O Ministério Público Federal (MPF) manifestou sua expectativa quanto à condenação de Júlio Cocielo em decorrência de supostas publicações racistas feitas em seu perfil oficial da rede social X, plataforma anteriormente conhecida como Twitter.
O processo criminal contra Cocielo encontra-se em fase final na primeira instância e está pronto para julgamento. A ação, que estava sob sigilo até dezembro do ano passado, teve sua tramitação tornada pública pela Justiça Federal após acolhimento de um pedido do MPF. As informações foram divulgadas no site oficial do Ministério Público.
As postagens, objeto do processo, teriam sido realizadas por Cocielo no período entre 2011 e 2018.
A denúncia partiu do Ministério Público do Estado de São Paulo. O caso chegou ao MPF em 2022, e as alegações finais foram divulgadas em novembro de 2023. O MPF alega que o influenciador praticou o que denominam “racismo recreativo” e apresentou nove exemplos para sustentar a acusação.
Liberdade de expressão não é absoluta e deve ser exercida em harmonia com outros direitos, segundo órgão. “Ainda que o réu seja humorista, não é possível vislumbrar tom cômico, crítica social ou ironia nas mensagens por ele publicadas. Pelo contrário, as mensagens são claras e diretas quanto ao desprezo do réu pela população negra”, destacou João Paulo Lordelo, procurador da República responsável pela ação do MPF.
O influencer fez uma declaração supostamente racista sobre a velocidade do jogador Kylian Mbappé durante a Copa do Mundo de 2018. “Após a repercussão negativa, Cocielo apagou cerca de 50 mil tweets de seu perfil e lançou um texto com pedido de desculpa”, diz o Ministério Público Federal.
A manifestação do Ministério é a última etapa antes do proferimento da sentença pela Justiça.
Com informações do UOL
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