Os deputados petistas que pediram a liberação do ex-presidente Lula no TRF-4 sabiam que Rogério Favreto foi filiado ao PT e que seria o juiz plantonista. Por isso, elaboraram uma estratégia para que o habeas corpus fosse analisado por Favreto. Eles foram avisados por um amigo de Paulo Pimenta, deputado petista e também amigo do juiz.
Ele disse: “sou do Rio Grande do Sul. Conheço as pessoas. Alguém me deu o toque. Olhei no sistema e vi [que Favreto seria o plantonista]. É público”.
Os deputados previam que a decisão favorável de Favreto seria cassada em poucas horas, mas serviria para ilustrar a tese de que o Poder Judiciário quer prejudicar Lula. Para Pimenta, eles puderam “demonstrar que a Lava Jato é uma organização que atua dentro do Judiciário, com relações políticas, e que seu objetivo é impedir que Lula seja solto”.
A defesa formal de Lula não reagiu bem com a medida, uma vez que queriam que o recurso fosse analisado em outra data, visando mais ganho judicial do que político. (Com informações da Folha de S. Paulo.)