Um torcedor do Internacional foi condenado a 4 meses de detenção de regime aberto pela Justiça do Rio Grande do Sul por ofender e agredir uma jornalista da Rádio Gaúcha antes do clássico Grêmio x Internacional em março de 2018. A pena pode ser substituída por outra restritiva de direitos consistente.
Por ter caráter esportivo, o agressor não poderá frequentar estádios onde o Internacional jogar, independente do mando de campo. Ele deverá comparecer a alguma delegacia em todo o dia de jogo por um período de quatro meses e lá permanecer entre duas horas antes e duas horas depois de cada confronto. Além disso, pagará indenização de um salário mínimo em favor da vítima por dano moral.
O juiz responsável pelo caso ressaltou que “O fato ocorreu em público, perante inúmeros torcedores, espaço no qual a repórter realizava um trabalho de larga expressão pública, como repórter de Rádio. Nesse contexto, ser tachada de ‘puta’, expressão comumente utilizada para descrever mulheres que se dedicam à prostituição, traduziu uma conduta de agressividade notadamente constrangedora, para uma mulher que não se dedica a esse tipo de ‘atividade profissional'”.
O torcedor negou as acusações e disse que foi um mal-entendido.
Em relato divulgado pela repórter na época, ela passou pela arquibancada do estádio Beira-Rio e o agressor teria dito “sai daqui, p…”. Ao pegar o celular e começou a filmar o agressor, ele se levantou e acertou um soco no braço da repórter. Após o jogo, ela registrou boletim de ocorrência caso.
O juiz destacou: “Faço questão de sublinhar: a mulher, no ambiente desportivo dos estádios, tem uma função simbólica fundamental, de agregar civilidade, principalmente por demandar o respeito e a proteção dos organizadores e do público, principalmente o masculino. Quando isso não é observado, é forçoso que a tutela jurídico-criminal atue, de modo a restabelecer o equilíbrio social”.
Em sua conta oficial no Twitter, a repórter destacou a importância da condenação: “Durante todo o processo, abracei uma causa que não era mais só a da Renata, agredida dentro do Beira-Rio. Mas sim de todas as mulheres que gostam de futebol e merecem ir a qualquer estádio sem medo de sofrerem qualquer tipo de agressão. É uma vitória nossa. Não se calem!”.
(Com informações do Uol)