A X Corp. empresa de tecnologia estabelecida pelo empresário Elon Musk em 2023 como sucessora do Twitter, Inc. entrou com um processo contra o Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH, na sigla em inglês), a informação é do Bloomberg. A alegação é de que o grupo sem fins lucrativos que monitora discurso de ódio online descreve falsamente a plataforma de mídia social como sendo “sobrecarregada com conteúdo nocivo”.
Na ação, aberta na segunda-feira (31 de julho) no tribunal federal de São Francisco, nos Estados Unidos, a empresa de Elon Musk afirma que o CCDH está “raspando” ilegalmente seus servidores e selecionando postagens questionáveis como parte de “uma campanha de intimidação para afastar os anunciantes”.
A organização Center for Countering Digital Hate (CCDH), tem como principal foco combater discurso de ódio e desinformação na internet e possui escritórios no Reino Unido e nos EUA, divulgou relatórios apontando aumento do discurso de ódio desde a aquisição da plataforma por Elon Musk, em outubro passado.
O fundador do CCDH, Imran Ahmed, é uma voz respeitada nos debates sobre proliferação de fake news e conteúdo nocivo nas principais redes sociais, citado por jornais internacionais e convidado a falar em grandes eventos e parlamentos.
A pesquisa mais recente, que disparou a ira de Musk, constatou que o então Twitter não agiu em 99% dos posts com discurso de ódio em contas que compraram o selo de autenticidade, permitindo a circulação de conteúdo racista, misógino, homofóbico, neonazista, antissemita e conspiracionista mesmo depois de sinalizados e com a chancela de confiáveis.
Em um post no blog, a X acusou o CCDH de fazer “afirmações enganosas” em uma tentativa de encorajar os anunciantes a pararem de investir e de “impedir o diálogo público”. A ONG é também acusada de violar os termos de serviço ao acessar indevidamente os dados do site e “alegar falsamente que tinha suporte estatístico mostrando que a plataforma está sobrecarregada com conteúdo prejudicial”.
O X alega ainda que o CCDH é financiado por governos estrangeiros e por empresas de mídia tradicional que o veem como concorrente. Os relatórios da ONG teriam levado à perda de dezenas de milhões de dólares em receita publicitária pelo Twitter, agora X, segundo o processo.
Em uma publicação feita em seu blog, a empresa dona do ex-Twitter afirmou que a “suposta pesquisa da CCDH continha métricas usadas fora do contexto para fazer afirmações infundadas. A empresa ainda se baseou na liberdade de expressão para explicar o processo.
“A liberdade de expressão é fundamental para o funcionamento saudável de uma sociedade global – e se ela for retirada, é quase impossível recuperá-la. É por isso que continuaremos a defender os direitos das pessoas, incluindo mais de meio bilhão de usuários apaixonados que recorrem continuamente à nossa plataforma”, escreveu.
Com informações do Bloomberg e UOL.
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