O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou a interlocutores que Flávio Dino, indicado por ele para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), poderia alcançar até 56 votos favoráveis no Senado, instância responsável por aprovar a nomeação.
Embora análises mais realistas apontem para um placar entre 48 e 52 votos a favor do atual ministro da Justiça, o otimismo cresceu com a informação de que setores ligados ao bolsonarismo estariam considerando abrir diálogo com Dino, caso ele seja confirmado no Supremo.
Para concretizar esse diálogo, seria necessário um gesto inicial vindo dos próprios bolsonaristas, que poderiam dar votos a Dino no Senado, contribuindo para uma votação mais expressiva. Essa seria uma maneira estratégica de lançar pontes em direção ao indicado por Lula.
A abertura do diálogo é vista como essencial por setores bolsonaristas, considerando que o ex-presidente Jair Bolsonaro responde a inquéritos que tramitam na corte. Ministros do STF que mantêm bom relacionamento com Bolsonaro e seus auxiliares estariam auxiliando nos bastidores para facilitar esse acordo.
A votação no Senado é secreta, o que dificulta a identificação dos votos de senadores bolsonaristas a favor de Dino. Isso permitiria que o parlamentar que apoiasse sua aprovação ficasse preservado, evitando retaliações públicas.
O governo e Flávio Dino, no entanto, teriam a capacidade de mapear os votos da oposição dados a ele. Com uma base de apoio sólida de 51 senadores, os votos adicionais para o ministro viriam, inevitavelmente, da oposição.
Caso esse apoio se concretize, não seria a primeira vez que a oposição colabora, nos bastidores, com a aprovação de um candidato da situação ao STF. Em 2021, o presidente Bolsonaro indicou André Mendonça para a Suprema Corte, e o PT acabou dando votos a ele, embora nunca tenha admitido publicamente o apoio. Atualmente, Mendonça mantém diálogo com amplos setores do partido.
Com informações do UOL.
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