MPF aciona Justiça para conhecer origem de verbas públicas destinadas à Assembleia de Deus

Data:

MPF/AP aciona Justiça para conhecer origem de verbas públicas destinadas à Assembleia de Deus
Créditos: goodzone / shutterstock.com

O Ministério Público Federal no Amapá (MPF/AP) pediu à Justiça Federal na noite de sexta-feira, 16 de junho, a intimação da União, do Estado e do Município de Macapá para que esclareçam a origem das verbas públicas destinadas às comemorações do centenário da Assembleia de Deus. Caso confirmada a existência de verbas federais, a instituição quer o bloqueio do repasse, que, segundo noticiado pela imprensa, pode chegar a mais de R$2 milhões. No caso de o repasse já ter sido feito, o MPF/AP quer que a Justiça Federal determine que os três entes federativos adotem medidas para ressarcir os valores ao erário.

Segundo o MPF/AP, o aporte financeiro de verbas públicas a entidade religiosa viola o princípio do estado laico e provoca dano aos cofres públicos e à sociedade, especialmente em um Estado onde há significativa deficiência na prestação dos mais diversos serviços públicos. “Deve-se ter em mente que a atitude levada a cabo pelos três entes federativos impõe sérios danos à coletividade, uma vez que valiosos recursos, bens e serviços estão deixando de ser direcionados à prestação de serviços públicos para financiamento de algo que é expressamente proibido pelo texto constitucional”, frisa a instituição no pedido à Justiça.

O MPF/AP enfatiza que sua atuação “não almeja nem desmerecer os fiéis da Igreja Assembleia de Deus, nem os seus cem anos de contribuição para o auxílio espiritual e humanístico no Estado do Amapá. Pelo contrário, com a presente demanda, objetiva-se dar efetividade ao pressuposto constitucional da laicidade”.

Entenda – Na última segunda-feira, 12, o Governo do Estado anunciou apoio financeiro – e suporte por meio de aproximadamente 20 órgãos – à programação do centenário da igreja Assembleia de Deus que está prevista para ocorrer entre 24 de junho e 21 de outubro. Na notícia oficial, a princípio, continha informação referente ao valor investido. Porém, ao ser retificada, a divulgação limitou-se a informar que o aporte financeiro do Governo do Estado seria de 25% do valor global do projeto, sem especificar o montante.

Por meio de ofício entregue em mãos ao governador Waldez Góes (PDT), na quarta-feira, 14, o MPF/AP solicitou esclarecimentos, no prazo de 48 horas, sobre o valor destinado à entidade religiosa e a origem dos recursos. Contudo, até a noite de sexta-feira, 16, não foi recebida resposta. O órgão, então, recorreu à Justiça para prevenir danos à coletividade e ao princípio do estado laico.

Fonte: Ministério Público Federal

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Empresa condenada por uso indevido de marca registrada

A 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que uma empresa cessasse a venda de roupas que utilizavam indevidamente uma marca registrada por outra empresa do mesmo segmento.

Modelo de contrato de prestação de serviços de Personal Trainer para Triatetlas

O presente contrato tem por objeto a prestação de serviços de personal trainer especializado em treinamento para triatletas, com o objetivo de melhorar o desempenho do Contratante nas modalidades de natação, ciclismo e corrida.

Empresa de fotos e vídeos condenada por falha em filmagem de casamento

A 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou a decisão da Comarca de Lavras que responsabilizou uma empresa de fotografia e vídeo a pagar R$ 10 mil por danos morais e R$ 1,4 mil por danos materiais a uma noiva, devido a falhas na filmagem de seu casamento.

Homem trans será indenizado por não ter nome social reconhecido em registro bancário

A 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) alterou uma decisão inicial e determinou que um banco indenize um homem trans em R$ 10 mil por danos morais devido ao não reconhecimento do seu nome social nos registros bancários.