Jornal acusa a rede social de contribuir para a disseminação de fake news
Em resposta às novas regras de visibilidade de publicações no feed de notícias no facebook, a Folha de S. Paulo, maior jornal brasileiro dessa rede social, não atualiza mais sua página desde o último dia 8 de fevereiro.
Segundo o jornal, a nova política da empresa de Mark Zuckerberg (diretor-executivo do Facebook), voltada à priorização de conteúdos de interação pessoal em detrimento de outras formas de interação, retirará visibilidade do jornalismo profissional. Essas mudanças seriam responsáveis, inclusive, pela maior proliferação das chamadas fake news.
Histórico do caso
Meses antes das alterações nos algoritmos, a Folha foi convidada a participar do projeto Instant Articles, em que o Facebook receberia conteúdo gratuito dos veículos de comunicação em troca de veiculação de anúncios na própria rede. Insatisfeito com a proposta, a direção do jornal nem sequer cogitou aceitar a proposta.
Em diretrizes de Projeto Editorial recente, a Folha chegou a criticar a atual conformação das redes sociais enquanto plataformas de promoção do jornalismo profissional.
“As redes sociais, que poderiam ser um ambiente sobretudo de convívio e intercâmbio, são programadas de tal modo que estimulam a reiteração estéril de hábitos e opiniões preexistentes”, diz o texto.
O outro lado da moeda
Segundo posicionamento oficial do Facebook, a nova estratégia de priorizar conteúdos advindos de interação pessoal melhorará a experiência do usuário na rede social. Isso porque seria mais interessante entrar em contato com publicações de amigos e familiares em maior proporção.
Para Zuckerberg, trata-se de diminuir o volume de visualização de “conteúdos passivos”: publicações de textos e vídeos em que o usuário apenas assista ou leia e não interaja.
“Queremos garantir que nossos produtos não são apenas divertidos mas também bons para as pessoas”, disse ele.
(Com informações do Jornal Folha de S. Paulo)