Pesquisa conclui que “sistema presidencialista” do CNJ prejudica projetos sobre prisões

Data:

pesquisa cnj
Créditos: Tonkovic | iStock

As medidas do sistema de execução penal são afetadas a cada troca de gestão do Conselho Nacional de Justiça, como em um “sistema presidencialista”. E isso prejudica os projetos sobre prisões, de acordo com a dissertação de mestrado em Administração Pública pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) de João Carlos Murta Pereira, assessor do conselheiro Valdetário Monteiro no CNJ.

No trabalho, o pesquisador analisou as medidas do CNJ entre 2008 e 2017. Ele destacou que “a primeira coisa que um presidente faz quando assume o cargo é suspender tudo que estava funcionando para depois de cerca de três meses voltar a analisar as medidas.”

No trabalho, o pesquisador analisou as medidas adotadas pelo CNJ entre 2008 e 2017, dentre elas o programa Mutirão Carcerário (analisou processos de execução dos presos brasileiros e soltou 22 mil pessoas que estavam cumprindo pena além da condenação) e o Começar de Novo (reinserção de egressos do sistema carcerário no mercado de trabalho).

João Murta disse que um dos principais pontos causadores das descontinuidades é a nomeação de coordenadores diferentes para o Departamento de Monitoramento e Fiscalização, e afirma que “a mera institucionalização dos objetivos do DMF não foi suficiente para evitar uma descontinuidade administrativa”.

Ele apontou que, durante o período analisado, Joaquim Barbosa (2012 a 2014) foi o que mais continuou as iniciativas instauradas na gestão anterior a dele (68,75%), seguido por Cezar Peluso (2010 a 2012, com 66%). As gestões de Ayres Britto (18,75%), Ricardo Lewandowski (16,66%) e Cármen Lúcia (20,83%) tiveram pouca continuidade. (Com informações do Consultor Jurídico.)

Veja a dissertação aqui.

Juristas
Juristashttp://juristas.com.br
O Portal Juristas nasceu com o objetivo de integrar uma comunidade jurídica onde os internautas possam compartilhar suas informações, ideias e delegar cada vez mais seu aprendizado em nosso Portal.

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Concessionária de energia é condenada a indenizar usuária por interrupção no fornecimento

A 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de uma concessionária de energia ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais a uma usuária que ficou sem fornecimento de energia elétrica por quatro dias, após fortes chuvas na capital paulista em 2023. A decisão foi proferida pelo juiz Otávio Augusto de Oliveira Franco, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Vila Prudente.

Homem é condenado por incêndio que causou a morte do pai idoso

A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação de um homem pelo crime de incêndio que resultou na morte de seu pai idoso. A decisão, proferida pela Vara Única de Conchal, reduziu a pena para oito anos de reclusão, a ser cumprida em regime fechado.

Remuneração por combate a incêndio no Porto de Santos deve se limitar ao valor do bem salvo

A 9ª Vara Cível de Santos condenou uma empresa a pagar R$ 2,8 milhões a outra companhia pelos serviços de assistência prestados no combate a um incêndio em terminal localizado no Porto de Santos. O valor foi determinado com base no limite do bem efetivamente salvo durante a operação.

Casal é condenado por expor adolescente a perigo e mantê-lo em cárcere privado após cerimônia com chá de ayahuasca

A 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a condenação de um casal pelos crimes de sequestro, cárcere privado e exposição ao perigo à saúde ou vida, cometidos contra um adolescente de 16 anos. A decisão, proferida pela juíza Naira Blanco Machado, da 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, fixou as penas em dois anos e quatro meses de reclusão e três meses de detenção, substituídas por prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo.