Advogados serão substituídos por robôs?

Data:

Uso da Inteligência artificial e robôs na advocacia
Créditos: geralt / Pixabay

O uso de robôs no quotidiano da advocacia já é uma realidade para os escritórios. Ross, Carol e ELI são apenas alguns exemplos de como a inteligência artificial vem ganhando espaço no mundo jurídico.

Embora a utilização da tecnologia e a presença de robôs na advocacia seja um caminho sem volta, há quem resista. Afinal, existem muitos profissionais que tem receio de que estes recursos ameacem suas atividades. Mas, será que essa preocupação tem mesmo fundamento? Será que robôs podem de fato substituir o advogado? Se você está curioso para saber mais sobre a resposta para essas questões, não deixe de conferir!

Quem são os robôs que estão transformando a advocacia

Ross foi o primeiro. Criado graças ao sistema Watson, que é a plataforma de serviços cognitivos da IBM para negócios, o robô chegou ao mercado no ano de 2017 e rapidamente ganhou destaque em inúmeros escritórios de advocacia. Também, pudera! Ross consegue analisar dezenas de documentos em segundos e criar relatórios a partir da própria avaliação. Além de eficiente, o robô é capaz de interagir com os demais advogados, como se fosse do time.

Carol é outro case envolvendo o uso da inteligência artificial e robôs na advocacia. Capaz de analisar informações e tomar decisões a partir delas, a advogada robô também é responsável pela otimização do trabalho. De acordo com o escritório de advocacia Urbano e Vitalino advogados, a assistente digital permitiu uma redução de 30% de atividades repetitivas que consumiam a rotina da banca.

Por fim, ELI, o robô desenvolvido pela Tikal Tech, consegue organizar documentos, coletar dados, executar cálculos e formatar peças jurídicas. ELI também consegue analisar decisões judiciais, auxiliando no processo de tomada de decisões, bem como auxilia no atendimento.

E se o uso de robôs na advocacia é uma realidade, não pense que o Judiciário ficou atrás. Victor é o robô responsável pela análise de todos os recursos extraordinários do Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda em fase de testes, o robô é capaz de quais casos estão vinculados à temas de repercussão geral. A ideia é fazer uma triagem nas decisões, analisando aquelas que possuem maior impacto.

Aos poucos, mais e mais empresas de tecnologia estão se dedicando para desenvolver soluções para a advocacia usando a inteligência artificial (IA). A tendência é que surjam novos robôs com mais funcionalidades visando atender as necessidades dos escritórios e seus profissionais.

Robôs na advocacia: solução ou ameaça?

Afirmar que advogados serão substituídos por inteligência artificial e robôs soa como algo um pouco distante do mercado jurídico. Afinal, na advocacia o fator pessoalidade conta bastante e ele é essencial para gerar credibilidade e reputação. Não é difícil de entender a lógica. Ao se colocar no lugar do cliente, você delegaria uma causa importante da sua vida para um robô ou inteligência artificial? Acredito que a maioria das pessoas afirma que não.

A inteligência artificial e o uso de robôs na advocacia têm sim sua utilidade. Porém, certamente ela não está ligada à parte mais humana e pessoal que envolvem a relação entre o advogado e o cliente.

O principal objetivo da inteligência artificial é garantir mais agilidade e eficiência na prestação de serviços jurídicos. Em outras palavras, seu papel é otimizar o trabalho do advogado, bem como auxiliar, e não roubar suas atividades.

Assim como as máquinas na revolução industrial não substituíram trabalhadores até hoje, a tecnologia continua com a mesma questão.

Queira ou não queira, o que leva um cliente contratar um escritório é a sua reputação e obviamente a segurança e credibilidade que seus advogados transmitem. Por mais que um robô na advocacia seja programado para analisar informações, ele não é capaz de suprir todas as necessidades do relacionamento junto ao cliente, que contam com fatores muito mais complexos do que a jurisprudência ou dezenas de documentos.

Para os advogados que temem o desenvolvimento da inteligência artificial é hora de abrir os olhos e parar de resistir às mudanças. Afinal, diante de um mercado tão competitivo, eficiência e agilidade são pontos cada vez mais cruciais para que um escritório consiga se destacar.

A inteligência artificial como aliada

Acreditar que a inteligência artificial e o uso de robôs na advocacia representam um perigo é apostar em uma visão extremamente limitadora. Isso porque, essas ferramentas proporcionam maior agilidade e eficiência, melhorando a produtividade e os resultados do escritório. Diante de um mercado cada dia mais competitivo e com tantos profissionais disponíveis, características como estas passaram a ser uma necessidade, especialmente para escritórios e profissionais que não querem perder espaço.

Além dos robôs, o uso de Chatbots e da Jurimetria nos mostram como a inteligência artificial pode ser um recurso com o poder de melhorar a prestação de serviços jurídicos, proporcionando mais resultados para o cliente e para o escritório.

Com a análise estratégica promovida por esses recursos tecnológicos, o advogado tem mais ferramentas para construir teses, contratos e até pareceres mais inteligentes e com posições mais aprofundadas e assertivas sobre determinados temas.

O mercado jurídico vem se desenvolvendo rapidamente. Hoje a pressão em cima dos profissionais para ofertarem soluções são muito maiores. Logo, apostar em ferramentas pode ser uma excelente alternativa para quem quer mais qualidade no trabalho e menos estresse no dia a dia.

Você já conhecia sobre o uso de robôs na advocacia? Tem dúvidas? Então, deixe seus comentários abaixo!

*Artigo escrito em co-autoria com Helga Lutzoff Bevilacqua

1 COMENTÁRIO

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Concessionária de energia é condenada a indenizar usuária por interrupção no fornecimento

A 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de uma concessionária de energia ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais a uma usuária que ficou sem fornecimento de energia elétrica por quatro dias, após fortes chuvas na capital paulista em 2023. A decisão foi proferida pelo juiz Otávio Augusto de Oliveira Franco, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Vila Prudente.

Homem é condenado por incêndio que causou a morte do pai idoso

A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação de um homem pelo crime de incêndio que resultou na morte de seu pai idoso. A decisão, proferida pela Vara Única de Conchal, reduziu a pena para oito anos de reclusão, a ser cumprida em regime fechado.

Remuneração por combate a incêndio no Porto de Santos deve se limitar ao valor do bem salvo

A 9ª Vara Cível de Santos condenou uma empresa a pagar R$ 2,8 milhões a outra companhia pelos serviços de assistência prestados no combate a um incêndio em terminal localizado no Porto de Santos. O valor foi determinado com base no limite do bem efetivamente salvo durante a operação.

Casal é condenado por expor adolescente a perigo e mantê-lo em cárcere privado após cerimônia com chá de ayahuasca

A 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a condenação de um casal pelos crimes de sequestro, cárcere privado e exposição ao perigo à saúde ou vida, cometidos contra um adolescente de 16 anos. A decisão, proferida pela juíza Naira Blanco Machado, da 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, fixou as penas em dois anos e quatro meses de reclusão e três meses de detenção, substituídas por prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo.