Na última terça-feira (22), o Conselho de Ética do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) decidiu arquivar o processo referente à campanha da Volkswagen que utilizou uma recriação da imagem da cantora Elis Regina por meio de inteligência artificial. A ação, que envolveu a técnica “deepfake”, havia sido questionada quanto ao possível desrespeito ao Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.
A campanha, lançada em comemoração aos 70 anos da Volkswagen no Brasil, retratou um suposto dueto entre Elis Regina e sua filha Maria Rita, por meio da utilização da tecnologia de “deepfake”. A filha da cantora, Maria Rita, de 45 anos, foi apresentada dirigindo e cantando a música “Como nossos pais”, seguida por uma representação sintética de Elis Regina, gerada por IA, que se juntou a ela para o dueto.
A polêmica em torno da campanha envolveu questões sobre a ética de utilizar a imagem de uma figura histórica, já falecida, em situações ficcionais, assim como sobre o alinhamento da cantora com posições políticas durante a ditadura militar, que contrastavam com o apoio da fabricante de automóveis à mesma ditadura.
O Conar arquivou o processo alegando que a figura de Elis Regina não foi desrespeitada, “O colegiado considerou, por unanimidade, improcedente o questionamento de desrespeito à figura da artista, uma vez que o uso da sua imagem foi feito mediante consentimento dos herdeiros e observando que Elis aparece fazendo algo que fazia em vida”, disse o órgão em nota oficial.
Quanto a informação ao público sobre o uso da inteligência artificial na criação do vídeo, também foi considerado dispensável de notificação ao espectador, dada a sua evidência na peça publicitária. O Conar informou que considerou diversas recomendações de boas práticas existentes sobre o tema, “bem como a ausência de regulamentação específica em vigor”.
Com informações do G1.
Você sabia que o Portal Juristas está no Facebook, Twitter, Instagram, Telegram, WhatsApp, Google News e Linkedin? Siga-nos