recorrer da decisão. Em última instância, ele pode levar seu caso para a Suprema Corte do Reino Unido. Se o pedido for negado, ele terá de ser extraditado dentro de 28 dias. Em março, a Suprema Corte do Reino Unido negou um recurso do jornalista para evitar sua extradição.
Com informações da Agência Brasil e UOL.
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