Os suspeitos de serem responsáveis por um golpe praticado contra pelo menos 6 mil pessoas de todo o país em um esquema de pirâmide financeira foram presos em um eco resort de luxo em Porto Seguro (BA). Marcel Mafra Bicalho, mentor do golpe de acordo com a polícia, e seu concunhado, Leonardo Oliveira Silva, movimentaram cerca de R$ 880 milhões em cerca de 4 anos. Eles negam os crimes.
Após seis meses de investigações, a polícia prendeu os dois e apreendeu uma Land Rover avaliada em R$ 400 mil e uma Ford Ranger de R$ 130 mil, além de armas e munições. Bicalho chegou a afirmar que ele e um familiar ganharam na Mega Sena para justificar a vida regada a luxo que levava, com gastos de R$ 100 mil por mês. O eco resort também abrigava 6 seguranças armados, porque o suspeito tinha “medo de ser morto”, de acordo com o delegado Gustavo Barletta.
O mentor teria dito, no momento da prisão, que se sentiu aliviado com a presença da polícia, pois acreditava que seria morto por um de seus credores. Marcel Bicalho se apresentava como mestre em investimentos e, desde 2017, passou a publicar vídeos de um curso “ensinando” como investir.
Algumas pessoas que compraram suas “aulas” foram convencidas a aplicar dinheiro na empresa dele. Diante dos resultados financeiros positivos, passaram a trabalhar para ele com o objetivo de captar outros interessados, o que iniciou o golpe. O lucro prometido era “exorbitante e irreal”, de acordo com o delegado, pois variava de 30% a 100%.
Bicalho foi sabatinado por um grupo de internautas especialista em atuar contra pirâmides financeiras e foi considerado um “charlatão”. A partir disso, sua a má reputação foi divulgada na internet, e ele passou a ser cobrado por vários credores.
Por isso, saiu de Montes Claros (MG) e se escondeu em Porto Seguro, onde comprou uma casa e carros de luxo. Logo em seguida, se mudou para o eco resort. A polícia de MG foi procurada no início do ano por vítimas da pirâmide. As investigações encontraram diversos outros investidores com altos prejuízos em todas as regiões do país, o que culminou na operação.
Já Leonardo disse que recebia R$ 8 mil por mês e disse que apenas “acompanhava” o líder do esquema. Eles responderão por organização criminosa, lavagem de dinheiro e estelionato, e Bicalho ainda é investigado por evasão de divisas.
(Com informações do Uol)