Começa hoje (26) no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o julgamento dos quatro policiais militares apontados como responsáveis pela morte da engenheira Patrícia Amieiro, desaparecida em junho de 2008, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A audiência, marcada para o início de setembro, foi adiada pelo juiz devido ao não comparecimento do advogado dos réus.
Há mais de 11 anos, a família de Patrícia aguarda por um desfecho do caso. A mãe da engenheira, Tânia Márcia Amieiro, diz que a demora no julgamento causa mais sofrimento para os parentes e amigos: “Onze anos esperando é muito tempo pra gente. São 11 anos de sofrimento. Parece que parte do meu coração vai ficar aliviado por sair aquele peso de fazer justiça. Uma menina tão boa, que não fazia mal a ninguém. Vai ficar só a saudade. Mas com a missão cumprida. Eu vou conseguir colocar eles na cadeia”.
Crime e denúncia
A engenheira Patrícia Amieiro foi morta ao voltar de uma festa no Morro da Urca. Ela seguia em direção à sua casa, na Barra da Tijuca, quando, na saída do Túnel do Joá, seu carro foi atingido por uma série de disparos.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, os policiais militares Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luis do Nascimento atiraram contra o veículo ao acreditarem que o carro era dirigido por traficantes. Para a polícia, os tiros fizeram com que Patrícia perdesse o controle do carro, e o veículo batesse violentamente contra dois postes e uma mureta no acesso da ponte à frente.
Na denúncia feita pelo Ministério Público, “a ação violenta dos policiais provocou as lesões corporais que foram a causa eficiente da morte da vítima. (…) O ataque inesperado contra a vítima completamente desprevenida impossibilitou qualquer chance de defesa”.
O órgão ministerial também apontou que os policiais militares se juntaram para alterar o estado do lugar, retiraram o corpo do carro e jogaram o veículo na ribanceira para criar falsos fatos e impedir que o homicídio fosse descoberto.
A denúncia ainda afirma que “em seguida, os denunciados, com vontade livre e consciente, mediante prévio ajuste, fizeram desaparecer o corpo da vítima, ocultando-o em local até hoje não determinado”.
O Ministério Público acusou Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luis do Nascimento por tentativa de homicídio, já que o corpo não foi encontrado, e por alterar o local do crime. Os policiais Fábio da Silveira Santana e Márcio Oliveira dos Santos respondem por fraude processual.
(Com informações do G1)
Leia também:
- Policlínica de João Pessoa não pode contratar médicos sem registro de especialidade no CRM
- Lei de SP é questionada no STF por impedir que promotores concorram ao cargo de procurador-geral de Justiça
- Dano moral por atraso de voo exige prova de fato extraordinário
Adquira seu certificado digital E-CPF ou E-CNPJ com a Juristas Certificação Digital. Acesse a plataforma de assinatura de documentos com certificado digital de maneira fácil e segura.
Siga o Portal Juristas no Facebook, Instagram, Google News, Pinterest, Linkedin e Twitter.