STF inspaciona desintrusão da Terra Indígena Trincheira-Bacajá (PA)

Data:

demarcação de terras
Créditos: Phototreat
| iStock

Uma missão oficial liderada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Presidência da República, esteve em operação no último dia 4 para inspecionar o progresso da desintrusão da Terra Indígena (TI) Trincheira-Bacajá, localizada no estado do Pará (PA). Durante a visita, foram realizados sobrevôos em áreas-chave da reserva e reuniões com líderes indígenas do povo Xikrin.

A área inspecionada atualmente está livre da presença de madeireiras, garimpos e pecuaristas ilegais. As equipes envolvidas na operação de desintrusão continuam trabalhando na remoção de estruturas remanescentes e na obstrução de acessos clandestinos à TI. Propostas e sugestões para a reocupação do território invadido e para melhorias na saúde indígena foram discutidas, em conformidade com a decisão do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709.

Eleições Municipais - Luís Roberto Barroso
Créditos: Reprodução do Youtube - SBT Jornalismo

A missão oficial, organizada pela Presidência do STF, ocorreu entre os dias 2 e 5 de fevereiro e contou com a participação de representantes da Advocacia-Geral da União (AGU), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), além de policiais judiciais e equipes de segurança.

Na aldeia Mrotidjãm, líderes de 35 aldeias do povo Xikrin receberam a comitiva. Eles expressaram gratidão pela solução do conflito territorial conduzida pelo STF e solicitaram apoio contínuo para proteger e monitorar a TI. Entre os pedidos, destacaram a construção de bases operacionais para evitar o retorno de invasores, o cumprimento de compensações ambientais provenientes da construção da usina de Belo Monte, e iniciativas para melhorar a saúde indígena.

A especialista em indigenismo da Funai, Lumara Martins, ressaltou a importância do cumprimento da ADPF 709 para a garantia dos territórios indígenas. Por sua vez, a juíza auxiliar do CNJ, Lívia Peres, destacou a relevância da articulação interinstitucional para lidar com os problemas enfrentados na Amazônia.

O próximo desafio é implementar medidas que assegurem a sustentabilidade da desintrusão, evitando a reintrodução de invasores após a saída das forças de segurança. O STF está trabalhando para fornecer segurança jurídica e garantir que não haja retorno à terra indígena, além de determinar o abate do gado encontrado na TI e a destruição de equipamentos de terceiros, quando necessário.

Com informações do Supremo Tribunal Federal (STF).


Você sabia que o Portal Juristas está no FacebookTwitterInstagramTelegramWhatsAppGoogle News e Linkedin? Siga-nos!

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Modelo de contrato de prestação de serviços de Personal Trainer para Triatetlas

O presente contrato tem por objeto a prestação de serviços de personal trainer especializado em treinamento para triatletas, com o objetivo de melhorar o desempenho do Contratante nas modalidades de natação, ciclismo e corrida.

Empresa de fotos e vídeos condenada por falha em filmagem de casamento

A 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou a decisão da Comarca de Lavras que responsabilizou uma empresa de fotografia e vídeo a pagar R$ 10 mil por danos morais e R$ 1,4 mil por danos materiais a uma noiva, devido a falhas na filmagem de seu casamento.

Homem trans será indenizado por não ter nome social reconhecido em registro bancário

A 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) alterou uma decisão inicial e determinou que um banco indenize um homem trans em R$ 10 mil por danos morais devido ao não reconhecimento do seu nome social nos registros bancários.

Justiça condena hospital, plano de saúde e médico a indenizar paciente por erro em cirurgia

A 14ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou uma decisão da Comarca de Belo Horizonte que responsabiliza um hospital, um médico anestesista e um plano de saúde pelo pagamento de indenizações à uma paciente, totalizando R$ 200 mil, divididos igualmente entre danos morais e estéticos.