A ação ocorreu por ordem do Gaeco de Foz do Iguaçu
O advogado Marcio Guedes Berti teve o sigilo de suas conversas quebrado e os diálogos foram anexados em uma ação penal movida contra seu cliente.
Berti é advogado do vereador Nilson Hachmann denunciado pelo Ministério Público como líder de uma organização criminosa que atuava com fraude de licitações. Hachmann chegou a ser preso durante operação do Gaeco em maio, e foi afastado do mandato em Marechal Cândido Rondon. O vereador virou réu na ação.
No relatório do Gaeco consta diversos prints das conversas do vereador com o advogado. Nelas, Berti dá algumas orientações para seu cliente, como tomar cuidado com o que fala ao telefone para evitar ser gravado.
O advogado por meio de postagem em suas mídias sociais disse que o Gaeco escutou suas conversas, seguiu seu carro, “tira fotos, joga pra dentro do processo minhas conversas com os clientes, meus dados pessoais, como se o investigado fosse eu”.
Essa ação foi amplamente criticada, a Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim) emitiu nota repudiando o ato, classificando-o como arbitrário e desrespeitoso às prerrogativas dos advogados.
“Desrespeitar o sigilo profissional fragiliza não só a Advocacia Brasileira, mas em especial a sociedade e os jurisdicionados, expondo todos a um regime de exceção pelo desrespeito ao Estado Democrático de Direito”, diz a nota da associação.
Um grupo com mais de 170 advogados assinou um documento criticando a conduta do promotor em tentar intimidar a defesa. Para eles, a medida do promotor afeta toda a advocacia, sendo uma “verdadeira afronta aos valores republicanos, ofensa ao texto constitucional, ao estatuto da advocacia e ao regime das liberdades públicas”.
(Com informações do Consultor Jurídico)