Ministro da Justiça diz que não tratou de operações da PF com Bolsonaro durante viagem aos EUA

Data:

Ministério da Justiça
Créditos: R.M. Nunes / Shutterstock, Inc.

O ministro da Justiça, Anderson Torres, publicou neste domingo (26) em uma rede social uma mensagem na qual disse que não tratou de operações da Polícia Federal (PF) com o presidente Jair Bolsonaro durante a viagem que eles fizeram aos Estados Unidos no início deste mês.

“Diante de tanta especulação sobre minha viagem com o Presidente Bolsonaro para os EUA, asseguro categoricamente que, em momento algum, tratamos de operações da PF. Absolutamente nada disso foi pauta de qualquer conversa nossa, na referida viagem”, escreveu Torres neste domingo.

Ministro da Justiça diz que não tratou de operações da PF com Bolsonaro durante viagem aos EUA | Juristas
Autor: celsopupo
Presidente Jair Bolsonaro

Torres integrou a comitiva do presidente Jair Bolsonaro na viagem a Los Angeles, onde foi realizada a Cúpula das Américas. Segundo a agenda do ministro, ele viajou com o presidente na noite da quarta-feira, dia 8 de junho. O grupo chegou a Los Angeles no dia seguinte, 9 de junho.

Foi no dia 9 de junho, uma quinta-feira, que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro disse a um familiar ter recebido uma ligação de Bolsonaro alertando-o que tinha um “pressentimento”. na gravação Milton diz, “Ele [o presidente da República] acha que vão fazer uma busca e apreensão… em casa…”.

De fato, na última quarta-feira, 22 de junho, o ex-ministro foi preso – e depois solto – numa operação da Polícia Federal que investiga o favorecimento de pastores na distribuição de verbas do ministério. A defesa de Ribeiro nega irregularidades.

O escândalo veio a público depois de uma reportagem do jornal Estado de S. Paulo, em março, que apontou a existência de um “gabinete paralelo” dentro MEC. O grupo era composto por pastores que controlavam a agenda do Ministério e até a destinação dos recursos públicos da pasta, em reuniões fechadas.

A fala de Ribeiro no telefonema levantou a suspeita do Ministério Público Federal de interferência de Bolsonaro na apuração da PF, órgão que integra a estrutura do Ministério da Justiça, comandado por Torres.

O Ministério Público Federal pediu a investigação do presidente, e o juiz Renato Borelli – que autorizou a operação e as prisões – mandou a solicitação ao Supremo Tribunal Federal (STF). No STF, a relatora será a ministra Cármen Lúcia.

O MPF justificou o pedido com base em interceptações telefônicas de Milton Ribeiro que indicam a possibilidade de vazamento das apurações do caso. Segundo o MPF, há indícios de que houve vazamento da operação policial e possível interferência ilícita por parte do Bolsonaro

O advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, disse à jornalista Andréia Sadi que foi autorizado pelo presidente a dizer à imprensa que ele “não interferiu na PF” e que não tem “nada a ver com essas gravações”.

Com informações do G1.


Fique por dentro de tudo que acontece no mundo jurídico no Portal Juristas, siga nas redes sociais: FacebookTwitterInstagram e Linkedin. Adquira seu registro digital e-CPF e e-CNPJ na com a Juristas Certificação Digital, entre em contato conosco por e-mail ou pelo WhatsApp (83) 9 93826000.

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Concessionária de energia é condenada a indenizar usuária por interrupção no fornecimento

A 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de uma concessionária de energia ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais a uma usuária que ficou sem fornecimento de energia elétrica por quatro dias, após fortes chuvas na capital paulista em 2023. A decisão foi proferida pelo juiz Otávio Augusto de Oliveira Franco, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Vila Prudente.

Homem é condenado por incêndio que causou a morte do pai idoso

A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação de um homem pelo crime de incêndio que resultou na morte de seu pai idoso. A decisão, proferida pela Vara Única de Conchal, reduziu a pena para oito anos de reclusão, a ser cumprida em regime fechado.

Remuneração por combate a incêndio no Porto de Santos deve se limitar ao valor do bem salvo

A 9ª Vara Cível de Santos condenou uma empresa a pagar R$ 2,8 milhões a outra companhia pelos serviços de assistência prestados no combate a um incêndio em terminal localizado no Porto de Santos. O valor foi determinado com base no limite do bem efetivamente salvo durante a operação.

Casal é condenado por expor adolescente a perigo e mantê-lo em cárcere privado após cerimônia com chá de ayahuasca

A 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a condenação de um casal pelos crimes de sequestro, cárcere privado e exposição ao perigo à saúde ou vida, cometidos contra um adolescente de 16 anos. A decisão, proferida pela juíza Naira Blanco Machado, da 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, fixou as penas em dois anos e quatro meses de reclusão e três meses de detenção, substituídas por prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo.