Apesar de ser utilizado por autoridades brasileiras, segundo o site The Intercept Brasil, o aplicativo de mensagens russo Telegram não faz juz à fama que possui de ser mais seguro que rivais. Ele não utiliza criptografia de ponta a ponta por padrão, o que permite que as mensagens sejam interpretadas corretamente se interceptadas ao circular pela infraestrutura da internet.
Para que a função com uso de criptografia seja utilizada (Chat Secreto), os participantes da conversa devem ativá-la. Quando isso ocorre, somente o emissor e o receptor da mensagem têm acesso ao seu conteúdo. Ou seja, a chave de decifra as informações está nas mãos somente das duas pontas da comunicação (daí o nome da tecnologia). Por isso, mesmo se forem interceptadas, as informações, que trafegam “embaralhadas” pela internet, não podem ser decodificadas por hackers.
O WhatsApp, por exemplo, implementou essa função em 2016, na época em que sofreu bloqueios judiciais no Brasil. A tecnologia de criptografia de ponta a ponta resguarda o sigilo das conversas dos usuários, mas, ao mesmo tempo, dificulta a identificação de quem espalha notícias falsas pelo aplicativo.
Na época dos bloqueios, o Telegram se tornou conhecido no Brasil, mas atualmente não sustenta a imagem que passou naquele momento de que era um serviço mais seguro que o rival. O aplicativo possui diversas funções que sacrificam a segurança do usuário em troca de conveniência.
Uma delas é permitir que os usuários utilizem o app em qualquer plataforma, sem precisar do telefone celular por perto. Para tanto, o Telegram precisa armazenar um histórico de mensagens na internet, e não no aparelho. Considerando isso, uma hipótese provável para o vazamento das mensagens das autoridades brasileiras é que o hacker acessou uma das contas envolvidas na conversa e baixou o histórico de mensagens.
Além disso, o Telegram só apaga mensagens se a conta não for acessada pelo usuário por pelo menos seis meses.
(Com informações do Terra)
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