Pessoas ligadas ao segmento de tecnologia disseram que o Facebook pagou centenas de trabalhadores terceirizados para escutar e transcrever áudios de usuários de seus serviços, como o Messenger, cuja origem não era revelada.
Uma das empresas que escuta os áudios é a TaskUs. O Facebook é um de seus maiores clientes. Ela também revisa conteúdo potencialmente violador das políticas internas da rede social.
Anônimos disseram que ouviam conversas dos usuários do Facebook, por vezes com conteúdo vulgar, sem saber o motivo pelo qual a rede social queria a transcrição. O Facebook confirmou a prática e disse que “pausou a revisão de áudios por trabalhadores há mais de uma semana”, mas apontou que os usuários afetados escolheram, no Messenger, a opção de ter seus áudios transcritos.
O Facebook afirma que seus sistemas “processam automaticamente conteúdos e comunicações que você e outros proveem para analisar o contexto e o que está neles”. Quanto a possível verificação por terceirizados, os termos mencionam apenas “empresas e provedores de serviço que apoiam nosso negócio analisando como nossos produtos são utilizados”.
De acordo com a empresa, os terceirizados verificavam se a inteligência artificial da rede interpretava corretamente as mensagens, cujos usuários não eram identificados. De acordo com as fontes, os usuários não sabem que terceiros poderiam ouvi-los, o que foi considerado antiético pelos trabalhadores.
Outras empresas de tecnologia, como Amazon e Apple, já foram questionadas por violar a privacidade de usuários pelo mesmo motivo: coleta de trechos de áudios de seus assistentes de voz e verificações por funcionários terceirizados.
(Com informações do O Globo)